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Michael Sweet e a patrulha “fundamentalista”

O vocal leader do Stryper, Michael Sweet publicou uma foto fumando ao lado do baixista Perry Richardson em suas redes sociais e a polêmica foi semeada. De um lado, os inquisidores que chegam ao ponto de dizer que fumar é pecado; do outro, os liberais que defendem o músico alegando que ele não fez nada de pecaminoso. Qual lado está certo e errado neste debate? Eu respondo com toda a segurança: está certo quem estiver ponderando equilibrada e biblicamente sobre a atitude do irmão Sweet.

Olhando para a biografia do vocalista do Stryper, não vemos nenhuma conduta que o coloque numa posição pior ou melhor do que qualquer outro ser humano no mundo. Falando em termos culturais e temporais, o que pode-se lançar na conta do músico é, nada mais, que uma atitude inconveniente. Homens como C. S. Lewis e Charles Spurgeon fumavam e ainda declaravam que o faziam para a glória de Deus, mas eles viveram em uma época em que este assunto ainda não era visto cientificamente como um hábito prejudicial à saúde, como hoje sabemos e, talvez, não fossem adictos da nicotina e do álcool.

Há um DVD do Moritification, banda australiana de metal cristão, onde vemos Rowe e banda almoçando e sobre a mesa uma garrafa de cerveja. A Bíblia não diz que beber cerveja é pecado, mas condena a embriaguez.

Fumar ou beber é pecado? Sim, ou não, depende. Depende do que? A Bíblia nos ensina a não darmos motivo de escândalo para o próximo. Escândalo é motivo de tropeço para o irmão que, por ser fraco na fé, peca por causa da minha liberdade. Se o que eu faço em minha liberdade de consciência prejudica a fé do meu próximo, eu não estou glorificando a Deus, quando a Bíblia nos ensina a fazermos tudo para Sua glória, inclusive comer e beber. Toda minha prática pública é referência para aqueles que me seguem, por isso eu preciso ser cauteloso ao comer e beber, tendo que agir com toda moderação que o Espírito Santo produz em mim. Fumar está incluso neste princípio. Se o cristão fuma e publica isso, esse hábito, que não é saudável, embora não seja pecado em si, se torna uma ação de pecado, pois vira um referencial para aqueles que o seguem. Leia as seguintes referências: I Coríntios 8.8-13; 10.23-33; Mateus .1-5; João 7.24.

Graças a Deus, o irmão Sweet se desculpou e reconheceu seu erro em suas redes sociais logo depois do ocorrido. Segue o transcrito:

“Recentemente, publiquei uma foto de @perryrichardson777 e compartilhei um momento nosso juntos, fumando um charuto. Eu nem pensei na polêmica que isso poderia causar e, embora eu não esteja surpreso com alguns dos comentários de julgamento (venho vendo / lendo esses há anos), estou um pouco decepcionado por aqueles que esquecem que somos todos falhos, somos todos pecadores.

Eu nunca afirmei ser perfeito e nunca afirmarei. Eu tento amar a vida ao máximo e desfrutar de momentos como estes. Simplesmente pensei em compartilhar um momento agradável com todos vocês, sem perceber que isso iria gerar polêmica. Para ser sincero, não sei como consegui continuar fazendo o que faço com o peso que tenho que carregar algumas vezes. Eu percebo que é acima de tudo pela força e graça do Senhor.
Coloquei minha fé em Deus e Ele me sustenta. Ele conhece meu coração e meus motivos, e isso é bom o suficiente para mim.
Moral da história? Confie em Deus, não no homem. Os homens sempre o decepcionarão. Vou manter meus olhos no Senhor e NÃO nos comentários negativos que tenho que ler (porque eu pessoalmente gerencio minhas próprias páginas para pessoalmente manter contato com todos vocês) dia após dia.

Para todos os fariseus religiosos por aí, dê uma boa olhada no espelho e comece por aí. Você encontrará muita sujeira para limpar e não terá tempo para limpar a de ninguém.  A todas as pessoas (certamente a maioria) com corações puros, amorosos e fiéis – Que Deus continue abençoando você e tudo o mais Você fazer.
Continuarei tentando ser o mais real e honesto possível, deixando o julgamento para Deus acima. Continue ….. Amor e respeito,

M

Do meu livro:

Talvez eu deva lembrar às pessoas o parágrafo de abertura da minha autobiografia.

——-

Eu bebo. Ocasionalmente eu fumo. Se você perguntar a minha mulher, meus filhos, meus técnicos , meu agente ou meu empresário, todos dirão que eu falo mais palavrões do que deveria. Já curti com mulheres em ônibus de turismo. Fui preso por atentado ao pudor. Fui irresponsável com dinheiro a ponto de decretar falência . Minhas bandas favoritas são Beatles, Van Halen e Judas Priest. Fiquei irritado com Deus quando minha esposa morreu de câncer e eu desprezo a religião.

Eu sou cristão.” (Via: Facebook)

 


Uma defesa do Rock – Resposta para Dante Mantovani

Nomeado como novo presidente da Funarte no dia 2 de novembro de 2019, Dante Mantovani é maestro e também tem um canal no YouTube onde discute temas relacionados à cultura. Além da graduação em Música, Mantovani é especialista em Filosofia Política e Jurídica e Mestre em Linguística. Em 2013, defendeu o doutorado em Estudos da Linguagem pela Universidade Estadual de Londrina. O canal no YouTube tem poucos mais de 6,88 mil inscritos, e é a única rede social que continua no ar do novo presidente. Perfis no Instagram, Facebook e Twitter foram apagados uma semana antes de ocupar o cargo.

Além dos temas mais técnicos da música erudita, Mantovani discute aspectos da cultura relacionados à filosofia nos vídeos. Em um deles relaciona Adorno, teórico da Escola de Frankfurt, com os Beatles e reforça teorias da conspiração de que havia infiltrados comunistas na CIA, serviço de inteligência americano.

“A União Soviética levou agentes infiltrados para os Estados Unidos para realizar experimentos com certos discos realizados inclusive para crianças”, disse. “Esses agentes viam, se infiltraram e vinham mudando, inserindo certos elementos para fazer experimentação, experimentos, engenharia social com crianças. Daí passaram para músicas para adolescentes.”

A partir disso, ele começa a falar sobre o surgimento de Elvis Presley. “Na década de 50 apareceu um tal de Elvis Presley com o rock lá que fazia todo mundo sacolejar, balançar o quadril. Todo mundo ama esses caras e começam a ser introduzidos certos comportamentos. O Elvis Presley, por exemplo, morreu de overdose”, comentou. Ele também fala do festival de Woodstock, famoso símbolo da contracultura, e ao LSD. “Woodstock aquele festival da década de 60 que juntou um monte de gente, os hippies fazendo uso de drogas, LSD. Inclusive existem certos indícios que a distribuição em larga escala de drogas, LSD, foi feita pela própria CIA.”

“O rock ativa a droga que ativa o sexo que ativa a indústria do aborto”, comentou.

“A indústria do aborto por sua vez alimenta uma coisa muito mais pesada que é o satanismo. O próprio John Lennon disse abertamente, mais de uma vez, que ele fez um pacto com o diabo, com o satanás para ter fama, sucesso”, continua.

O novo presidente da Funarte disse que os artistas que se apresentaram na abertura das Olimpíadas do Rio de Janeiro em 2016 eram “aberrações sonoras”.

“É de se chamar atenção como que um país como o Brasil que tem grandes gênios da música, como por exemplo o Heitor Villa-Lobos, apresentam em uma abertura de uma Olimpíada aquelas aberrações sonoras que eu não tenho nem coragem de chamar de música”, disse, logo depois de iniciar o vídeo tocando “Bachianas Brasileiras No. 4”.

Caetano Veloso, Gilberto Gil, Anitta, Marcelo D2, Paulinho da Viola, Jorge Ben Jor foram alguns dos artistas que participaram da cerimônia de abertura em agosto de 2016.

“Por que o brasileiro não valoriza a sua cultura? Aliás, por que ele nem conhece sua cultura? Não é uma coisa exorbitantemente assustadora? Quer se passar uma imagem que o Brasil é uma espécie de bordel. O mundo virá aqui e terá suas aventuras, suas orgias sexuais”.

“O fenômeno por trás disso é a ocultação da nossa verdadeira cultura. Isso aqui é nossa verdadeira cultura: é a música clássica, música erudita de Heitor Villa Lobos, de Carlos Gomes, de Tom Jobim na música popular.”

Mantovani é autor do livro “Ensaios sobre a Música Universal – do Canto Gregoriano a Beethoven”, lançado em 2017 e produziu o curta-metragem “Deus Acima de Todos” sobre a eleição do presidente Jair Bolsonaro no ano passado.

O maestro também criou um curso superior online de música, chamado “Seminário de Música”. Mantovani também é seguidor das ideias de Olavo de Carvalho e, inclusive, o ideólogo de direita está entre os nomes citados nos agradecimentos de sua tese de doutorado.

“Ao professor Olavo de Carvalho, cujas aulas, livros e artigos me resgataram de um mar de dúvidas que pareciam insolúveis e me propiciaram a clareza mental e a coragem necessárias para finalizar este trabalho”, escreveu.

Mantovani assume o cargo depois de Miguel Proença, que foi exonerado da presidência da instituição em novembro. Proença permaneceu nove meses no cargo, desde fevereiro. Ele assumiu no lugar do ator Stepan Nercessian. A Fundação Nacional de Artes é responsável pelo desenvolvimento de políticas públicas de fomento a artes visuais, música, circo, dança e a teatro. A instituição é subordinada à Secretaria da Cultura, atualmente vinculada ao Ministério do Turismo.

O fato é que o Mantovani falou bobagem! Eu sou prova viva, junto com milhões de roqueiros cristãos (e não cristãos também), que é possível curtir rock e heavy metal sem se envolver com drogas, promiscuidade ou mesmo ideologias satânicas. Pode até ser que a música sirva de veículo para fazer apologia às mais diversas ideologias, mas não é um tipo de música que é um mal em si mesmo. Por exemplo, eu não gosto de funk, mas esta é uma questão de gosto particular minha, e não significa que ninguém deva gostar de funk, ou que o funk só pode ser usado para fazer apologia à promiscuidade e ao crime, ou aos mais diversos vícios.

Em shows de forró, tem brigas, traições, prostituição, drogas lícitas e ilícitas, bebedeiras. Não é muito diferente dos shows de samba e pagode, ou mesmo de MPB, ou black music. Bailes funk e raves, shows de rap e reggae também não fogem à regra. Mas, por que sempre cismam em acusar o rock’n’roll e o heavy metal de ser música de promiscuidade, drogas e satanismo? Aliás, é no satanismo que mais se ouve música clássica. A humanidade sempre se corrompeu, mesmo antes do surgimento da maioria dos ritmos e estilos musicais que temos hoje. O problema não é o ritmo ou o estilo, o problema é o ser humano que, por causa da natureza pecaminosa, usa o que é bom para praticar o mal e, como fizeram Adão e Eva, jogam a culpa no outro ou nas circunstâncias que o envolvem.

*Opinião de Amauri Menezes, Metal Missionary com informações de G1.


É questão de ideologia…

Plinio Maria Solimeo  

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Muitos ingênuos se perguntam por que os esquerdistas, quase na totalidade, de modo geral são a favor do aborto, do pseudo “casamento homossexual”, da Ideologia de Gênero e de tantas outras aberrações morais que surgem em nossos dias. Para constatá-lo basta ver as plataformas de nossos partidos da esquerda tupiniquim, para os quais se trata pura e simplesmente de uma questão ideológica, como o é para os verdadeiros conservadores a questão da propriedade privada, da livre iniciativa, da teoria de que a vida se dá desde o primeiro instante da concepção e da diferença salutar existente entre os sexos.

Maximo Segato

Maximo Segato

Nesse sentido, o diário italiano “Corriere della Sera” publica uma interessante entrevista com o médico Massimo Segato, com o título: “Confissão de um médico a respeito do aborto: ‘Trabalho sujo, como numa guerra’”. E o subtítulo: “O Dr. Segato, radical, socialista, ateu: ‘Eu o faço [o aborto] por senso cívico, por essas mulheres’” que o desejam.

Esse médico de 62 anos, vice-diretor do hospital de Ginecologia de Valdagno, tem nas suas costas — e deve responder por isso a Deus — milhares de abortos, ou seja, de bebês assassinados no ventre materno.

Um fato ocorrido há 30 anos começou a abalar sua ideia sobre o aborto e poderia tê-lo levado a deixar inteiramente de fazê-lo. Mas questões ideológicas o impediram, por ser ele socialista.

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Efetuando um aborto naquela ocasião, Segato cometeu uma barbeiragem qualquer e não matou o feto. Como consequência, a criança nasceu normalmente. Em sua aludida entrevista, esse médico abortista declarou ao jornal: “Uma manhã voltei a encontrar-me com essa senhora, que acabava de dar à luz. Ela me deteve, e me disse: ‘Doutor, lembra-se de mim? Vê isto? É o seu erro’”. E mostrou-lhe o menino não desejado, são e salvo. Continua o médico: Era “um lindo moreninho, já tinha cabelo, e tomava o peito tranquilo. Ela sorria. Foi então quando tive minha primeira crise de consciência”, que não o fez mudar inteiramente sua opinião a respeito do aborto. Hoje aquele menino tem 30 anos, bom trabalho, e dois irmãos maiores. “Foi o erro mais formoso de minha vida”, declara Segato.

Apesar disso, como socialista convicto, Segato continuou a praticar abortos, mas reduzindo seu número, pois “cada vez que saía da sala de operações, tinha um sentimento de náuseas. Começava a me perguntar se estava realmente fazendo o correto. Quantas crianças poderiam ser como aquele pequeno?” Entretanto, logo abafava esse movimento da consciência, acrescentando: “Mas respondia-me que sim, que estava bem o que fazia. Pois o fazia por essas mulheres”. Quer dizer, sufocava a voz de Deus em sua alma.

É claro que, para um ateu materialista, continuar a assassinar crianças no ventre materno pode não ser deleitável, mas não causa maiores problemas de consciência.

Quando se deu o caso do referido bebê não desejado, esse médico assassino realizava 300 abortos por ano! Quantas crianças sacrificadas! Isso evidencia a decadência moral da outrora católica Itália. E escandalizava muitos: “As religiosas do hospital, quando me viam, se persignavam; e o capelão dizia que, comparado comigo, Herodes era um diletante, se bem que logo comíamos juntos, e nos tornamos amigos. Eu, entretanto, continuava convencido de minha decisão. Considerava-a honrada e cheia de sentido cívico, respeitosa da vida das mães destinadas a abortar clandestinamente”. E a vida das crianças abortadas? Não lhe causava, por certo, alguma dor de consciência, que ele culposamente não dava atenção?

Hoje, 30 anos depois daquele episódio, Segato prefere não fazer mais abortos. Faz intervenções ginecológicas, partos, ecografias, mas não aborto, embora não tenha para isso objeção de consciência: “Se posso, o evito, e me sinto contente”. Conclusão: se não pode evitar, o faz. E explica essa contradição: “Sim, sei que eu também deveria ser um objetante [de consciência para não fazer o aborto], mas não o sou”. Qual a razão que ele dá? “Para não desdizer-me com relação à minha decisão inicial” [de o fazer]. Quer dizer, é por princípio ideológico que o faz.

Continua ele a descrever essa sua atitude dúbia, de ver o erro, mas cometê-lo: “A verdade é que, quanto mais passam os anos, mais desgosto encontro, e só intervenho em emergências. Mas se acontece, não fico sereno”. Repete que, apesar da inquietação que sente quando tem que fazer um aborto, não deixa de fazê-lo por causa de suas convicções.

Para se justificar dessa atitude dúbia, ele apela à sua ideologia: “Continuava só por compromisso cívico, por coerência [doutrinária]. Alguém tinha de fazer o trabalho sujo, e eu era um desses, e ainda sou. É como para um soldado ir à guerra. Se o Estado decide que tem que ir à guerra, tem que ir”. Qual é o “Estado” que o obriga a fazer abortos e ao qual ele tem que obedecer? Será o Partido Socialista? Não o diz…

Ele acrescenta uma coisa que é sabida, mas que na boca de um abortista tem seu peso. Assim como ele não fica sereno quando tem que praticar um aborto, também “não estão [serenas] as mães que durante tantos anos passaram por minha consulta. Jamais vi uma contente com seu aborto. Pelo contrário, muitas são devoradas para sempre pelo sentimento de culpa”. […] “Quando volto a vê-las, dizem-me: ‘Doutor, ainda tenho aquela cicatriz, que eu levarei para a sepultura’”.

Diante disso tudo, ele deveria ser coerente e deixar de fazer os abortos e, a fim de reparar seus inúmeros pecados, lutar contra a prática abortiva. Mas, não: “Logo raciocinas e te dizes que para muitas delas teria sido pior não fazê-lo, e segues adiante, absolvendo-te a ti mesmo”. Assim se embota uma consciência e se chega mesmo a negar a verdade conhecida como tal. Foi o que ocorreu no dia 29 último no STF.

*       *       *

Há pouco o Papa Francisco estendeu a todos os sacerdotes a absolvição nos casos de aborto, o que antes era reservado aos bispos e motivo de excomunhão. Sem considerar outros aspectos muito delicados da questão, a atitude do Pontífice tem sua contrapartida: procura-se espalhar a impressão de que esse crime hediondo — como o é o assassinato de seres inocentes — ficou transformado num pecado comum que pode ser absolvido por qualquer sacerdote. O que diminui o horror que todo católico bem formado deve ter a esse gravíssimo pecado que clama aos céus e, sobretudo, leva muitas mulheres católicas a abortar, já com a intenção de depois se confessar com qualquer sacerdote…

Plinio Maria Solimeo é escritor e colaborador da ABIM

Fonte: Agência Boa Imprensa – (ABIM)


De onde veio este papo de fundamentalismo?

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Pe. José Eduardo de Oliveira e Silva

Quando você expõe um argumento racionalmente, com todo rigor metodológico, apresentando fontes primárias, documentação farta, e o seu interlocutor lhe fixa o rótulo de “fundamentalista”, inicialmente você tolera, mas depois começa a desconfiar que a recorrência da ideia não é casual…

De fato, hoje em dia, quanto mais uma pessoa repete chavões como quem pontifica infalivelmente, respaldado pelo chorum uníssimo da coletividade, mais é necessário averiguarmos qual a origem do bordão, essa sim, quase sempre infalivelmente ignorada pelo acusador.

O termo em questão foi uma invenção de teólogos conservadores presbiterianos e batistas que, por volta de 1910, para se distinguirem de teólogos “liberais”, acabaram por se autodenominarem “fundamentalistas”.

Contudo, a noção de “fundamentalismo” sofreu uma mutação, e esta sua nova acepção foi criada propositalmente para liquidar com a resistência religiosa ao secularismo-laicismo imposto pelos agentes globalistas com sua nova ética relativista.

Numa obra muito conhecida sobre o tema, Karen Armstrong afirma que o “fundamentalismo” é um fenômeno recente, característico do final do século passado.

“Um dos fatos mais alarmantes do século XX foi o surgimento de uma devoção militante, popularmente conhecida como ‘fundamentalismo’, dentro das grandes tradições religiosas. Suas manifestações são às vezes assustadoras. Os fundamentalistas não hesitam em fuzilar devotos no interior de uma mesquita, matar médicos e enfermeiras que trabalham em clínicas de aborto, assassinar seus presidentes e até derrubar um governo forte. Os que cometem tais horrores constituem uma pequena minoria, porém até os fundamentalistas mais pacatos e ordeiros são desconcertantes, pois parecem avessos a muitos dos valores mais positivos da sociedade moderna. Democracia, pluralismo, tolerância religiosa, paz internacional, liberdade de expressão, separação entre Igreja e Estado – nada disso lhe interessa” (Karen Armstrong, Em nome de Deus. O Fundamentalismo no judaísmo, no cristianismo e no islamismo, Companhia das Letras, São Paulo, 2009, p. 9).

Pouco mais abaixo, a autora explicita ainda mais o motivo pelo qual seria necessário enquadrar os tais “fundamentalistas”: “Em meados do século XX acreditava-se que o secularismo era uma tendência irreversível e que nunca mais a fé desempenharia um papel importante nos acontecimentos mundiais. Acreditava-se que, tornando-se mais racionais, os homens já não teriam necessidade da religião ou a restringiriam ao âmbito pessoal e privado. Contudo, no final da década de 1970, os fundamentalistas começaram a rebelar-se contra essa hegemonia do secularismo e a esforçar-se para tirar a religião de sua posição secundária e recolocá-la no centro do palco” (Ibidem, p. 10).

Em outras palavras, a preocupação fundamental da autora é assegurar aos agentes secularistas que continuem expandindo-se vorazmente, corroendo as raízes religiosas do ocidente, confinando os “religiosos” em sua intimidade até que os mesmos sejam totalmente aniquilados, e o homem pós-moderno possa continuar sendo alvo de um projeto pseudo-civilizatório irreligioso.

“No início de seu monumental Projeto Fundamentalista, em seis volumes, Martin E. Marty e R. Scott Appleby afirmam que todos os ‘fundamentalismos’ obedecem a determinado padrão. São formas de espiritualidade combativas, que surgiram como reação a alguma crise. Enfrentam inimigos cujas políticas e crenças secularistas parecem contrarias à religião. Os fundamentalistas não vêem essa luta como uma batalha política convencional, e sim como uma guerra cósmica entre as forças do bem e do mal. Tentam aniquilá-lo e procuram fortificar sua identidade sitiada através do resgate de certas doutrinas e práticas do passado. Para evitar contaminar-se, geralmente se afastam da sociedade e criam uma contracultura; não são, porém, sonhadores utopistas. Absorveram o Racionalismo pragmático da modernidade e, sob a orientação de seus líderes carismáticos, refinam o ‘fundamental’ a fim de elaborar uma ideologia que fornece aos fiéis um plano de ação. Acabam lutando e tentando ressacralizar um mundo cada vez mais cético” (Ibidem, p. 11).

A obra citada por Karen Armstrong é a maior enciclopédia sobre o  “fundamentalismo”, composta em cinco volumes, escrita ao longo de quatro anos e conduzida sob os auspícios de – nada mais, nada menos que – a Fundação MacArthur, que patrocina centenas de projetos de pesquisa científica.

Trata-se de uma ação coordenada e inteligente para bloquear a resistência religiosa à Nova Ordem Mundial pela via da estigmatização verbal: qualquer tipo de pretensão pública da religião ou das pessoas religiosas deve ser taxada implacavelmente como “fundamentalista”.

Para eles, a religião deve ser aprisionada na vida privada, até desaparecer por completo. Toleram momentaneamente conviver com ela, desde que se restrinja à intimidade de cada indivíduo e não tenha nenhuma incidência na coletividade. E tudo em nome de um secularismo que precisa se impor, a despeito da reação espontânea do povo, que anseia pela transcendência, pela espiritualidade.

O pior é que muitos que se presumem espertos, até mesmo dentro da Igreja, acabam por apregoar justamente este conceito, construído para exterminá-los. Caíram numa armadilha preparada justamente para não ser percebida, e caíram feito patinhos. Sucumbiram à sua própria ausência de fundamentos e, chamando os outros de “fundamentalistas”, não perceberam que foram induzidos a fazê-lo e que o uso indiscriminado do termo “fundamentalismo” favorece unicamente um esquema de poder.

Pe. José Eduardo, Doutor em Teologia Moral e pároco da Diocese de Osasco.

Fonte: Agência Boa Imprensa – (ABIM)


Pastor culpa fãs de death metal por atentados em Paris

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O pastor Steven Anderson, da organização religiosa americana Faithful Word Baptist Church, tem sido alvo de polêmicas após culpar os fãs de death metal pelos atentados terroristas em Paris na última sexta-feira (13).

“Quando você vai a um show de death metal, mortes podem acontecer, afinal o death metal adora a morte. E aí alguém é morto e as pessoas ficam chocadas”, disse. “Se eles gostam de adorar o satã, então que os adoradores de satã entrem e atirem neles. É nisso que eles deveriam pensar antes de ir a um show de death metal”, continuou o pastor, que ficou famoso no ano passado por rezar pela morte de Barack Obama.

O religioso fez diversas referências e ataques ao Eagles of Death Metal, banda que tocava no clube Le Bataclan, onde 89 pessoas foram assassinadas durante um dos ataques. “Os terroristas são assassinos, mas ninguém deveria estar num show adorando o satã com esses drogados e gays”, disse sobre o grupo de Josh Homme e Jesse Hughes que, apesar de nome, não toca death metal.

Em nota oficial no Facebook, a banda se pronunciou pela primeira vez após os ataques nessa quarta-feira (18). Os músicos garantiram que estavam seguros e lamentaram o ocorrido em Paris, mas declararam orgulho por agora fazer parte da resistência ao terror.

Fonte: iG ON


ABRIR ESTRADAS, MAS FECHAR DESVIOS

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De Jacinto Flecha

Quando a mãe ensina o bebê a dar os primeiros passos, pode estar iniciando a trajetória de um grande velocista. Mas pode também estar ensinando-o a caminhar para um precipício. Nenhuma mãe deixará de ensinar, pois o normal é o filho aprender a andar. Se depois contraria advertências sensatas e envereda por caminhos perigosos, será dele a responsabilidade. E também serão dele as consequências.

Ao longo da vida, a cada instante é necessário tomar conscientemente uma decisão, escolher entre o caminho certo e o errado, entre o melhor e o pior, entre o bem e o mal. A assistência da mãe, a instrução do professor, a ordem do superior, são elementos indispensáveis para orientar rumo à decisão certa. Cada decisão pelo caminho certo torna as seguintes mais fáceis, e elas quase se transformam em reflexos automatizados. São mais seguros os caminhos percorridos, estradas conhecidas, doutrinas comprovadas, mas persiste sempre a possibilidade de encurtar caminhos, investigar novas possibilidades. Ou tomar o caminho errado.

         Nenhuma novidade nos conceitos expostos até aqui. Mas pode ser novidade para muitos que os progressos da ciência confirmam cada vez mais a boa prática doméstica, escolar ou profissional conhecida desde sempre. Entre as inúmeras áreas científicas atuais, a Neurociência progride muito no entendimento da nossa ampla, complexa e grandiosa estrutura neurológica, desde o seu centro no cérebro até o mais distante sensor epidérmico ou conexão neuromuscular.

         Não vamos enveredar pelo estudo desses labirintos de extrema complexidade, vou apenas lembrar alguns progressos científicos da área, que me têm chegado ao conhecimento. E farei uma aproximação oportuna deles com as práticas que toda boa mãe conhece e aplica, sem para isso necessitar de grandes estudos.

O ensino se faz frequentemente pela repetição da mesma tarefa. Não basta mostrar a um bebê como deslocar um pé depois do outro, em seguida deixá-lo alcançar sozinho o automatismo e segurança dos movimentos. Para atingir esse ponto ele deve ser amparado e sustentado, enquanto comete erros e quedas assistidas. E nem se opõe a isso, que lhe parece um divertimento.

Numa fase posterior, quando já consegue andar sozinho e adquire autonomia de movimentos, pode querer usá-los para o que é errado, perigoso ou inconveniente, e deve ser acompanhado com atenção para evitar riscos como fogo, objetos cortantes, escadas, etc. Pode achar bonito, por exemplo, espremer uma bisnaga de creme dental. Seu cérebro ainda não está preparado para entender por que não deve fazê-lo, daí ser necessário alguém proibir. Cabe à mãe impedir, e na medida do possível explicar por que não é bom. Deve até usar alguma violência física, se a criança insistir.

         Parece supérfluo entrar em detalhes tão elementares e evidentes, e eu não ocuparia com eles o leitor, se não fossem hoje tão desprezados. Desprezados por quem? Entre outros, por fazedores de leis, como a que proíbe aos pais e educadores castigos físicos aos birrentos, preguiçosos, refratários, “malfeitores”. Sim, malfeitores (entre aspas, por enquanto), pois o caminho deles será este, se não forem impedidos pelos educadores. Parafraseando o presidente JK, educar é abrir estradas; e acrescentamos: …mas fechar desvios. Impedindo aos pais e educadores o uso desse recurso válido, e muitas vezes necessário, resta saber quem se responsabilizará pelos desvios de conduta de quem não foi convenientemente educado: Os autores da lei? Os deputados que a aprovaram? O governante que a assinou?

         (E o que tem a Neurociência a ver com isso?)

         A Neurociência está desvendando um mundo maravilhoso, por meio de recursos tecnológicos como a ressonância magnética, que mapeia e estuda os caminhos das informações que entram no cérebro e são registradas, como também as que se originam no cérebro e comandam o organismo. Descobriu, por exemplo, que o trajeto dos estímulos nervosos se amplia e reforça, estabelece novas conexões à medida que seu uso se repete. Assim uma trilha se transforma em autoestrada, conectando-a com os caminhos secundários e desvios que surgem.

Na aprendizagem escolar, por exemplo, a forma de uma letra é percebida pelo sentido da visão; esse conhecimento é ampliado e reforçado enquanto a mão “desenha” a letra; e também quando o som da letra é repetido no bê-a-bá. Os três caminhos se reforçam. Os trajetos menos usados permanecem disponíveis, como alternativas em caso de necessidade. Por exemplo, quando se aprende a escrever com a mão direita, fica “analfabeta” a esquerda; mas se os movimentos com a direita são perdidos ou prejudicados, a esquerda pode ser treinada. Exigirá esforço, novo aprendizado, talvez punições, mas as estradas neurológicas estarão disponíveis.

         Recuso-me a admitir como válida uma “lei da palmada”, interferindo nesse processo e prejudicando-o. Quem inventou essa aberração legal, provavelmente não recebeu quando criança as palmadas corretivas que lhe eram devidas; ou então não bastaram as que recebeu. Em ambos os casos, ainda é tempo de aplicar o que faltou, com juros e correção monetária. E até com instrumentos mais eficientes.

(*) Jacinto Flecha é médico e colaborador da Abim

Fonte: Agência Boa Imprensa – (ABIM)


Foie gras e irracionalidade

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Gregorio Vivanco Lopes 

Os gregos antigos ficaram conhecidos como os pioneiros da filosofia; os romanos pelo seu corpo de leis; os medievais pelo seu cristianismo autêntico, que inspirou a filosofia escolástica e a arte gótica. Os séculos futuros poderão classificar nossa época como a da irracionalidade total.

A cada dia se nos impõe uma nova insensatez. Seja nas modas, no plano intelectual, nos costumes, nas leis que vão sendo aprovadas.

Evidências de furar os olhos e sobre as quais se assentaram durante milênios todas as civilizações, mesmo as mais diferentes e até opostas, são agora alegremente (ou imbecilmente) contestadas, apesar de decorrerem da própria natureza das coisas

Não, caro leitor, não vamos falar aqui da teoria de gênero. Poderíamos nos referir a ela, mas não é o nosso tema de hoje.

Vamos tratar de um assunto culinário, pois até lá chega a irracionalidade. Trata-se da proibição do foie gras (fígado gordo), uma iguaria muito apreciada.

O que é o foie gras? É um patê gorduroso feito com o fígado dilatado de patos, gansos ou marrecos. Essa dilatação pode ser o resultado orgânico de uma ave que se alimentou a seu bel-prazer e engordou muito, como pode também ser induzida, fazendo com que as aves sejam submetidas a uma vida confinada com alimentação forçada.

Quem não gosta de uma camada de foie gras no pão, seja no café da manhã ou como antepasto? Seria um erro achar que é uma iguaria apenas dos ricos. Quantos camponeses por esse mundo afora, e não só na França, criadores de aves, se beneficiam de vez em quando do foie gras extraído de um de seus animais mais gordos!

Pois bem, agora a Prefeitura Municipal de São Paulo aprovou uma lei proibindo o consumo de foie gras! Ele decorreria de uma crueldade para com as aves!

Poder-se-ia argumentar que alguns métodos de alimentação de animais são tão artificiais que, pelo que têm de exagerado, atentam contra a própria racionalidade humana. A admitir-se essa possibilidade, seria o caso então de proibir esses métodos, mas não de proibir toda e qualquer comercialização do foie gras.

Não vamos nos deter no aspecto legal, pois uma lei desse tipo só teria sentido se promulgada no âmbito federal. É ridículo obrigar o paulistano a deslocar-se até um município vizinho, como Guarulhos ou São Caetano, por exemplo, para servir-se de foie gras.

Segundo historiadores, os primeiros foie gras datariam de três mil anos antes de Cristo e teriam sido detectados pelos egípcios em gansos selvagens, imigrados às margens do rio Nilo. Os egípcios concluíram que algumas espécies de aves migratórias poderiam se superalimentar naturalmente, para conseguir sobreviver durante o inverno, ou para enfrentar longos trajetos migratórios. Eles começaram então a desenvolver a prática da engorda dos gansos, de maneira a obter o foie gras.

O foie gras também é citado na época romana. Horácio descreve um magnífico banquete, no qual o fígado de um ganso branco engordado com figos estaria no menu.

O chefe de cozinha Gabriel Matteuzzi,  formado na Escola Hofmann, em Barcelona, explica que a engorda ou confinamento de animais não se aplica apenas aos patos e gansos, mas também aos bovinos, galinhas e perus, para que deem mais carne. “Vamos proibir tudo isso? Vamos proibir a pesca de arrastão, porque prejudica nossa fauna marinha? […] Essa lei abrirá precedente para futuras leis? Ou simplesmente estamos perdendo nosso poder de livre-arbítrio?” questiona ele. (“Folha de S. Paulo”, 23-5-15)

A proibição do foie gras é mais um exemplo da influência deletéria exercida por certa corrente ecologista radical que nega o preceito bíblico de que os animais devem estar submetidos ao homem e servi-lo. Para essa corrente, haveria uma igualdade de direitos entre homens e animais, o que é frontalmente contrário à ordem da Criação e ofende o Criador.

Relata a Sagrada Escritura: “Então Deus disse: ‘Façamos o homem à nossa imagem e semelhança. Que ele reine sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos e sobre toda a terra, e sobre todos os répteis que se arrastem sobre a terra’” (Gen. 1,26).

(*) Gregorio Vivanco Lopes é advogado e colaborador da ABIM

Fonte: Agência Boa Imprensa – (ABIM)


Rachel Sheherazade dispara: ‘Acredito em ex-gay’

Jornalista fala sobre os homossexuais durante entrevista(Divulgação/SBT)

Jornalista fala sobre os homossexuais durante entrevista(Divulgação/SBT)

A jornalista paraibana Rachel Sheherazade, 41, participou recentemente do programa de Marcelo Bonfá, 50, na internet e deu algumas declarações polêmicas por lá.

Na ocasião, a âncora do “SBT Brasil” afirmou que acredita que um homossexual pode se tornar heterossexual. “Trabalho com muitos gays na TV. Não é a sexualidade que define o caráter das pessoas. Acho que nenhum evangélico é contra os gays. O cristianismo diz que devemos abraçar a todos. Acredito que exista ex-gay. Conheço pessoas que eram homossexuais e deixaram de ser por questões religiosas e também por outras razões”, falou ela.

Rachel também disse que se considera uma pessoa forte e batalhadora. “Sou mulher-macho. A conotação aqui no Sudeste é diferente. Quero dizer que sou uma mulher de garra e de opinião”, explicou a jornalista.

Fontes: Yahoo! e Youtube


“Os jovens matam porque foram esquecidos pelo estado” – um mito favorito da esquerda

Enterro de uma das vítimas do estupro coletivo em Castelo do Piauí

Enterro de uma das vítimas do estupro coletivo em Castelo do Piauí

 

Por

O naturalista suíço Louis Agassiz tinha uma obsessão pelo racismo científico. Acreditava que as etnias eram espécies humanas separadas e que misturá-las transformava os homens em delinquentes e degenerados.

Ao visitar o Brasil, em 1865, Agassiz deu uma olhadela pelas ruas do Rio de Janeiro e pensou ter entendido a causa da pobreza e da criminalidade do país. “Quem duvida dos males da mistura de raças que venha ao Brasil, pois não poderá negar uma deterioração decorrente da amálgama de raças”, escreveu ele.

Agassiz foi vítima de dois erros. O primeiro é a falácia de relação e causa. Ele observou dois fenômenos acompanhados (mestiçagem e pobreza) e acreditou que um era a causa do outro. Também usou suas próprias bandeiras políticas para explicar o mundo — uma armadilha mais ou menos assim: “eu defendo X; se algo acontece de errado no mundo, eu vou logo acreditar que é por falta de X e que não há outra solução senão X”.

Muita gente comete esses mesmos erros ainda hoje. De forma tão descuidada quanto o naturalista suíço, estão usando suas bandeiras políticas — a educação pública, a luta contra a miséria e a desigualdade — para explicar por que os jovens cometem crimes.

Por exemplo, quando o ciclista foi esfaqueado na Lagoa Rodrigo de Freitas por menores de idade, o jornal Extra sugeriu que os garotos se tornaram assassinos porque não tinham ido para a escola:

 

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Já a jornalista Claudia Colucci, ao falar sobre o silêncio ao redor do terrível estupro de quatro jovens no Piauí, parece ter esclarecido o que motivou os quatro menores envolvidos no crime:

Quem são esses menores? Semianalfabetos, usuários de drogas, miseráveis, com famílias desestruturadas e com histórias de loucuras, abusos e abandono.

É o caso de perguntar: o analfabetismo e a pobreza, que atingem dezenas de milhões de brasileiros, levam mesmo os homens jovens a raptar, torturar, estuprar, furar os olhos, apedrejar e jogar do penhasco meninas indefesas?

É verdade que, em muitos casos, a baixa educação e alguns fatores econômicos acompanham a violência. Mas daí há um bom caminho para provar que um é a causa do outro. É bem provável, por exemplo, que as centenas de piauienses que foram ao enterro de uma das vítimas e se consternaram com o caso tinham o mesmo perfil de escolaridade e renda dos agressores.

O próprio Piauí contraria a tese de que a miséria causa violência. Depois do Maranhão, é o estado mais pobre do Brasil. E um dos menos violentos — a taxa de homicídios só é menor em São Paulo e Santa Catarina.

Agora, imagine se multiplicássemos a população do Piauí por cinquenta e cortássemos 40% do seu território. Chegaríamos a um país como Bangladesh, onde 150 milhões de miseráveis convivem com uma das menores taxas de homicídio do mundo – apenas 2,7 homicídios por 100 mil habitantes, um décimo da taxa brasileira.

O perfil de internos de prisões para menores de idade também contraria a crença de que agressores são vítimas da miséria. Uma pesquisa da Fundação Casa de Campinas de 2013 mostra que, de 277 internos, 80% vêm de famílias com casa própria, e metade têm renda superior a 2 mil reais. As taxas de escolaridade dos menores presos eram similares às de fora da cadeia.

Se não é a pobreza, seria então a desigualdade o motor da violência? Essa eu deixo com o psicólogo americano Steven Pinker, autor de um excelente compêndio sobre violência humana, o livro Os Anjos Bons da Nossa Natureza. Pinker aponta uma falácia de relação e causa: países mais desiguais geralmente são mais violentos, mas isso não quer dizer que desigualdade cause violência:

O problema de invocar a desigualdade para explicar mudanças na violência é que, embora ela se correlacione com a violência se compararmos estados e países, não se correlaciona com a violência ao longo do tempo em um estado ou país, possivelmente porque a verdadeira causa das diferenças não é a desigualdade em si, mas características estáveis como a governança do estado ou a cultura, que afetam tanto a desigualdade como a violência.

Um exemplo que Pinker fornece é o dos Estados Unidos: a desigualdade atingiu um mínimo em 1968, quando a criminalidade estava no auge, e subiu entre 1990 e 2000, enquanto a violência despencou.

Outra razão sempre citada são as famílias desestruturadas. Crescer sem o pai ou a mãe leva os jovens ao crime? Difícil saber. Segundo o IBGE, em 16% das famílias brasileiras, a mãe cuida sozinha dos filhos (famílias só com o pai e os filhos são outros 2%). Mas 0,01% dos adolescentes comete crimes violentos (a confiar na estatística de quem é contra a redução da maioridade penal).

O mais provável, nesse caso, é a relação inversa: em ambientes com maior criminalidade, é mais comum haver mães solteiras. Os filhos delas acabam virando criminosos não por falta do pai, mas porque crescem num ambiente criminoso.

Pinker tem um raciocínio parecido:

Embora filhos indesejados possam vir a cometer crimes ao crescer, é mais provável que as mulheres em ambientes propensos ao crime tenham mais filhos indesejados do que a indesejabilidade cause diretamente o comportamento criminoso.

A ideia de que a ausência do estado causa todos os problemas do mundo é sedutora. Mas na hora de estudar as origens da violência é melhor deixar ideologias de lado.

______________________

Uma recente manchete da Folha de S. Paulo reproduz a denúncia que publiquei há dois meses.  A afirmação de que adolescentes cometem menos de 1% dos crimes violentos é falsa, baseada numa estatística que não existe.

A reportagem foi além e descobriu dados interessantes. Em sete estados, a participação de menores nos crimes violentos é igual ou superior a 10%. No Ceará e no Distrito Federal, de acordo com as secretarias de segurança, os crimes cometidos por menores de idade passam de 30% do total.

 

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Valeria a pena cavoucar um pouco mais os dados fornecidos pelos governos estaduais. Esses 30% no Ceará e no Distrito Federal parecem tão falsos quanto o “menos de 1%” divulgado pelo governo Dilma.

Homens adolescentes são mais violentos que a média da população, mas não mais violentos que adultos jovens. Em quase toda sociedade humana, o comportamento violento começa aos 15 anos e atinge o pico entre os 18 aos 24 anos. Seria necessário que os menores de idade fossem uma parcela muito alta da população para serem responsáveis por tantos crimes.

Leandro Narloch é jornalista e autor do Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil, e do Guia Politicamente Incorreto da História do Mundo, além de ser co-autor, junto com o jornalista Duda Teixeira, do Guia Politicamente Incorreto da América Latina, todos na lista dos livros mais vendidos do país desde que foram lançados.

Que tal boicotar todas as marcas que apoiam os direitos LGBT?

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O comercial do Dia dos Namorados elaborado pela marca de cosméticos e perfumes O Boticário se transformou na maior batalha nas redes sociais desde as eleições do ano passado.

A peça publicitária mostra diversos casais se presenteando no dia 12 de junho, entre eles um casal formado por dois homens e outro, por duas mulheres. A reação das camadas mais conservadoras da sociedade foi intensa: primeiro, tentando mobilizar as pessoas para votar em “não gostei” no vídeo no YouTube. Em seguida, teve quem defendesse o boicote à marca devido ao apoio à população LGBT.

A internet, é claro, não perdoou e logo começou a citar a incoerência do raciocínio. Assim, surgiu o Tumblr Aproveita e Boicota Também – que, como o próprio título mostra, dá a dica de todas as marcas que o pessoal precisaria boicotar pra manter a coerência.

Afinal, a inclusão de casais homossexuais em propagandas não é nada de novo. A tradicionalíssima joalheria Tiffany já fez isso no início do ano e aqui mesmo no Brasil a companhia aérea Gol incluiu dois homens em seus comercias do Dia das Mães.

Dentre as marcas citadas no Tumblr, estão algumas das mais conhecidas e poderosas empresas do mundo, como o Mc Donald’s, a Coca-Cola, a Pixar e o Facebook. Quem quiser levar adiante a ideia terá dificuldade em dizer adeus a todos os produtos dessas marcas, veja mais campanhas publicitarias pró-LGBT pelo mundo!

Em uma recente peça publicitária na Holanda, a Coca se posiciona: “Nós escolhemos a felicidade em vez da tradição”:

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A página do Facebook em português da Motorola fez um post celebrando as mais diversas formas de amor:

Escolha amar quem te completa, quem te faz feliz. Escolha amar da sua maneira, pode ser de um jeito intenso ou sereno. #EscolhaOAmor e prepare-se para celebrar a diversidade das escolhas! (>^_^)>♡<(^o^<)

Posted by Motorola on Terça, 2 de junho de 2015

No exterior, a rede de cafeterias Starbucks e o sorvete Magnum, da Kibon, já fizeram comerciais com drag queens:

A gigante Unilever, que controla mais de 400 marcas como Axe, Dove, Seda, Omo e Rexona, colocou um beijo entre dois rapazes nesse anúncio de um xampu:

Fonte: POP


Aos Cristãos de Esquerda

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Há tempos vimos desenvolvendo uma crítica ainda fragmentária do pensamento de missão integral e do que chamamos, grosso modo, de “esquerda evangélica”. Esperamos ser capazes de organizá-la um dia em um documento único. Por hora, segue um pequeno excerto de 5 minutos das palestras que ministrei na Escola Teológica Charles Spurgeon, em Fortaleza, tratando sobre a Esquerda e o Desespero do Infinito.

 

Guilherme de Carvalho
Fonte: Genizah

Mara Maravilha pede perdão ao público gay durante show

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Dois anos após polêmica, Mara Maravilha canta em boate gay e volta a falar a sua opinião sobre os homossexuais

Publicado na Caras

Mara Maravilha se surpreendeu com o carinho do público ao cantar em uma boate gay no último final de semana. Ela subiu ao palco para relembrar sucessos dos anos 80, como Liga Pra Mim e Não Faz Mal. Após os boatos de que seria homofóbica por causa da repercussão de algumas declarações há dois anos, ela fez questão de esclarecer novamente a sua opinião e pediu perdão aos fãs homossexuais.

“Nunca tive nenhuma intenção de desrespeitar e magoar ninguém, mas se de alguma forma alguém se sentiu ofendido, peço perdão”, afirmou ela, que concluiu: “Me disseram que não era para eu vir aqui, que vocês não me amavam, mas mesmo estando há 3 dias com uma forte gripe, que quase me impediu de vir, estou aqui porque tenho convicção que da minha parte nunca houve nenhum preconceito, porque o meu Deus se chama amor”.

Em 2013, Mara ficou no meio de uma polêmica depois de entrevista no programa Morning Show, em que disse ser a favor do projeto de lei que autoriza psicólogos a tratarem a homossexualidade como doença, a chamada ‘cura gay’. No entanto, ela disse sua declaração não foi entendida na época. “Estou sendo mal interpretada! Nunca disse que gay é aberração! Não levanto nenhuma bandeira política oportunista. Em todas estas calúnias contra mim, o que vai prevalecer é a minha conduta de respeito e amor ao próximo, sem fazer acepção de pessoas. Aberração é a falta de democracia e liberdade de expressão. Bullying é aberração. Não vou me intimidar, continuo contando com o bom senso e a inteligência de todos independente de suas escolhas sexuais, religiosas e políticas. No demais Vai Tudo Bem, e não pretendo comentar mais sobre o assunto. Porque o justo não se justifica”, contou, na época.

Via: Pavablog


Sardonyx: vocalista se posiciona quanto ao fato da banda ser cristã

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Numa provável resposta às declarações recentes do vocalista do Stryper, que disse que a banda não deveria ser rotulada como cristã, Tom Denlinger (vocal do Sardonyx) resolve deixar claro via Facebook que a Sardonyx é sim uma banda cristã, cuja missão é fazer discípulos para Cristo de todas as nações. Confira o post traduzido:

“SARDONYX é uma banda cristã?

Sim.

Embora SARDONYX atualmente não é uma banda ativa ao vivo, deixe-me assegurá-lo que nós sempre nos consideramos não só uma banda cristã (todos seguidores de Jesus Cristo), mas também uma banda de “Ministério” (ativamente a obedecer Seu mandamento de fazer discípulos de todas as nações – Mateus 28.19-20). E continuamos a viver hoje este comando em nossas vidas pessoais e procuramos ativamente encorajar outras bandas mais jovens, que sentem uma chamada para seguir as nossas pisadas. Nós nos vemos como soldados sob o comando (2 Timóteo 2.1-4). Somos embaixadores por Cristo (2 Coríntios 5.20) – se estamos no palco, ou não. O que isso significa para nós é que vamos sempre usar cada oportunidade (Colossenses 4.5) para compartilhar o amor de Jesus Cristo com nosso público e desafiá-los a entregar suas vidas a Ele. Nossas letras são claramente ensinando a Bíblia e adorando-O com todo o nosso coração. Vamos sempre dar glória para Ele (Colossenses 3.17). Vemos a necessidade de uma clara separação entre nós e o mundo. A Bíblia é muito clara sobre nossa necessidade de pensar dessa forma (2 Coríntios 6.14-18). Eu não posso ser um seguidor de Jesus Cristo e fã de alguém que O odeia e é governado por Satanás. Esta é uma verdade difícil para algumas pessoas a seguir – especialmente aqueles que querem fazem tanto dinheiro quanto eles podem e procuram desenvolver uma base à custa de uma parceria com o mundo secular de fãs. Mas aqui está o cerne da questão. Jesus disse que aqueles que O seguem vão ser odiados por serem chamados de “cristãos” (Mateus 10.22). E é por isso que muitos músicos cristãos escolheram não serem rotulados como uma banda “cristã”, então eles podem ter uma ampla base de fãs. Se optar por músicos cristãos, construir uma ampla base de fãs para fazer discípulos Dele, então recomendo-as. Mas se eles desenvolvem esta mais ampla base de fãs por apenas seu próprio ganho e vaidade pessoal, então eles optaram por comprometer os ensinamentos de Jesus e, portanto, abraçar uma parceria com o mundo. O tempo dirá.

Deixe-me esclarecer que eu sei que há muitas perspectivas diferentes sobre isso e eu só posso responder por mim mesmo. Eu também vejo a grande necessidade de lembrar nossos fãs que a Bíblia, de fato, diz o que eu esbocei acima. Quero proclamar publicamente que há pessoas e existem bandas-ministério como nós. E estamos ainda ativamente buscando Sua face para obter nossas ordens de marcha para o futuro.

Tom Denlinger – vocalista SARDONYX”

Fonte: Facebook

O que eu vi nas manifestações de março

O aspecto ideológico, pouco ressaltado pela mídia, esteve no âmago das manifestações

Gregorio Vivanco Lopes  

“Pela primeira vez em 30 anos de normalidade democrática, articula-se um movimento de massa que não teme defender ideias conservadoras”. Assim se referiu em editorial a Folha de S. Paulo (18-3-2015), ao analisar a manifestação tsunâmica que percorreu as ruas deste nosso querido Brasil em 15 de março último.

Esse caráter ideológico dos protestos foi pouco salientado pela mídia em geral, mas ele constituiu a espinha dorsal da manifestação.

Os gritos e os cartazes “fora Dilma”, “fora Lula”, “fora PT”, “impeachment já”, “comunismo, não”, “o Brasil jamais será vermelho”, “abaixo o foro de São Paulo”, “lugar de corrupto é na cadeia” – e tantos outros que pude ouvir e ver na manifestação em São Paulo e que se repetiram pelo Brasil afora –, tinham um fundo comum.

Esse denominador comum nem sempre estava explícito nas mentes dos manifestantes, e nem precisava estar, mas era ele que esclarecia as inteligências, determinava as vontades e dava firmeza aos passos.

Havia uma ideia difusa, mas poderosa e vivaz, de que o atual partido hegemônico no Brasil se afastou profundamente do sentir da Nação por ter-se tornado caudatário de utopias comuno-socialistas como o bolivarianismo venezuelano, o ecologismo indigenista de Evo Morales ou o kirchenerianismo corrupto argentino. Para não falar de um anti-americanismo odiento.

O desagrado profundo em relação ao escandaloso apoio que o governo dá aos movimentos de invasão de terras ou de casas, passando por cima da lei e da ordem, aí se manifestava. Na mesma linha, a política petista de dificultar ao máximo a integração cultural de nossos irmãos indígenas, confinando-os numa espécie de guetos chamados “reservas”, modelo de sociedade para a qual deve convergir a humanidade no futuro. Ademais de uma absurda luta de classes e de raças subjacente a uma política de cotas que há muito ultrapassou todo o bom senso.

Notava-se ainda a repulsa ao favorecimento indireto, mas efetivo, da corrupção, das drogas e do banditismo em geral, instrumentos auxiliares da ideologia petista para o desmantelamento da atual ordem de coisas, considerada “capitalista” e “elitista”, com o consequente mau humor em relação às polícias militares e mesmo ao Exército nacional, nos moldes do que ocorreu na revolução russa de 1917.

Como fica nisso a CNBB? Para alguns, ela seria uma espécie de departamento religioso do PT, enquanto o PT seria o braço político da CNBB. Seja como for, o apoio da CNBB ao programa ideológico do PT não pareceu surtir muito efeito. Desde que deixou de ter uma presença católica no panorama nacional, a CNBB teve seu prestígio muito minguado. Não parece que ela será de grande valia para manter em cena e atuante a ideologia socialo-petista.

Todos esses fatores estavam desigualmente presentes nos manifestantes de março, mais fortes em uns, menos em outros, mais explícitos nestes, mais difusos naqueles, porém atuando poderosamente no conjunto para a rejeição de um partido e de uma corrente ideológica que se apossou das rédeas da Nação e que a obriga a caminhar num rumo que ela não quer.

A presença na Avenida Paulista da Ação Jovem do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, com suas becas e seu estandarte dourado, marcou um ponto expressivo no conjunto.

No total, notava-se uma euforia calma, uma alegria de estar juntos, de sentir-se verdadeiramente brasileiros, com uma esperança que beirava a certeza de que aquele movimento era apenas o primeiro passo num caminho que não tinha mais volta atrás. O Brasil sentia a alegria de poder sacudir os grilhões, o antegosto de um corpo que percebia ser capaz de livrar-se do urso vermelho que o abraça e estrangula.

E tudo isso de modo bem brasileiro: sem violência, sem arroubos exagerados, sem artificialismos demagógicos. É o Brasil como ele é, na sua autenticidade, na sua bonomia, mas também na sua força avassaladora.

(*) Gregorio Vivanco Lopes é advogado e colaborador da ABIM

Fonte: Agência Boa Imprensa – (ABIM)


A desigualdade, uma injustiça?

Leo Daniele  

 

Corriam os anos 60. Estávamos no Viaduto do Chá, centro de São Paulo, realizando campanha contra uma reivindicação das esquerdas, quando um grupo de vermelhiformes desocupados pôs-se a gritar: “Queremos pão, queremos pão!” Não pareciam famintos, a não ser de agitação. Nossa resposta foi pronta: “Trabalha prá ter pão, trabalha prá ter pão!”

Os agitadores nada responderam à voz do bom senso, pois uma tréplica imediata dificilmente poderia provir de quem positivamente não queria nenhum serviço…

                É por isso que celebrei a notícia de que o Brasil terminou 2014 com a menor taxa de desemprego já registrada. Dos brasileiros pesquisados pelo IBGE em seis regiões metropolitanas (Belo Horizonte, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Porto Alegre), na média do ano ficaram sem trabalho 4,8%.(1) Os outros vão trabalhar e ter pão, e quem sabe mais alguma coisa. Vão aumentar, embora em grau modesto e sem desprezo pelos que não têm pão, a desigualdade entre os homens. Isso é mau?

                Aliás, a revista Catolicismo, informa em sua edição de fevereiro último, que houve uma “vertiginosa” melhoria econômica dos extremamente pobres. Segundo um relatório do Banco Mundial, “a população da Terra em estado de pobreza extrema caiu mais da metade nos últimos 30 anos. A porcentagem mundial dessa faixa era de 34,6% em 1990, caindo para 14,5% em 2011”.

                Como dizia meu velho professor de Economia Política na Faculdade de Direito do Largo São Francisco (São Paulo), o problema não é dividir o bolo, mas aumentá-lo. E é o que se pode obter, entre outras coisas, diminuindo o nível do desemprego e da ociosidade.

                Os vermelhiformes vão repetindo a surrada ladainha dizendo – e, pior ainda, pensando – que a desigualdade de riqueza tem aumentado no mundo e que isso é um mal em si. Ora, lemos no famoso e nunca refutado livro Reforma Agrária, Questão de Consciência, escrito e propagado nos anos 60 sob a liderança de Plinio Corrêa de Oliveira e reeditado em 2010, por ocasião dos 50 anos de sua primeira edição:

“Todos os homens ativos e probos têm igual direito à vida, à integridade física, à fruição de condições de existência suficientes, dignas e estáveis. Mas é justo que os mais capazes, mais ativos, mais econômicos tenham, além deste mínimo, o que produzirem graças a suas superiores possibilidades. Daí decorre legitimamente a diferenciação das propriedades em grandes, médias e pequenas, e quiçá a existência de uma classe condignamente remuneradamas sem propriedade”.

É a voz do bom senso e da justiça social segundo os princípios ensinados pela Igreja, como convém especialmente em nossos dias repetir. É o oposto à igualdade de escravos  a que o socialismo conduz. O Papa Leão XIII afirma que o socialismo leva a “uma odiosa e insuportável servidão para todos os cidadãos”.(2)

A desigualdade é ensinada na parábola dos talentos (3): A cada qual Deus dá em medida diversa e de cada um exige rendimento proporcionado.

_______________ 

Notas:

            1.“Jornal da Globo”, Edição do dia 29-1-15.

            2.Leão XIII, Encíclica Rerum Novarum, de 15 de maio de 1891 – “Editora Vozes Ltda.”, Petrópolis, pág. 11.

           3.Mt. 25, 14-30.

(*) Leo Daniele é escritor e colaborador da ABIM

 

 

 


 

 

 

 

Fonte: Agência Boa Imprensa – (ABIM)

 

 


A carta de uma psiquiatra sobre “Cinquenta Tons de Cinza” e 11 sinais de que você pode estar namorando um sociopata

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A carta de uma psiquiatra sobre ´´Cinquenta Tons de Cinza´´  
Por Miriam Grossman

Não há nada de cinza sobre os 50 tons de cinza. É tudo preto.
Deixe-me explicar.
Eu ajudo pessoas que estão quebradas por dentro. Ao contrário dos médicos que utilizam raios X ou exames de sangue para determinar porque alguém está com dor, as feridas que me interessam estão ocultas.
Faço perguntas, e ouço atentamente as respostas.
É assim que eu descubro porque a pessoa na minha frente está “sangrando”.
Anos de escuta atenta me ensinaram muito.
Uma coisa que eu aprendi é que: os jovens são totalmente confusos sobre o amor – para achá-lo, e mantê-lo. Eles fazem escolhas erradas e acabam sofrendo muito.
Eu não quero que você sofra como as pessoas que vejo em meu escritório, por isso estou avisando sobre um novo filme chamado “Cinquenta Tons de Cinza”. Mesmo se você não ver o filme, sua mensagem tóxica está se infiltrando na nossa cultura, e poderia plantar idéias perigosas em sua cabeça.
“Cinquenta Tons de Cinza” está sendo lançado no Dia dos Namorados, então você vai pensar que é um romance… mas não caia nessa.
O filme é realmente sobre uma relação doentia e perigosa, preenchido com abuso físico e emocional. Parece “glamouroso”, porque os atores são lindos, têm carros caros, e aviões (e Beyonce está cantando). Você pode concluir que Christian e Ana (os personagens do filme) são legais, e que o relacionamento deles é aceitável.
Mas não se permita ser manipulado! As pessoas por trás do filme só querem o seu dinheiro; eles não se preocupam nem um pouco com você ou seus sonhos.
Abuso não é glamouroso ou legal. Nunca é Ok, sob quaisquer circunstâncias.
Isto é o que você precisa saber sobre “Cinquenta Tons de Cinza”:
Christian Grey (personagem central do filme) foi terrivelmente negligenciado quando era uma criança. Ele está confuso sobre o amor, porque ele nunca experimentou a coisa real. Em sua mente, o amor está emaranhado com sentimentos ruins, como dor e com o constrangimento. Christian gosta de machucar mulheres de formas bizarras. Anastasia (a outra personagem) é uma menina imatura que se apaixona pelos olhares e pela riqueza de Christian, e segue totalmente os seus desejos.
No mundo real essa história acabaria mal, com Christian na cadeia e Ana em um abrigo – ou no necrotério… Ou Christian continuaria batendo em Ana, e ela sofreria como nunca.
De qualquer maneira, as suas vidas não seriam um conto de fadas. Acredite em mim. Como médica, estou lhe pedindo: não assista “Cinquenta Tons de Cinza”. Se informe, conheça os fatos e explique aos seus amigos por que eles não devem assistir também.
Aqui estão algumas das ideias perigosas (mentiras que serão inseridas em sua mente inconsciente) promovidas em “Cinquenta Tons de Cinza”:

  • A mentira -> As meninas querem caras como Christian: Grosseiro e que mande nela.
    A verdade -> Não! Uma mulher psicologicamente saudável evita dor. Ela quer se sentir segura, respeitada e cuidada por um homem que ela pode confiar. Ela sonha com vestidos de casamento, não algemas.
  • A mentira -> Homens querem uma garota como Anastasia: Calma e insegura.
    A verdade -> Um homem psicologicamente saudável quer uma mulher que sabe se defender por si mesma. Ele quer uma mulher que o corrija quando ele sair da linha.
  • A mentira -> Anastasia exerce livre escolha quando ela consente em ser machucada, então ninguém pode julgar a sua decisão.
    A verdade -> Lógica falha. Claro, Anastasia tinha livre escolha – e ela escolheu mal. A decisão auto-destrutiva é uma má decisão.
  • A mentira -> Anastasia faz escolhas sobre Christian de forma racional e distante.
    A verdade – > Christian constantemente serve Anastasia com álcool, prejudicando seu julgamento. Além disso, Anastasia se torna sexualmente ativa com Christian – sua primeira experiência – logo após conhecê-lo. Finalmente, Christian manipula Anastasia para assinar um acordo que a proíbe de falar a alguém que ele é um abusador. Álcool, sexo e manipulação – dificilmente seriam os ingredientes de uma decisão racional.
  • A mentira -> Os problemas emocionais de Christian são curados pelo amor de Anastasia.
    A verdade -> Apenas em um filme. No mundo real, Christian não mudaria de forma significativa.
    Se Anastasia quisesse ajudar pessoas emocionalmente perturbadas, ela deveria ter se tornado uma psiquiatra ou uma psicóloga.

A principal questão é que as idéias de “Cinquenta Tons de Cinza” são perigosas e podem levar à confusão e más decisões sobre o amor.
Existem grandes diferenças entre os relacionamentos saudáveis e não-saudáveis, mas o filme borra essas diferenças, de modo que você começa a se perguntar: “o que é saudável em um relacionamento? O que é doentio? Há tantos tons de cinza … Eu não tenho certeza…”
Ouça, é da sua segurança e do seu futuro que estamos falando aqui. Não há margem para dúvidas: uma relação íntima que inclui violência, consensual ou não, é completamente inaceitável.
É preto e branco. Não existem tons de cinza aqui. Nem mesmo um.

Fonte: Megmeekermd traduzido e adaptado por Psiconlinews – See more at: http://www.psiconlinews.com/2015/02/a-carta-de-uma-psiquiatra-sobre.html#sthash.2P9rCaFY.dpuf

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11 sinais de que você pode estar namorando um sociopata:

Será que aquela pessoa incrível que você ou alguém próximo a você começou a namorar pode na realidade ser um sociopata? Essa situação não é tão improvável quanto você imagina. Aproximadamente um em cada 25 americanos é sociopata, segundo a psicóloga de Harvard, a Dra. Martha Stout, autora do livro The Sociopath Next Door (O Sociopata Que Mora Ao Lado). Obviamente, nem todos os sociopatas são criminosos perigosos. Mas com certeza podem dificultar bastante a vida, dado que uma das características da sociopatia é o comportamento anti-social.

Veja a seguir 11 SINAIS DE ALERTA de que uma pessoa pode ser sociopata:

– SINAL DE ALERTA No. 1- Ter um ego exagerado.
O Manual de Diagnóstico e Estatísticas das Doenças Mentais (DSM-V) destaca que os sociopatas tem uma percepção exagerada de si mesmos. São narcisistas ao extremo, com um enorme sentimento de merecimento, escreveu o Dr. Seth Meyers, psicólogo clínico do Departamento de Saúde Mental do Município de Los Angeles, no site Psychology Today. Eles tendem a culpar os outros pelas próprias falhas.

– SINAL DE ALERTA No. 2 – Mentir e exibir um comportamento manipulativo.
Os sociopatas costumam enganar e manipular com frequência. Por quê? “Mentem por mentir. Mentem só para ver se conseguem enganar as pessoas. E às vezes contam mentiras maiores que terão efeitos maiores”, disse o Dr. Stout à Interview Magazine.

– SINAL DE ALERTA No. 3 – Demonstram uma falta de empatia.
“Essas pessoas não tem um mundo interior emocional significativo como a maioria das pessoas têm e talvez por causa disso não conseguem de fato imaginar ou ter a dimensão do mundo emocional das outras pessoas”, segundo relato de M. E. Thomas, diagnosticado como sociopata e autor do livro Confessions Of A Sociopath (Confissões De Um Sociopata), à radio NPR. “É algo que eles desconhecem por completo.”

– SINAL DE ALERTA No. 4 – Não sentem remorso ou vergonha.
O Manual DSM-V explica que o transtorno de personalidade anti-social indica que os sociopatas não sentem remorso, culpa ou vergonha.

– SINAL DE ALERTA No. 5 – Mantêm uma tranquilidade assustadora em situações de medo ou perigo.
Um sociopata talvez não demonstre ansiedade após um acidente de carro, por exemplo, disse M.E. Thomas. E pesquisas mostraram que enquanto pessoas normais demonstram medo quando vêem imagens perturbadoras ou são ameaçadas com choques elétricos, mas em geral os sociopatas não sentem isso.

– SINAL DE ALERTA No. 6 – Comportamento irresponsável ou extremamente impulsivo.
Sociopatas mudam rapidamente de objetivo para objetivo e agem no calor do momento, segundo o Manual DSM. Eles podem ser irresponsáveis com as finanças e obrigações.

SINAL DE ALERTA No. 7 – Têm poucos amigos.
Os sociopatas tendem a não ter amigos – pelo menos não amigos verdadeiros. “Os sociopatas não querem amigos, a não ser que precisem deles. Ou então todos os amigos têm apenas uma conexão superficial com eles, são amigos por associação”, afirmou o psicoterapeuta Ross Rosenberg, autor do livro The Human Magnet Syndrome (A Síndrome Do Imã Humano), ao The Huffington Post.

– SINAL DE ALERTA No. 8 – São encantadores – mas apenas superficialmente.
Os sociopatas podem ser muito carismáticos e simpáticos – pois sabem que vai ajudá-los a conseguir o que querem. “Eles são exímios vigaristas e sempre têm segundas intenções”, explicou Rosenberg. “As pessoas ficam tão surpresas quando descobrem que alguém é um sociopata porque conseguem encaixar-se muito bem no ambiente. São mestres na arte do disfarce. A principal ferramenta que usam para impedir que sejam descobertos é a criação de uma personalidade superficial”.
Como M.E. Thomas descreveu em um post para o site Psychology Today: “Se me conhecesse, gostaria de mim. Eu tenho o tipo de sorriso que é comum vermos em personagens de programas de TV e que são raros na vida real, com dentes perfeitos e brilhantes, capaz de expressar um sentimento agradável”.

– SINAL DE ALERTA No. 9 – Viver segundo o “princípio do prazer”.
“Se a coisa é prazerosa e eles conseguem evitar as consequências, eles o farão! Eles vivem a vida de forma acelerada – sempre de maneira extrema – buscando estímulos, excitação e prazer de qualquer maneira que conseguirem”, escreveu Rosenberg em Human Magnet Syndrome.

– SINAL DE ALERTA No. 10 – Demonstrar desrespeito pelas normas da sociedade.
Eles desrespeitam as regras e leis porque não acreditam que as regras da sociedade se aplicam a eles, escreveu o psiquiatra Dr. Dale Archer em um blog do Psychology Today.

SINAL DE ALERTA No. 11 – Ter um olhar “intenso”.
Os sociopatas não têm problema nenhuma em manter o contato olho no olho sem interrupção. “A incapacidade de desviar o olhar de maneira educada também é considerada como sendo agressiva ou sedutora”, M.E. Thomas escreveu para o site Psychology Today.

Fonte: Brasil Post – See more at: http://www.psiconlinews.com/2015/02/11-sinais-de-que-voce-pode-estar.html#sthash.BxC3HZf2.dpuf


A falência do multiculturalismo

O mundo tem vivido, nos últimos meses, senão anos, ações terroristas que só têm se multiplicado. É como se a barbárie estivesse reingressando no mundo civilizado, com o intuito de abalar os seus alicerces. “Explicações” que mais se parecem “justificações” procuram dar conta de um fenômeno, de natureza política e religiosa, como se fosse um problema social ou uma suposta incapacidade de o Ocidente em lidar com a diferença. O argumento beira o absurdo, como se as vítimas devessem se explicar, ou ainda, como se as vítimas fossem os verdadeiros algozes. O terror, por muitos, é “condenado” pelo uso de orações adversativas (mas!), enquanto o verdadeiro problema seria a islamofobia!

Boa parte disto se deve ao politicamente correto ter impregnado a nossa cultura, como se toda forma de existência cultural diferente do Ocidente ou qualquer comportamento fosse de igual valor aos princípios e valores universais que orientam as sociedades democráticas, tolerantes e pluralistas. É o tal do “direito à diferença”, como se, em nome dele, tudo valesse, mesmo as piores aberrações, entre as quais o terror islâmico.

Por que esse silêncio atroz em relação às mulheres, na verdade meninas, muçulmanas que são mutiladas sexualmente em vários países africanos por motivos religiosos? Trata-se de um mero exercício do “direito à diferença”? As diferenças culturais devem ser simplesmente respeitadas? Por que não o terror enquanto forma de contestação “diferente” dos valores do Ocidente?

Os atentados, na França, ao jornal “Charlie Hebdo”, a uma policial mulher e a um supermercado judaico de comida kosher são exemplos, particularmente claros, da falência do multiculturalismo. Nos anos 70 do século passado, a França sucumbiu ao politicamente correto, ao suposto “direito à diferença”, e abandonou, diria por razões ideológicas, o seu modelo de integração republicana dos imigrantes. Segundo esse modelo, as pessoas se integram individualmente à cultura reinante, obedecendo às leis e valores do país de adoção, seguem as regras da escola pública e reservam a sua diferença cultural e religiosa para a vida privada e familiar

Ora, em seu lugar, foram “reconhecidos” os valores da diferença, como se os imigrantes tivessem todo o direito de viverem à parte, seguir publicamente a sua cultura e, mesmo, impô-la à sociedade francesa. Note-se que os terroristas islâmicos eram de cidadania francesa, voltando-se contra os próprios valores republicanos franceses.

Quem foram os alvos de seus ataques?

Um grupo de jornalistas satíricos que exercia o seu próprio direito de liberdade de expressão. Em uma sociedade democrática, possuem todo o direito de assim fazê-lo. Os descontentes devem recorrer aos tribunais se se sentirem atingidos. O uso da violência e do assassinato não são “respostas”, salvo se as considerarmos como “justificadas” por uma suposta exclusão. Os supostos excluídos são os que, na verdade, querem impor os seus valores para a sociedade francesa e, também, em seus outros prolongamentos terroristas, para o mundo ocidental em geral.

Outro grupo foi constituído por policiais, também cruelmente abatidos. Um deles pediu clemência, inerte no solo, antes de ser assassinado. Ora, o que são policiais? Policiais são símbolos do Estado e, enquanto tais, devem ser reconhecidos. No momento em que policiais viram alvos de terroristas é o Estado, ele mesmo, que é atingido em um de seus pilares. Neste sentido, o objetivo dos terroristas consistia na destruição mesma do Estado, procurando suscitar a desordem pública e a generalização da violência.

Outro grupo foi o de judeus, atingidos, na “melhor” tradição nazista, pelo simples fato de serem judeus. É como se o terror islâmico procurasse relembrar, neste ano mesmo em que se rememora o terror de Auschwitz, que eventos semelhantes podem ocorrer novamente no futuro. Não é outra coisa que fazem quando pregam abertamente a destruição pura e simples do Estado de Israel.

Aqui há outro torpor do politicamente correto sob a forma da esquerdopatia reinante. Recentemente, Israel, em defesa própria, fez um ataque de helicóptero no lado sírio das Colinas do Golã, matando terroristas do Hezbollah e militares iranianos, entre eles um poderoso general da Guarda Revolucionária. Tal fato, de maior importância, não ganhou maior destaque como se não fosse uma anomalia que o Hezbollah e a Guarda Revolucionária iraniana estivessem na Síria preparando ataques visando à destruição do Estado de Israel.

Outra explicação seria, evidentemente, a de que os terroristas do Hezbollah e os militares iranianos lá estivessem fazendo turismo! Tudo terminando por se acomodar em um esquema mental onde todo exercício da diferença é justificado. É sempre “o mas”!

Um caso é particularmente exemplar de outro modelo de integração imigratória, independentemente de cultura, tradição e religião. Kirk Douglas, um dos maiores atores de Hollywood, é judeu, tendo nascido com o nome de Issur Danielovitch. Seus pais eram imigrantes da hoje Bielorrússia, que chegaram aos EUA no final do século XIX e início do XX.

Issur Danielovitch nasceu em 1916 e quando chegou à escola pública não falava inglês, tendo o ídiche como língua. Teve de se integrar à cultura americana, tornando-se fluente no inglês e veio a ser um dos maiores atores da história do cinema, representante por excelência da cultura americana. Serviu, inclusive, na Marina americana durante a Segunda Guerra Mundial. Se não tivesse se integrado, teria vivido à parte, exercendo, no linguajar modernoso de hoje, o seu “direito à diferença”. Não teria se tornado Kirk Douglas.

Hegel, em sua obra “Filosofia do Direito”, discorrendo sobre o Estado moderno, argumenta que não importa que a pessoa seja judia ou quaker, poderíamos acrescentar muçulmana, contanto que seja “homem”, a partir de sua integração em um Estado que expresse valores universais.

Denis Lerrer Rosenfield é professor de Filosofia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/opiniao/a-falencia-do-multiculturalismo-15274858#ixzz3RGEE8SkL
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DESPERTADOR DE SONÂMBULOS

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De Jacinto Flecha

Meu entusiasmo juvenil ante a perspectiva de curar as doenças (todas) levou-me a disputar com novecentos concorrentes uma das oitenta vagas na Faculdade de Medicina. Até então, as especialidades médicas conhecidas por mim e por meus 79 colegas limitavam-se a evidências como Oftalmologia, Otorrino, Cardiologia, Cirurgia. Durante o curso, outras especialidades nos foram apresentadas, muitas se somaram às que depois passamos a exercer, e hoje são reconhecidas mais de cinquenta. Dentro de cada uma dessas há sub-especialidades, muitas sub-sub já surgiram, e aumenta em proporção geométrica o número, que já não é pequeno. Será porque as doenças aumentaram?

As doenças aumentaram também, mas o principal motivo dessa multiplicidade são os volumosos conhecimentos acumulados pela Medicina. Além disso a tecnologia e a informática inventaram outras formas de exercer a profissão, e é bom não esquecer que ambas continuam provocando e criando doenças. Tudo isso tornou obrigatória uma divisão de tarefas, levando o médico a saber cada vez mais sobre cada vez menos.

Exerci longamente uma dessas especialidades, mas decidi ficar “fora do mercado”. Hoje minha especialidade extraprofissional é levantar problemas que quase ninguém levanta. Você pode até imaginar-me um desmancha-prazeres, mas prefiro considerar-me despertador de sonâmbulos. E já vou esclarecendo que a etimologia junta aí os conceitos de dormir e andar; e o dicionário define sonâmbulo como pessoa que anda e fala enquanto dorme; age de maneira desconexa, disparatada.

Estes dados linguísticos nos dão todo o direito de rotular como sonâmbulos os componentes de um casal desconexo, disparatado, que resolve constituir uma família e depois trabalha para destruí-la. Aponto exatamente para esses sonâmbulos as minhas flechas despertadoras de hoje. Você considera normal quem se casa para constituir uma família, depois passa a agir para destruição dela? Trata-se claramente de caso psiquiátrico, mas quase ninguém nota isso. E o pior é que casais assim transformam os próprios filhos em casos psiquiátricos, ou seja, desequilibrados mentais.

Os distúrbios mentais das crianças aumentam assustadoramente, e a grande variedade deles e dos seus sintomas chega a gerar dificuldades para a atualização do especialista em Psiquiatria infantil. Por isto mesmo esta sub-especialidade da Psiquiatria é candidata a gerar outras sub-sub, enquanto proliferam fatores modernos capazes de desequilibrar mentalmente as crianças.

Entre muitos outros fatores, podem produzir doenças mentais nas crianças brinquedinhos como videogames, internet, redes sociais, smartphones, tabletes. Zumbis infantis estão sendo produzidos em série, e os pais sonâmbulos contribuem para criá-los, presenteando os filhos com esses aparelhos de destruição mental. Bem pior do que isso, deixam os filhos cuidando da própria “educação”, ao invés de permanecer em casa para educá-los. E assim os entregam a uma verdadeira fábrica de zumbis, enquanto estão fora ganhando dinheiro… para educá-los. Você conhece atitude mais desconexa, mais disparatada?

Isto me leva de volta à escolha da especialidade. Sei que ela depende de fatores diversos, muitos dos quais alheios à própria vontade. Porém, se alguém procura uma especialidade com futuro garantido, e muito rendosa, sugiro escolher a Psiquiatria infantil. Pelo andar da carruagem, nunca faltarão clientes. Nem dinheiro para pagar os serviços do especialista, pois os responsáveis pelos pacientes trabalham fora de casa e ganham dinheiro. Quando esses sonâmbulos perceberem o que fizeram com os filhos, o psiquiatra pode entrar em cena e cobrar o que quiser, mesmo sabendo que as crianças nunca atingirão a normalidade. Normalidade só é possível em famílias normais. Eles serão seus clientes para toda a vida, e muitos outros estarão na fila.

Como você pode ver, minha atividade extraprofissional torna possível indicar oportunidades de trabalho decorrentes, por exemplo, da decadência dos costumes e do progresso tecnológico. Não lhe parece boa esta minha sugestão para especialidade? Você pode enriquecer à custa desses pais relapsos, irresponsáveis, sonâmbulos. Como eles trabalham para “educar” os filhos, não lhes faltará dinheiro para pagar os seus honorários. Enfie a faca, eles merecem…

(*) Jacinto Flecha é médico e colaborador da Abim

Fonte: Agência Boa Imprensa


10 características que todo pensador deve ter

Quer pensar de maneira crítica? Veja algumas dicas de como fazê-lo

Publicado no Universia Brasil

Fonte: Shutterstock

Fonte: Shutterstock

Aprender não é coisa fácil, não há dúvida quanto a isso. Contudo, refletir a respeito dos conceitos estudados pode ser um desafio ainda maior, afinal abandonar as ideias dos livros didáticos, por exemplo, para criar suas próprias não é uma tarefa simples. Se você tem interesse em desenvolver um pensamento crítico, veja abaixo algumas características que os pensadores têm e tente aplicá-las a sua rotina de estudos.

1 – Persistência é essencial

Os pensadores não desistem quando encontram dificuldade lendo um texto complexo ou se deparando com uma opinião divergente da sua. Na verdade, eles tendem a encará-los com entusiasmo, lendo-os por mero prazer. Além disso, os pensadores também escutam pacientemente as ideias dos outros para que assim, unindo suas leituras e experiências, possa articular seus argumentos autonomamente.

2 – Reflexões na ponta do lápis

Geralmente, a partir das várias ideias que têm, os pensadores escrevem textos. Não para postar nas redes sociais e mostrar o quão cult eles são, mas sim para se organizar e, consequentemente, raciocinar melhor diante de tantas nuances.

3 – Vive para aprender

Os pensadores são curiosos por natureza: perguntam incessantemente para saciar suas dúvidas. E não se desesperam quando não obtêm respostas, porque sabem que as perguntas valem mais que as respostas.

4 – É possível aprender a partir de tudo

Como bons curiosos, eles sabem que tudo tem uma história e, portanto, qualquer coisa é motivo para iniciar novos estudos. E eles podem ser bastante criativos fazendo isso, afinal eles criam seus próprios métodos de aprendizado.

5 – Opinião e fato não são equivalentes

Os pensadores têm plena consciência de que suas opiniões não são fatos, muito menos inquestionáveis. Isso porque eles articulam suas próprias ideias, ou seja, sabem que aquilo se aplica aos seus valores e experiências, mas podem não ter a mesma recepção com outras pessoas.

6 – Tudo se conecta, nada está isolado

Pensar implica em brincar com as ideias e os pensadores fazem isso por livre e espontânea vontade: vinculam conceitos aparentemente desconexos a todo instante tanto para analisar uma situação quanto apenas para fazer piada. Entretanto, independentemente de suas razões, ele faz isso refletindo tanto no fato por si só como sobre quais são as raízes dele.

7 – Não julgar é um de seus preceitos

O pensador valoriza demais as análises para julgar as pessoas por suas opiniões, porque ele sabe que para tê-las você teve que primeiro refletir para depois tirar conclusões, afinal ele mesmo passa por esse processo.

8 – Pode compartilhar sim

Por mais que eles não busquem aprovação de suas ideias, os pensadores as compartilham com o objetivo de socializá-las e, assim, criar um debate, afinal reconhecem que só dessa maneira podem continuar aprendendo.

9 – Sempre há uma novidade

Por mais cotidiana que seja a situação, eles a enxergam como nova, porque têm o hábito de encontrar padrões em tudo e ver as muitas facetas de um mesmo fato. Portanto, tudo é encarado como novidade.

10 – Complexidade e simplicidade

Eles sabem que o mundo pode ser visto tanto como complexo como simples, isto é, eles têm a habilidade de pensar de maneira simples um aspecto complexo da realidade e vice-versa.

 

Fonte: Livros e Pessoas


Pastor afirma que cristãos não devem fazer tatuagem por ser “uma prática pagã”

Justin Bieber tattoos

Por Tiago Chagas

 

Há muito tempo o tema tatuagem gera discussões no meio evangélico, com argumentos favoráveis e contra de todas as partes. Por muito tempo, foi consenso no meio pentecostal que “marcar a pele” era pecado, enquanto que algumas denominações neopentecostais definiam a questão como de “foro íntimo” de cada fiel.

Ainda sem um consenso entre as diferentes linhas de interpretação da Bíblia sobre o assunto, o pastor Pat Robertson definiu que o adorno é “inadequado para cristãos por ser uma prática pagã”. A afirmação foi feita durante seu programa The 700 Club na unidade norte-americana da emissora de TV Christian Broadcasting Network (CBN).

Um telespectador entrou em contato para dizer que “estava pensando em fazer uma tatuagem de Jesus” nas costas e pediu a opinião do veterano e polêmico pastor. Robertson não titubeou ao dizer que não aprovava a ideia.

“Você olha para a Bíblia, e está escrito para o povo não marcar o corpo e se cortar como pagãos fizeram. Tatuagem é uma prática pagã, e não cristã”, cravou Pat Robertson, citando Levítico 19:28: “Pelos mortos não dareis golpes na vossa carne; nem fareis marca alguma sobre vós. Eu sou o Senhor”.

Controvérsia

Muitas denominações já aceitam que os fiéis se tatuem, e há inclusive os que se posicionam dizendo que o papel das denominações é abrigar os cristãos, respeitando as experiências de fé de cada um. “A Igreja somos nós”, diz o pastor Steve Bentley, que montou um estúdio de tatuagens na sede da igreja que lidera.

Já o pastor Chris Seay, da Ecclesia Church, em Houston, Texas, rebate o argumento de Robertson dizendo que a passagem de Levítico tem como objetivo disciplinar o povo contra a idolatria, e não contra os adornos em forma de tatuagem: “O problema não era com as tatuagens, mas com o fato de que fazer uma tatuagem ou cortar o cabelo ou barba era um símbolo que na época era identificado como adoração a deuses pagãos”, argumentou, de acordo com informações do Christian Post.

Fonte: Gospel+


Os malefícios do fumo passivo ‘não estão comprovados’ pela ciência?

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Por Carlos Orsi

A regulamentação, pela presidente Dilma Rousseff, da lei que proíbe o fumo em espaços fechados de uso coletivo, como restaurantes ou escritórios, está causando alguma polêmica, principalmente entre as pessoas que acham que os direitos dos fumantes – e dos donos de empresas, bares, restaurantes – estão sendo violados.

Não cabe a este blog entrar no mérito da questão do direito individual versus poder do Estado, mas há um argumento, brandido pelos opositores da proibição, que merece um olhar cético: o de que os malefícios do fumo passivo “não estão comprovados” pela ciência.

Só para deixar claro: estão, sim. Os efeitos do fumo passivo são pesquisados há décadas, e o resultado tem sido tão consistente quanto constrangedor – para os tabagistas.

Em 1992, um levantamento de nove estudos sobre o assunto já concluía que a fumaça de tabaco, deixada no ambiente por um fumante, traz danos mensuráveis à saúde de quem mora com ele.

Claro, também saíram pesquisas – poucas – dizendo que a preocupação com o fumo passivo era bobagem. Mas, em 1998, análise estatística de 106 trabalhos a respeito do assunto, publicada no Journal of the American Medical Association, revelou que apenas 37% dos estudos diziam que o fumo de segunda mão era inofensivo, e que “o único fator associado à conclusão de que o fumo passivo não é prejudicial à saúde é o autor ser afiliado à indústria do tabaco”.

Em outras palavras, em mais de uma centena de estudos analisados, ter grana das fábricas de cigarro na jogada foi o fator determinante para que 37% deles chegassem à conclusão de que fumo passivo não faz mal.

Por fim, em 2004 a Agência Internacional de Pesquisa do Câncer (IARC, órgão ligado à Organização Mundial da Saúde) publicou um guia sobre o tema, onde afirma que o conjunto das pesquisas científicas disponíveis já permitia afirmar que a exposição passiva à fumaça de tabaco aumenta o risco de câncer de pulmão, numa elevação que vai de 12% (exposição no local de trabalho) a 30% (na convivência com um cônjuge fumante). Já o risco de problemas cardíacos aumenta de 25% a 35%.

Nada disso deveria surpreender: nem a indústria do cigarro disputa mais o fato de que a fumaça do tabaco é um veneno cancerígeno para quem a inala. É irrelevante, portanto, se essa inalação se dá de modo deliberado ou involuntário. No caso do consumo involuntário e indireto, o melhor que se pode esperar é alguma atenuação dos efeitos, já que a fumaça chega diluída pelo ar. E é exatamente isso que os dados empíricos e estatísticos mostram.

Como sociedade, podemos debater se um acréscimo de 12% no risco de câncer de pulmão (e de 25% no de doenças cardíacas), impingido aos não-fumantes por quem pita em locais fechados, justifica uma lei restritiva. O que não dá mais é para fingir, de boa-fé, que a única coisa ruim que o cigarro deixa no ambiente é o cheiro.

 

Fonte: Olhar Cético


Fã de Iron Maiden, Rachel Scheherazade diz não se preocupar com críticas a seu gosto musical

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A jornalista Rachel Scheherazade, após enfrentar uma maré de críticas por conta de sua postura contundente no telejornal do SBT, experimenta um momento de calmaria: renovou contrato com a emissora de Silvio Santos por mais quatro anos e prepara o lançamento de um livro com sugestões para mudar o Brasil.

Em sua estreia como escritora, Scheherazade diz que pretende trazer uma nova luz sobre temas em destaque atualmente: “Abordarei questões como corrupção, justiça, liberdade, cultura e valores”.

O livro será publicado pela editora Mundo Cristão, com quem Rachel diz compartilhar “princípios em comum, cristãos”, conforme declarações à colega Anna Virginia Balloussier, da Folha de S. Paulo.

A âncora do SBT Brasil diz ser apreciadora da “boa política, em prol da maioria”, e não descarta uma carreira na vida pública, apesar de também não revelar planos para fazê-la: “Minha missão hoje é como jornalista. Somos os olhos e a voz do povo. No futuro, não descarto a possibilidade. Acho que as pessoas de bem deveriam se interessar mais por política e entrar no jogo para virar o placar em favor dos justos. A política é, também, uma nobre missão”, argumenta.

Sem dizer explicitamente, Scheherazade dá a entender que, pessoalmente, não apoiará a presidente Dilma Rousseff (PT) em sua tentativa de reeleição: “Não revelo meu voto. Mas posso dizer que sou uma adepta da renovação constante na política”, pondera.

Fã de rock e da banda britânica de Heavy Metal Iron Maiden, Scheherazade diz que não teme ser criticada no meio evangélico por seu gosto musical e que isso não vai contra sua fé: “Gosto do Iron Maiden pela melodia das músicas, pela profundidade das letras, que abordam temas que vão de história mundial a questionamentos sobre vida e morte. No Evangelho, aprendi que devemos examinar tudo e reter o que é bom”, resume.

A revelação de que é fã da banda aconteceu recentemente, quando concedeu entrevista a Danilo Gentili, no The Noite. Confira no vídeo abaixo, a partir dos cinco minutos: http://www.youtube.com/embed/ojkhlZQ5iEU?showinfo=0

Scheherazade havia sido proibida pela direção de jornalismo do SBT de emitir opinião própria durante os telejornais, porém, após a renovação de contrato, foi definido que ela voltaria a opinar a partir de agosto, ao invés de apenas ler editoriais da emissora.

O site Pure People informou que o retorno das opiniões da jornalista será supervisionado pela direção do SBT. Scheherazade demonstra não se preocupar com isso: “Não cabe a mim questionar as decisões da diretoria. Tenho que acatá-las como qualquer outro colaborador do SBT. Mas sei que as opiniões vão voltar. É tudo uma questão de dar tempo ao tempo. Estou na contagem regressiva!”, afirmou.

 

Fonte: Gospel+


Luca Turilli não gosta do número da besta

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Por Vinicius Oliveira | Fonte: Blog do Mojo

Em publicação em sua página oficial no Facebook, o guitarrista Luca Turilli (LUCA TURILLI’S RHAPSODY, RHAPSODY OF FIRE) comentou sobre a simbologia do número 666.

“Honestamente, eu não gosto desse número. Evidentemente, não pelo próprio número, mas pelo seu atributo simbólico e sobre o que representa para a maioria das pessoas atualmente. Talvez as pessoas pensem que é legal adotar o 666 e usá-lo em sua vida cotidiana, porque este reflete o seu espírito rebelde, os faz sentir forte e contra a massa”, contou.

Nas últimas semanas, Turilli explicou alguns “conceitos místicos” que permearam a obra do Rhapsody. Ele ainda aconselhou os fãs a ficarem longe do número da besta: “As últimas descobertas científicas afirmam que toda a realidade é organizada em ondas e vibrações O tipo de energia atribuído ao número 666 é negativo, porque muitas pessoas, ao longo da história, foram mortas, sacrificadas e torturadas em nome deste número simbólico. Certamente é melhor evitá-lo”.

Atualmente, o Luca Turilli’s Rhapsody prepara o sucessor de “Ascending to Infinity” lançado em 2012 pela Nuclear Blast. A banda se apresentará no dia 15 de agosto no Metal Made Festival na República Tcheca.

 
Fonte: Rhapsody: Luca Turilli não gosta do número da besta http://whiplash.net/materias/news_815/203757-rhapsody.html?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+feedburner%2FiSMr+%28WHIPLASH.NET+-+Rock+e+Heavy+Metal%29#ixzz32Hgy9mab


Suicídio e sociedade

Sunset over Harbor and Sugar Loaf Mountain

Gregorio Vivanco Lopes

Um amigo contou-me que uma colega sua de trabalho, moça bonita, bem apessoada, por volta de 30 anos, casada, com um filhinho de poucos meses, foi acometida de uma doença que a deixou inchada, sobretudo o rosto, que ficou avermelhado e com protuberâncias.

Entrou numa depressão que a levou a atirar-se de um andar alto do edifício onde morava, morrendo instantaneamente.

Não conheci essa moça, mas o fato me impressionou e passei a refletir sobre ele. Quantos suicídios vão ocorrendo nos dias de hoje!

Mais de um milhão de pessoas cometem suicídio a cada ano no mundo. Trata-se de uma das principais causas de morte entre adolescentes e adultos com menos de 35 anos de idade.(1) Projeções da Organização Mundial de Saude, com base em tendências do final do século XX, indicam que em 2020 haverá cerca de 1,53 milhão de suicídios; sendo que 10 a 20 vezes mais pessoas tentarão suicidar-se em todo o mundo.(2)

No Brasil, estimativas sugerem que ocorram 24 suicídios por dia, mas o número deve ser 20% maior, pois muitos casos não são registrados. A quantidade de tentativas é de dez a 20 vezes mais alta que a de mortes. Entre os jovens, a taxa multiplicou-se por dez de 1980 a 2000: de 0,4 para 4.(3)

Normalmente é na juventude que a pessoa tem mais desejo de viver, tem planos, tem empreendimentos a realizar, tem ilusões. Por que pôr fim à vida? Por que essa falta de coragem de enfrentar as adversidades?

Os estudiosos de modo geral atribuem essa calamidade ao fato de que a sociedade moderna é de molde a tornar as pessoas muito egoístas, cada um por si, faltando compreensão e apoio a quem dele precisa. Aprofundemos.

O Antigo Regime, como era designada a sociedade anterior à Revolução Francesa, tinha uma concepção profundamente familiar da sociedade. Os indivíduos existiam dentro das famílias. É ali que eles se formavam para a vida quando crianças, recebiam os estímulos para um desenvolvimento reto da personalidade quando jovens, apoio quando adultos e proteção quando as cãs lhes cobriam as cabeças e as forças diminuíam. Na família eles eram compreendidos e amados durante toda a sua existência e amparados pela religião.

Com a Revolução Francesa veio a era moderna, com seu individualismo e suas liberdades. Progressivamente foram sendo implantados o divórcio, o aborto, as leis permissivas de todo gênero. A família monogâmica e indissolúvel implodiu e cada um de seus elementos foi jogado para um lado. Crianças, para as creches; jovens, para os pseudo-prazeres da sexualidade, do rock, do funk, da droga; adultos, para a disputa acirrada pela subsistência; velhos, para os asilos.

Como estranhar que o número de suicídios cresça assustadoramente?

Notas:

1.     http://www.rferl.org/content/article/1071203.html

2.     http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1489848/

3.     Julliane Silveira, in Folha de S. Paulo, 18-3-2010

(*) Gregorio Vivanco Lopes é advogado e colaborador da ABIM

Fonte: Agência Boa Imprensa – (ABIM)