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ALERTA AOS PAIS: UM INSULTO À INOCÊNCIA DE NOSSAS CRIANÇAS! A Mattel introduz ideologia de gênero na linha de bonecas da Barbie.

A fabricante de brinquedos Mattel introduziu uma linha de bonecas Barbie de “bonecas neutras em termos de gênero” para atingir crianças que não desejam que seus “brinquedos sejam ditados pelas normas de gênero”, afirmou a empresa. (Quer dizer qua agora são as crianças que mandam? O desejo da criança deve estar submetido à vontade dos pais.)

A empresa de brinquedos introduziu uma linha de 29 bonecos chamada “Mundo Criatável” (ou, formatável), que vem em diferentes kits com cabelos, roupas e outras opções de acessórios, dependendo se o kit é mais masculino ou feminino. Os bonecos têm um preço sugerido de US$ 30.

“Os brinquedos são um reflexo da cultura e, como o mundo continua comemorando o impacto positivo da inclusão, sentimos que era hora de criar uma linha de bonecas sem rótulos” (sem rótulos com base em rótulos?), disse Kim Culmone, vice-presidente sênior da Mattel Fashion Doll Design, em um declaração. “Por meio de pesquisas, ouvimos dizer (Ah! Ouviram dizer de quem mesmo?) que as crianças não querem que seus brinquedos sejam ditados pelas normas de gênero (E quem lhes ensinou isso? Em casa, com os pais é que não foi.)“.

Quando a empresa lançou as bonecas, a Mattel suavizou características tipicamente masculinas e femininas e apresentou kits endereçados com o pronome “they” (que, em inglês, pode significar tanto “eles” como “elas”) e o slogan “Uma linha de bonecas projetada para manter as etiquetas de fora e convidar todos a entrar”. (Isso se chama engenharia social.)

A Mattel disse que os bonecos estão disponíveis em grandes lojas como Target, Walmart e Amazon. (Então, já sabemos o que fazer. Denunciar essa canalhice com nossas crianças é um dever moral!)

Fonte da informação: Breitbart (https://www.breitbart.com/…/mattel-introduces-gender-neutr…/)


É questão de ideologia…

Plinio Maria Solimeo  

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Muitos ingênuos se perguntam por que os esquerdistas, quase na totalidade, de modo geral são a favor do aborto, do pseudo “casamento homossexual”, da Ideologia de Gênero e de tantas outras aberrações morais que surgem em nossos dias. Para constatá-lo basta ver as plataformas de nossos partidos da esquerda tupiniquim, para os quais se trata pura e simplesmente de uma questão ideológica, como o é para os verdadeiros conservadores a questão da propriedade privada, da livre iniciativa, da teoria de que a vida se dá desde o primeiro instante da concepção e da diferença salutar existente entre os sexos.

Maximo Segato

Maximo Segato

Nesse sentido, o diário italiano “Corriere della Sera” publica uma interessante entrevista com o médico Massimo Segato, com o título: “Confissão de um médico a respeito do aborto: ‘Trabalho sujo, como numa guerra’”. E o subtítulo: “O Dr. Segato, radical, socialista, ateu: ‘Eu o faço [o aborto] por senso cívico, por essas mulheres’” que o desejam.

Esse médico de 62 anos, vice-diretor do hospital de Ginecologia de Valdagno, tem nas suas costas — e deve responder por isso a Deus — milhares de abortos, ou seja, de bebês assassinados no ventre materno.

Um fato ocorrido há 30 anos começou a abalar sua ideia sobre o aborto e poderia tê-lo levado a deixar inteiramente de fazê-lo. Mas questões ideológicas o impediram, por ser ele socialista.

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Efetuando um aborto naquela ocasião, Segato cometeu uma barbeiragem qualquer e não matou o feto. Como consequência, a criança nasceu normalmente. Em sua aludida entrevista, esse médico abortista declarou ao jornal: “Uma manhã voltei a encontrar-me com essa senhora, que acabava de dar à luz. Ela me deteve, e me disse: ‘Doutor, lembra-se de mim? Vê isto? É o seu erro’”. E mostrou-lhe o menino não desejado, são e salvo. Continua o médico: Era “um lindo moreninho, já tinha cabelo, e tomava o peito tranquilo. Ela sorria. Foi então quando tive minha primeira crise de consciência”, que não o fez mudar inteiramente sua opinião a respeito do aborto. Hoje aquele menino tem 30 anos, bom trabalho, e dois irmãos maiores. “Foi o erro mais formoso de minha vida”, declara Segato.

Apesar disso, como socialista convicto, Segato continuou a praticar abortos, mas reduzindo seu número, pois “cada vez que saía da sala de operações, tinha um sentimento de náuseas. Começava a me perguntar se estava realmente fazendo o correto. Quantas crianças poderiam ser como aquele pequeno?” Entretanto, logo abafava esse movimento da consciência, acrescentando: “Mas respondia-me que sim, que estava bem o que fazia. Pois o fazia por essas mulheres”. Quer dizer, sufocava a voz de Deus em sua alma.

É claro que, para um ateu materialista, continuar a assassinar crianças no ventre materno pode não ser deleitável, mas não causa maiores problemas de consciência.

Quando se deu o caso do referido bebê não desejado, esse médico assassino realizava 300 abortos por ano! Quantas crianças sacrificadas! Isso evidencia a decadência moral da outrora católica Itália. E escandalizava muitos: “As religiosas do hospital, quando me viam, se persignavam; e o capelão dizia que, comparado comigo, Herodes era um diletante, se bem que logo comíamos juntos, e nos tornamos amigos. Eu, entretanto, continuava convencido de minha decisão. Considerava-a honrada e cheia de sentido cívico, respeitosa da vida das mães destinadas a abortar clandestinamente”. E a vida das crianças abortadas? Não lhe causava, por certo, alguma dor de consciência, que ele culposamente não dava atenção?

Hoje, 30 anos depois daquele episódio, Segato prefere não fazer mais abortos. Faz intervenções ginecológicas, partos, ecografias, mas não aborto, embora não tenha para isso objeção de consciência: “Se posso, o evito, e me sinto contente”. Conclusão: se não pode evitar, o faz. E explica essa contradição: “Sim, sei que eu também deveria ser um objetante [de consciência para não fazer o aborto], mas não o sou”. Qual a razão que ele dá? “Para não desdizer-me com relação à minha decisão inicial” [de o fazer]. Quer dizer, é por princípio ideológico que o faz.

Continua ele a descrever essa sua atitude dúbia, de ver o erro, mas cometê-lo: “A verdade é que, quanto mais passam os anos, mais desgosto encontro, e só intervenho em emergências. Mas se acontece, não fico sereno”. Repete que, apesar da inquietação que sente quando tem que fazer um aborto, não deixa de fazê-lo por causa de suas convicções.

Para se justificar dessa atitude dúbia, ele apela à sua ideologia: “Continuava só por compromisso cívico, por coerência [doutrinária]. Alguém tinha de fazer o trabalho sujo, e eu era um desses, e ainda sou. É como para um soldado ir à guerra. Se o Estado decide que tem que ir à guerra, tem que ir”. Qual é o “Estado” que o obriga a fazer abortos e ao qual ele tem que obedecer? Será o Partido Socialista? Não o diz…

Ele acrescenta uma coisa que é sabida, mas que na boca de um abortista tem seu peso. Assim como ele não fica sereno quando tem que praticar um aborto, também “não estão [serenas] as mães que durante tantos anos passaram por minha consulta. Jamais vi uma contente com seu aborto. Pelo contrário, muitas são devoradas para sempre pelo sentimento de culpa”. […] “Quando volto a vê-las, dizem-me: ‘Doutor, ainda tenho aquela cicatriz, que eu levarei para a sepultura’”.

Diante disso tudo, ele deveria ser coerente e deixar de fazer os abortos e, a fim de reparar seus inúmeros pecados, lutar contra a prática abortiva. Mas, não: “Logo raciocinas e te dizes que para muitas delas teria sido pior não fazê-lo, e segues adiante, absolvendo-te a ti mesmo”. Assim se embota uma consciência e se chega mesmo a negar a verdade conhecida como tal. Foi o que ocorreu no dia 29 último no STF.

*       *       *

Há pouco o Papa Francisco estendeu a todos os sacerdotes a absolvição nos casos de aborto, o que antes era reservado aos bispos e motivo de excomunhão. Sem considerar outros aspectos muito delicados da questão, a atitude do Pontífice tem sua contrapartida: procura-se espalhar a impressão de que esse crime hediondo — como o é o assassinato de seres inocentes — ficou transformado num pecado comum que pode ser absolvido por qualquer sacerdote. O que diminui o horror que todo católico bem formado deve ter a esse gravíssimo pecado que clama aos céus e, sobretudo, leva muitas mulheres católicas a abortar, já com a intenção de depois se confessar com qualquer sacerdote…

Plinio Maria Solimeo é escritor e colaborador da ABIM

Fonte: Agência Boa Imprensa – (ABIM)


Acabar com as criancinhas para desaquecer o planeta?

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Luis Dufaur (*)

Tubarões assassinos, crocodilos perigosos, javalis predadores ou lobos devoradores de gado: todos eles são espécies protegidas pela estranha religião “verde” ainda que causem danos ao homem e a outros animais.

Mas os homens têm que ser reduzidos em número, em direitos, em condições de vida, segundo decreto dessa mesma religião! Têm que ficar insustentáveis nesta terra!

Eles são os únicos seres que não podem nem devem cumprir o preceito ecológico de se auto-sustentar.

O jornal “The Washington Post” trouxe esclarecedor matéria a respeito. Militantes contra o “aquecimento global” se mobilizaram para cortar a taxa de nascimentos de crianças nos EUA. http://www.washingtontimes.com/news/2016/aug/19/climate-change-activists-tax-discourage-childbirth/

O sofisma arguido, com muito sabor de luta de classe de pobres contra ricos, diz que os países ricos deveriam desencorajar as pessoas que querem ter filhos.

A causa? Para protegê-los contra os danos – fictícios ou montados artificiosamente – do “aquecimento global” num século venturo e também para reduzir emissões que não explicam claramente.

Travis Rieder, diretor do Instituo Berman de Bioética na Universidade Johns Hopkins, disse à National Public Radio (NPR) quer derrubar a fertilidade humana global a meio filho por mulher “poderia ser a coisa que vai nos salvar”.

“Eis um pensamento estimulante: talvez nós salvaremos nossos filhos não os tendo”, disse.

Ele propôs desanimar a procriação com novos impostos impedindo que os pobres tenham crianças, e impondo penalidades tributárias aos ricos. Algo assim como uma ‘taxa carbono aplicada contra os filhos’.

 Enfermeira cuida de recém-nascidos em hospital de Jamestown, EUA. Na proposta ambientalista, esta profissão deverá ser vista com maus olhos.

Enfermeira cuida de recém-nascidos em hospital de Jamestown, EUA.
Na proposta ambientalista, esta profissão deverá ser vista com maus olhos.

 

Rieder acrescentou que essas punições funcionariam melhor contra os ricos. Por sua vez os países ricos dariam o exemplo aos pobres de não ter filhos.

A proposta é mais radical que a “política do filho único” – pois seria só “meio filho” – e ficou registrada no livro “Population Engineering and the Fight Against Climate Change” (“Engenharia Populacional e o Combate contra a Mudança Climática”) que Rieder escreveu com mais dois professores da Universidade de Georgetown.

A ONG “Futuro concebível” de New Hampshire também adota como premissa a disparatada tese de que “a crise do clima é uma crise reprodutiva”, escreveu o “Washington Times”.

Os extremistas ambientalistas tentaram logo dissimular o fundo totalitário de suas propostas, alegando que não propunham medidas coercitivas, nem leis despóticas como fez a China com a famigerada e fracassada “política do filho único”.

Porém, Marc Morano, diretor do site Climate’s Depot especializado em denunciar as fraudes do ambientalismo radical, observou que as normas ditatoriais que esses ativistas negam com a língua, na prática seriam logicamente inevitáveis se se aprovam suas antinaturais premissas.

Morano também observou que os grupos que se dizem contra a “mudança climática” agora insistem que os homens deveriam ter menos contatos sexuais para conseguir um planeta menos cálido, e também para diminuir a natalidade.

“Os aquecimentistas já cansaram de combater as lâmpadas elétricas, as termoelétricas a carvão, os carros 4X4, e agora se assanham para ficar controlando o tamanho das famílias dos outros”.

Rieder anunciou o livro “Toward a Small Family Ethic: How Overpopulation and Climate Change are Affecting the Morality of Procreation” (“Rumo à ética da família pequena: como a superpopulação e a Mudança Climática estão afetando a moralidade da procriação”).

O disparate anticristão e antinatural salta aos olhos.

          ( * ) Luis Dufaur é escritor, jornalista, conferencista de política internacional e colaborador da ABIM

Fonte: Agência Boa Imprensa – (ABIM)


Entenda como as “10 medidas contra a corrupção” vão aumentar a corrupção

Integrantes do STF foram aprovados por alguns dos senadores comprados por agentes do mensalão. Portanto, as sabatinas e aprovações não possuem valor — são nulas

Justiça-1-Estátua-simbolizando-a-Justiça-fica-em-frente-à-sede-do-Supremo-Tribunal-Federal-na-praça-dos-Três-Poderes-em-Brasília

Pérsio Menezes e Renato Amoedo

A despeito do afastamento de Dilma Rousseff e ao contrário do que pode parecer à primeira vista para um incauto, o projeto de poder do Foro de São Paulo —  do qual o Partido dos Trabalhadores é apenas uma ferramenta que pode ser descartada a qualquer momento em que for conveniente — está mais forte do que nunca. Através dos governos de inspiração leninista que ocuparam e dominaram o Brasil a partir de 2002 —  ou a partir de 1994, se considerarmos a contraparte do PT na “Estratégia das Tesouras”, traçada por Lênin, desempenhada pelo PSDB, o qual serviu de abre-alas (“vaselina”) para todas as atrocidades que viriam a ser cometidas posteriormente pelo PT —, a esquerda revolucionária consolidou as ferramentas de controle social necessárias para alcançar seu objetivo final (notadamente, nas palavras do próprio Luiz Inácio, o de “recriar na América Latina aquilo que se perdeu no leste europeu”). No domínio das engrenagens, ela (a esquerda leninista) agora dispõe de instrumentos para guiar o destino político do Brasil, inclusive com independência em relação à circunstância de estar ou não no comando do Poder Executivo.

Esses instrumentos são representados pela penetração e aparelhamento do estamento burocrático, sobretudo em relação a duas áreas principais: [01] A subjugação das consciências das gerações mais jovens, através do sistema de ensino azeitado para a realização da lavagem cerebral (haja visto o livro “Nova História Crítica” do sedizente historiador Mario Schmidt, adotado pelo MEC ainda no governo FHC); e [02] O controle interno dos mecanismos balizadores do estamento burocrático, como é o caso do Ministério Público (MP), o ponto de interesse nesse artigo. Foge ao escopo desse texto argumentar no sentido de provar o aparelhamento do MP, partiremos do pressuposto de que o leitor está minimamente inteirado da situação política do país, mas oferecemos, apenas a título de ilustração, a avaliação aplicada na seleção de estagiários para o MPF, ocorrida em maio (veja aqui http://goo.gl/lFhpcW). Em suma, o mero afastamento da guerrilheira que chegou ao Palácio do Planalto de forma ilegal, nas asas da SMARTMATIC, por si só, não anula os efeitos dos crimes cometidos pela quadrilha a qual ela encabeçava, tampouco neutraliza os expedientes (também criminosos) que foram colocados em funcionamento durante os anos em que ela e seu antecessor ditavam as regras.

O cerne da estratégia de poder do grupo que se apoderou do estamento burocrático é a utilização de expedientes sub-reptícios, nos quais há o efeito alegado e o efeito real, sendo que os segundos são sempre exatamente contrários aos primeiros. Isso é público e notório para qualquer pessoa que acompanhe minimamente os acontecimentos da política nacional através de meios de comunicação confiáveis, o que certamente não inclui a blogosfera financiada com dinheiro desviado da Petrobrás, tampouco a fala insossa e sonsa dos âncoras da Rede Globo, a qual, na maioria das vezes, contém-se em repetir o discurso da blogosfera governamental apenas transpondo-o para uma linguagem um pouco mais empolada. No que diz respeito ao modus operandi do Foro de São Paulo, sempre que ele tem uma agenda a ser alcançada, trata primeiro de erguer um teatro de fantoches que distrairá a atenção dos incautos enquanto seus verdadeiros objetivos são implementados desapercebida e silenciosamente. É por isso que não é surpreendente o fato de que mesmo a parcela da população considerada informada não esteja se dando conta de que as tais “10 Medidas contra a corrupção” são mais um “cavalo de Tróia”, do mesmo jaez de tudo aquilo que vem da parte do Foro de São Paulo.

Como é amplamente sabido, o Ministério Público Federal — aparelhado pelo Foro de São Paulo —  conseguiu coletar o número necessário de assinaturas para apresentar ao Congresso Nacional um projeto de lei baseado nas chamadas “10 medidas”. O engodo já começa aí. Trata-se de uma ação de partidários e cúmplices de um grupo que nem de longe representa os interesses da população e se mantém no poder apenas por não possuir qualquer escrúpulo na utilização de expedientes dissimulados, imorais e — não raro! — ilegais. Exatamente por conta disso, foi utilizada a estratégia da coleta de assinatura, as quais foram usadas para dar uma imagem de “de iniciativa popular” a um conjunto de propostas que se pretende que seja tornado leis, propostas essas cuja real natureza é incompreensível para quem quer que não possua um domínio mínimo dos saberes relativos ao campo jurídico. Quem compreende esse fato não pode se furtar a fazer a indagação: entre as pessoas que endossaram o abaixo-assinado que clama pelas “10 medidas”, quantas delas são realmente capazes de entender o que se encontra por trás da fachada propagandística com as quais elas (as medidas) são anunciadas? Além disso, como poderia ser popular uma iniciativa de um órgão do governo e que usou recursos do governo em campanha de marketing agressiva durante anos? Partindo desses questionamentos iniciais, o escopo desse artigo é o de tirar o véu de “melhores intenções” e apresentar ao cidadão médio, leigo em ciência jurídica, a real natureza das chamadas “10 medidas”.

Assim como a “democratização da mídia” concedeu seu monopólio aos agentes da  BLOSTA e iniciou um processo de perseguição a dissidentes; assim como o “desarmamento pela paz” resultou em mais homicídios e mais impunidade; assim como os “conselhos populares”, em vez de promover “democratização política”, esvaziariam o poder dos políticos eleitos, dando a sovietes compostos por acólitos do Foro de São Paulo poderes políticos e legais sem que nunca tivessem sido eleitos, concursados ou legitimados de qualquer outra forma pelo corpo social; assim como a implementação do “Marco Civil” (cuja propaganda prometia “democratizar” a Rede) serviu para colocar os serviços digitais submetidos ao arbítrio de burocratas destruidores de valor e liberdades; assim como em cada um desses cenários (concretizados ou não) o real objetivo era o exato oposto daquele que constava no nome propagandístico com o qual seus apologetas os invocavam; assim TAMBÉM as tais “10 medidas de combate a corrupção” foram milimetricamente calculadas para aumentar os estímulos à corrupção.

Entendendo as medidas

Medida 01: 

A primeira medida, em linguagem simples, compõe-se de três propostas: (a) que o Poder Judiciário seja obrigado a encaminhar os dados de casos de corrupção para o CNJ e para o CNMP. (b) criar mecanismos de “flagrantes provocados” para incriminar agentes públicos e (c) chancelar uma parcela dos recursos de publicidade dos órgãos públicos (10 a 20%) para ser gasta com campanhas publicitárias que criem no país uma cultura de delação.  

Ou seja, a primeira proposta da primeira medida já começa realizando a única ação que o Foro de São Paulo tem feito com primor desde que ocupou a Presidência da República: o aumento do seu próprio poder. A obrigação legal de enviar tais dados fará com que os órgãos que os receberão se tornem a única instância do poder público que terá acesso amplo e irrestrito a todas as informações relativas a esses processos, de maneira consolidada. Isso criará uma enorme concentração de poder nas mãos de instituições sobre as quais os acontecimentos recentes demonstram o grau de aparelhamento ideológico e comprometimento com o projeto de poder do Foro de São Paulo, favorecendo enormemente a perseguição de quem quer que se coloque contra o Regime (lembrem dos tratamentos dados recentemente a Eduardo Cunha e Renan Calheiros; o acusado inimigo da agenda petista é perseguido de todas as formas, mas o corrupto que abençoa os desmandos e as falcatruas petistas é blindado pelo Estado aparelhado, fazendo valer a velha máxima: “aos amigos tudo, aos inimigos a Lei”).

O poder de perseguição a dissidentes, alcançado na primeira proposta da primeira medida, é reforçado na segunda proposta: o texto original fala de “simulação de situações, sem o conhecimento do agente público ou empregado, com o objetivo de testar sua conduta moral e predisposição para cometer crimes contra a Administração Pública”. Aqui, é criada mais uma oportunidade perfeita para aumentar a perseguição política de agentes do Estado que não demonstrarem o grau de subserviência exigido pelo governo. Vale lembrar que a teoria jurídica sobre a qual assenta o Estado de Direito não aceita “flagrantes provocados”, nem para punir criminosos contumazes. E há um motivo para isso: para garantir a democracia, é preciso criar limites no poder estatal de punir, caso contrário, criar-se-ia um Estado cujo totalitarismo é mais prejudicial do que a própria ação criminosa combatida (um remédio que causa mais dano do que a doença em si). Dar-se-ia ao Estado motivações para cometer abusos sistematicamente e ao governo a facilidade para expurgar servidores não alinhados a seus objetivos. Por exemplo, dando direito a um superior hierárquico para dar uma ordem ilegal a um subordinado, diante da qual tal subordinado estaria no dilema de não obedecê-la correndo o risco de ser demitido ou obedecê-la correndo o risco de ser preso. A forma como o MP está propondo que seja tratada a corrupção é exatamente a forma que foi utilizada na União Soviética, durante o governo de Stálin.

Mas, agora, vem a melhor parte! Se o grau de imoralidade e maquiavelismo das duas primeiras propostas não for suficiente, escrutinemos a terceira. A consequência de sua aprovação será a de aumentar os recursos estatais usados em propaganda; em outras palavras, aumentar a verba que financia os blogs “progreçistas” (a chamada “blogosfera estatal” – BLOSTA – ou Jornalismo do Esgoto Governista – JEG), grupos de MAV (Militância em Ambientes Virtuais) e todo o resto da militância a soldo que o governo sustenta (quiçá não será essa a fonte da verba utilizada para comprar a mortadela que moverá as “Marchas das Margaridas” e demais “protestos a favor”). O grau de imoralidade dessa proposta é exorbitante pelo simples fato de que não é a população que tem que ser conscientizada da vontade do Estado, mas EXATAMENTE O CONTRÁRIO. A utilização de dinheiro público vinculado à justiça para fazer propaganda de política pública de governo é totalmente inadmissível para quem dá o mínimo valor à democracia e/ou à legalidade. Se uma pessoa que respeita minimamente o erário (ou as funções próprias do Estado) pretende divulgar uma política pública, ela o deve fazer com recursos próprios ou ajuntados de outros simpatizantes de tal medida, JAMAIS parasitando recursos que deveriam ser investidos em serviços essenciais. Além disso, uma vez que esses recursos sejam realocados de determinados serviços para a publicidade estatal, a carência de verbas para financiar as finalidades reais dos órgãos dos quais os recursos foram subtraídos será transformada na justificativa do governo para novamente enfiar a mão no bolso do cidadão, aumentando a já inaceitável carga tributária que impede o desenvolvimento econômico do país. Propaganda nunca funcionou para inibir o crime. O que funciona para combater crime é promover a legalidade, reduzindo o ganho esperado com ilícitos. Isso se faz de três maneiras: [01] com processos de mérito objetivo para selecionar agentes públicos (sem concursos fraudados, enviesados, subjetivos, nem indicações personalistas); [02] com instituições que sigam minimamente os padrões de decência moral, que gerem motivações cooperativas em detrimento de motivações oportunistas (eliminando regulações indevidas); e [03] maximizando os direitos e liberdades individuais. Exatamente tudo ao contrário do que está sendo proposto pelo MP bolivariano.

Medida 02: 

A segunda medida se refere à “criminalização do enriquecimento ilícito de agentes públicos” e propõe o estabelecimento de penas de três a oito anos para essa tipificação que passará a existir, passíveis de diminuição no caso de delitos menos graves. Caberá, no entanto, à acusação provar a existência de renda discrepante da fortuna acumulada pelo agente público. “O ônus de provar a existência de renda discrepante da fortuna acumulada é da acusação, que só terá êxito se nem uma investigação cuidadosa nem o investigado apontarem a existência provável de fontes lícitas. Evidentemente, se a investigação ou o acusado forem capazes de suscitar dúvida razoável quanto à ilicitude da renda, será caso de absolvição”.

Todos conhecem a forma como os Gregos tomaram a cidade de Troia, presenteando os troianos com um cavalo construído em madeira oca recheado daquilo que viria a significar a desgraça dos presenteados. Cada uma das 10 medidas pensadas pelo viés ideologizado são um Cavalo de Troia, cheias de “pegadinhas”, embustes e trapaças. A questão principal em relação à segunda medida é a expressão “agente público”. Ocorre que, no direito administrativo, “agente público” é um termo genérico que se refere a qualquer pessoa que preste serviço público, sendo servidor público ou não, remunerado ou não, mesmo os involuntários. A expressão “agentes públicos” inclui pessoas que eventualmente exerçam atividade involuntária e não remunerada, como — a título de exemplo — quem quer que tenha exercido a atividade de mesário na última eleição. Sendo assim, qualquer um que tenha, até mesmo por coerção do próprio Estado, exercido alguma atividade que o torne classificável como “agente público”, poderá, por força dessa proposta, ser criminalizado, caso seu patrimônio tenha algum acréscimo oriundo de qualquer atividade vinculada à economia informal. Conforme o filósofo Olavo de Carvalho vem explicando, Karl Marx ensinava que a melhor maneira de estatizar toda a propriedade era o imposto de renda progressivo. No Brasil, a legislação fiscal foi planejada para ser impossível de ser cumprida e para, desse modo, criminalizar de antemão todo proprietário, deixando-os a mercê do governo, que, a cada momento, decide quais cabeças vai cortar e quais vai deixar para depois. Assim, o governo pode ir estatizando tudo pouco a pouco, sem assumir a responsabilidade da estatização ostensiva e, portanto, sem parecer que é comunista. Essa é exatamente a proposta de Karl Marx. Dessa forma, de saída, essa medida dá mais um passo na ampliação do poder do Estado rumo ao totalitarismo, que é o objetivo final do Foro de São Paulo. Lembrem-se das palavras de Friedrich Von Hayek: “A liberdade não se perde de uma vez, mas em fatias, como se corta um salame”.

Mas não é só. Mesmo que fosse retirada essa “pegadinha” e o escopo dessa proposta fosse limitado à agentes políticos ou, no máximo, também a servidores concursados, ainda restaria nela outro problema: para que tal proposta seja exequível, é pré-requisito que seja criado um sistema de controle o qual tenha o poder de monitorar todo o patrimônio de todos os agentes aos quais ela se aplica. Assim, essa proposta tem por finalidade transformar todos os servidores públicos em vulneráveis, agravando a assimetria de informação e, consequentemente, a assimetria de poder (o Estado vai saber o patrimônio de todos os agentes públicos, deixando, por exemplo, juízes e policiais vulneráveis). Alguém poderia argumentar que a crítica que foi feita a essa proposta pressupõe que quem a formulou o fez de má fé. Sim, pressupõe. E a prova de que ela foi formulada de má fé está na própria redação da proposta. Reparem no trecho que diz “se a investigação ou o acusado forem capazes de suscitar dúvida razoável quanto à ilicitude da renda, será caso de absolvição”. É impossível que essas 10 propostas não tenham sido submetidas à avaliação de alguém que domine o campo jurídico (É impossível que elas tenham como referência bibliográfica apenas a obra do excelso jurista citando pelo Advogado Geral de Dilma Russeff, Eduardo Cardozo, durante a audiência no Senado, o tal ilustre “Dr. Tomaz Turbando”). Sendo assim, o fato de tal enunciado constar no documento é prova de má fé. Explicamos: o sistema jurídico brasileiro é baseado no chamado “Princípio do Livre Convencimento Motivado do Juiz”. Isso significa que se houver 100 provas favoráveis à absolvição e uma prova favorável à condenação, o juiz que estiver julgando o caso poderá decidir que a prova que leva à condenação é mais significativa que as 100 que levariam à absolvição e, assim, condenar. É um direito legal que o próprio modelo do sistema reserva aos magistrados. Quem julga não é quem faz a lei, mas o magistrado. Assim, afirmar que “se a investigação ou o acusado forem capazes de suscitar dúvida razoável quanto à ilicitude da renda, será caso de absolvição” é, desde já, uma tentativa de predeterminar o resultado da ação do magistrado, o que é ilegal por si próprio, além de ser totalmente contrário às bases lógicas mais elementares do sistema jurídico brasileiro. É uma frase inócua, sem legalidade formal, mentirosa, embusteira, colocada lá apenas para convencer “inocentes”; portanto, é prova de que a medida foi pensada com vistas a efeitos sub-reptícios. Trata-se de uma falsidade que quem afirma, tendo noção do direito brasileiro, sabe que é mentira.

Há, ainda, uma terceira armadilha nessa proposta. Se um indivíduo médio for questionado se concorda com “a criminalização do enriquecimento ilícito”, é provável que concorde, pensando em enriquecimento em decorrência de prática criminosa (como desvio de dinheiro público, tráfico de drogas, roubo, etc). Porém, se for questionado se deve ir para a cadeia o cidadão cujas fontes de aumento patrimonial não sejam reconhecidas pelo Estado, sem que esse aumento tenha advindo de alguma atividade criminosa, poucas pessoas concordariam. É necessário compreender que “enriquecimento ilícito” nada mais é do que o Estado não aceitar a justificativa que o cidadão deu para o aumento do próprio patrimônio. O fato de o Estado não aceitar essa justificativa não significa necessariamente que o patrimônio tenha aumentado por conta de atividade criminosa. É exatamente para criminalizar inocentes, aumentado o poder de burocratas, que está sendo criada mais uma tipificação penal. Aquele indivíduo médio que responderia que concorda com a criminalização do enriquecimento ilícito não compreende que os crimes que ele tem em mente para concordar com essa proposta já estão tipificados (desvio de dinheiro público, tráfico de drogas, etc). Essa nova tipificação trará pena de cadeia não para pessoas que cometeram os crimes citados anteriormente, mas apenas para aqueles que não satisfizerem requisitos administrativos de controle patrimonial impostos por órgãos corruptos, como a Receita Federal (vide o escândalo do CARF). Enriquecimento ilícito é totalmente diferente de enriquecimento criminal, mas o indivíduo leigo não tem embasamento para estabelecer essa diferença. E foi exatamente explorando a falta de traquejo com o campo jurídico que o MP conseguiu tanta adesão de “indivíduos médios” (percebam que nesse ponto fica evidente o real objetivo do estratagema de torrar milhões para vestir de “iniciativa popular” um conjunto de medidas que foram concebidas por um órgão do governo).

Medida 03:

A terceira medida propõe o aumento das penas e a elevação da prática de corrupção nos casos de “valores altos” à categoria de “crime hediondo”, sob a alegação de que “a corrupção mata como decorrência do cerceamento de direitos essenciais, como segurança, saúde, educação e saneamento básico. Por isso, a referência punitiva da corrupção de altos valores passa a ser a pena do homicídio”.

Quem poderia ser contrário ao aumento da rigidez na penalização de corruptos? Ocorre que, na prática, tal medida é inócua, o objetivo é apenas encher os olhos dos “inocentes”. Explicamos: O desincentivo à prática delituosa ocorre por uma relação entre o grau de rigidez da penalidade versus a probabilidade de o criminoso ser punido. Em um sistema jurídico eivado de indicações personalistas e que foi transformado em um balcão de troca de favores, penas maiores jamais funcionarão como desincentivo ao crime. Esse aviltamento do Sistema Judiciário é a causa principal de sua ineficiência. E, se a corrupção mata, a ineficiência dos Ministérios Públicos e do Sistema Judiciário mata muito mais, uma vez que garante baixo grau de eficácia na denúncia e julgamento não apenas nos casos de crime de corrupção, mas em TODOS os crimes. A ineficiência dos Ministérios Públicos e do Sistema Judiciário deixa, além de corruptos, ladrões, assassinos, estupradores e grande parte de todos os outros criminosos soltos, livres para continuar delinquindo. Nenhum outro fator na História da República contribuiu mais para o aviltamento do Poder Judiciário do que a chegada do Foro de São Paulo ao poder (na figura do Partido dos Trabalhadores). Nesse período, o sistema judiciário foi instrumentalizado para servir à agenda do partido, sobretudo nas ações de “Assassinato de Reputações” (termo criado pelo secretário Nacional de Justiça do governo de Luiz Inácio, Romeu Tuma Junior), perdendo assim o foco no que deveria ser sua finalidade, a promoção da justiça.

Aumentando as penas, aumenta o potencial danoso dos “Assassinatos de Reputação”. Esses serão tão mais frequentes quanto mais instrumentalizado estiver o Judiciário. E, sobre esse grau de instrumentalização, apenas a título de ilustração, citamos alguns casos. Em 2013, Leticia Mello, filha de Marco Aurélio Mello, ministro do STF, foi nomeada, aos 32 anos, pela então presidente Dilma Rousseff, para o cargo de desembargadora do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (RJ e ES). À época, até mesmo o jornal Folha de São Paulo, um dos principais arautos da ideologia do Foro de São Paulo, publicou: “É considerada no meio jurídico uma advogada promissora, mas que dificilmente chegaria tão cedo a uma lista tríplice se o pai não estivesse no STF” (14/07/2013: “Filhas de ministros do STF disputam altos cargos no Judiciário mesmo sem experiência”). Por conta das acusações de pouca idade e inexperiência, em entrevista à Folha de São Paulo, Marco Aurélio saiu em defesa da filha fazendo deboche de quem apontava o fato: “Se ser novo apresenta algum defeito, o tempo corrige”. Já em 2014, também a despeito da pouca idade e falta de experiência, Marianna Fux, filha de outro ministro do Supremo, Luiz Fux, chegou à lista tríplice de possíveis substituintes do desembargador Adilson Macabu, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Marianna não havia passado pelo crivo inicial do conselho da OAB-RJ, por não ter anexado documentos comprovando a prática jurídica. Em vez disso, apresentou uma carta assinada por Sergio Bermudes, amigo pessoal de Fux e ex-conselheiro da OAB-RJ, como se a OAB fosse o “boteco” da família (dessa vez, evitaram o deboche e partiram já direto para o escárnio mesmo). À época, o jornal Folha de São Paulo destacou que “Marianna enfrenta só uma concorrente com a mesma idade: Vanessa Palmares dos Santos, 33. Os outros 36 candidatos têm idades entre 38 e 65 anos. Dois já foram finalistas da OAB-RJ em outras seleções, e metade tem mais de 20 anos de advocacia” (lembrando que tudo que ela ofereceu como comparação de tempo de experiência foi a opinião de um “chegado” da família). A situação do sistema judiciário brasileiro é tão escrachada, que o ex-presidente da República, Luís Inácio da Silva chegou a declarar que “Poder Judiciário não vale nada. O que vale são as relações entre as pessoas”. Alguma dúvida de que o aumento das penas dos crimes de corrupção valerá apenas para a corrupção “dos outros”? (Destacando que quem está apontando o baixo valor do sistema não somos nós, é o próprio ex-presidente Luís Inácio).

Medida 04:

A quarta medida alude ao “aumento da eficiência e da justiça dos recursos no processo penal”, através de [a] criação da possibilidade de execução imediata da condenação quando o tribunal reconhece abuso do direito de recorrer; [b]  revogação dos embargos infringentes e de nulidade; [c] extinção da figura do revisor; [d] vedação dos embargos de declaração; [e] simultaneidade do julgamento dos recursos especiais e extraordinários; [f] novas regras para habeas corpus; e [g] possibilidade de execução provisória da pena após julgamento de mérito do caso por tribunal de apelação – reduzir possiblidade de recurso.

A extinção de possibilidades de defesa e análises, com a extinção da figura do revisor, aumenta a eficiência do Estado na prática de utilizar o judiciário para arrecadar e para perseguir dissidentes — não para garantir segurança jurídica nem prestação de uma Justiça de fato interessada em verificar se os acusados são culpados ou não (vai punir mais, mas não vai punir melhor — tende a aumentar o número de punições e a reduzir a justiça dessas punições; mais inocentes passarão a ser condenados).

Repetindo: menos análises do processo e menos possibilidades de defesa se traduzem em aumento das probabilidades da prática de assassinatos de reputação, de perseguição de dissidentes e da utilização do sistema judiciário para produzir arrecadação, baseado em condenações de inocentes. Como as outras medidas, reduz a segurança jurídica, rumo ao totalitarismo.

Medida 05:

A quinta medida visa “dar mais celeridade as ações de improbidade administrativa” e pretende fazê-lo através de três propostas: [a] supressão da possibilidade de que o acusado apresente uma defesa prévia a redação da medida muito emblematicamente considera essa etapa do processo como “ineficiente e desnecessária” — ; [b] criação de varas, câmaras e turmas especializadas para julgar ações de improbidade administrativa e ações decorrentes da lei anticorrupção; e [c] criação da permissão para que que o Ministério Público Federal firme acordo de leniência.

Mais uma vez nos deparamos com uma proposta milimetricamente planejada para azeitar a máquina de “Assassinato de Reputações” criada pelo Partido dos Trabalhadores. O Estado de Direito é calcado na “presunção de inocência até que se prove o contrário”; para que exista a “presunção de inocência”, faz-se necessário que a Lei assegure o direito à ampla defesa. Isso (o direito à ampla defesa) é exatamente o que a primeira medida da quinta proposta quer solapar. Atualmente, quando alguém é acusado, pode apresentar uma defesa prévia que, caso convença ao juiz, servirá para extinguir o processo, antes mesmo de o acusado se transformar em réu. No modelo proposto pelo MP, sem a etapa da defesa prévia, uma vez apresentada uma acusação, o acusado será automaticamente transformado em réu.

Entenda como essa medida avoluma o potencial danoso daquilo que Romeu Tuma Junior chamou de “Tribunal do Google”: com o encerramento da defesa prévia, inocentes acusados indevidamente serão publicamente considerados como réus de processos de improbidade durante anos. Atualmente, quando há uma acusação no sistema judiciário, a imprensa publica o fato. As manchetes jornalísticas que colocam o acusado na berlinda duram por um mês ou dois, uma vez apresentada a defesa prévia, o processo se estingue e a imprensa informa a inocência. Em geral, os jornais publicam o fato da acusação em manchetes garrafais e o fato da comprovação de inocência em alguma nota de rodapé perdida no caderno de classificados — quando publicam. Em se tratando de uma figura pública, o acusado, mesmo sendo inocente, sempre sai do imbróglio com algum prejuízo. Com o modelo proposto pela quinta medida, esse prejuízo aumentará exponencialmente:

Após uma acusação, a imprensa noticiará o fato.  O acusado passa publicamente para a condição de réu, na qual permanecerá por toda a duração do processo, o que — sendo a justiça brasileira do jeito que é — pode levar anos, ou décadas, até que finalmente seja considerado formalmente inocente. Ou seja, após o indivíduo passar anos sendo visto pela opinião pública como réu, o estrago na imagem já está feito. Uma eventual nota informando que ele foi absolvido tem um impacto insignificante perto de todo o volume de repetições em que seu nome permaneceu sendo detratado pela imprensa. Mesmo sendo inocente, a pessoa sai da situação com uma lesão permanente gravíssima na reputação.

Que o texto da proposta considere a etapa da possibilidade de apresentação da defesa prévia como “ineficiente e desnecessária”, chega a ser um deboche acrescido sobre o escárnio. Qualquer pessoa minimamente inteligente é capaz de compreender que nada pode ser mais ineficiente do que manter um processo por anos, quando se trata de um processo vazio, que poderia ter sido encerrado no primeiro mês. Além do mais, como assim uma etapa do direito à defesa é considerada “ineficiente e desnecessária”? O direito de defesa só pode ser considerado “desnecessário” em um julgamento sumário, em uma situação na qual o objetivo do julgamento não é averiguar a culpa do acusado, mas apenas assegurar sua condenação. Mais uma vez a “langue de bois” com que as propostas foram redigidas deixa escapar-lhes os objetivos reais que se escondem por trás de enunciados que propalam as mais belas intenções.

Só para não fugir à regra, também a segunda proposta da medida 05 funcionará como Lubrax Ultra no motor da máquina de “Assassinatos de Reputações”. A criação de “varas, câmaras e turmas especializadas”, além de (mais uma vez) aumentar os gastos públicos, reduz o número de pessoas que decidem sobre o tema — o que, primeiro, facilita o controle central dos processos; além de também facilitar a decisão por simpatia ideológica na seleção dos altos cargos relativos a essas novas instâncias (“varas, câmaras e turmas especializadas”). Por fim, a ampliação de poderes ao Ministério Público Federal para fazer acordos de leniência certamente será usada pelo regime para “aliviar a barra” dos corruptos pegos que tenham boas relações no MP (tal qual aconteceu quando Dilma Rousseff foi protegida por Janot).

Medida 06:

Após uma condenação definitiva, o Estado tem um prazo para aplicar a sentença. A primeira proposta da medida 06 consiste em aumentar esse prazo em um terço. Em segundo lugar, extingue-se a prescrição contada a partir da sentença, que é prejudicial ao sistema, por estimular táticas protelatórias, desperdiçar recursos públicos, punir um comportamento não culpável do Estado, bem como ensejar insegurança e imprevisibilidade.

A medida 6 propõe “reforma no sistema de prescrição penal” — aumentando o poder estatal de punir, mesmo que não sejam cumpridas as etapas legais nos prazos atuais:

À primeira vista, pode parecer uma mudança positiva, reduzindo as chances de impunidade por utilização de meios de defesa procrastinatórios. Porém, aumenta a insegurança jurídica e o custo de defesa, deixando os cidadãos mais tempo vulneráveis a acusações e punições. A maneira correta de reduzir a impunidade é tomar providências para dificultar a prática criminosa, e não dar poderes extraordinários a órgãos de persecução que já se provaram não confiáveis —  pois são parciais, ineficientes e ineficazes. No caso do crime de corrupção, a ação mais efetiva para dificultar a prática desse crime é reduzir o tamanho do Estado. Ao se dar mais poderes ao Estado, o que se está fazendo é aumentando o tamanho do Estado, ou seja,  o exato oposto do que precisaria ser feito para diminuir a prática da corrupção.

Além disso, cabe aqui afirmar que essa proposta, além de reduzir a segurança jurídica e aumentar os custos de defesa, reduz as motivações pecuniárias do Estado para investir em celeridade judicial. O resultado tenderá a ser uma justiça mais lenta, mais cara e menos previsível. Em relação à necessidade de reduzir a impunidade e a leniência da justiça, a maneira eficaz e moral de fazê-lo não é aumentar prazos prescricionais, mas — sim — remunerar magistrados por eficiência (produção, celeridade e proporção de decisões idôneas) e reduzir o número de causas a serem julgadas (retirando estímulos aos comportamentos oportunistas).

Medida 07:

A medida 07 propõe uma série de alterações no capítulo de nulidades do Código de Processo Penal. Nesse caso, são feitas alterações (que o texto das medidas prometem ser “pequenas”) nos arts. 563 a 573, com cinco objetivos: 01. ampliar as preclusões de alegações de nulidades; 02. condicionar a superação de preclusões à interrupção da prescrição a partir do momento em que a parte deveria ter alegado o defeito e se omitiu; 3) estabelecer o aproveitamento máximo dos atos processuais como dever do juiz e das partes; 4) estabelecer a necessidade de demonstração pelas partes do prejuízo gerado por um defeito processual, à luz de circunstâncias concretas; e 5) acabar com a prescrição com base na pena aplicada em concreto, evitando a insegurança jurídica em relação à pretensão punitiva estatal. Além disso, sugere-se a inserção de dois novos parágrafos no art. 157, para introduzir a ponderação dos direitos e interesses em jogo na avaliação da exclusão da prova, o que está em harmonia com a legislação de diversos países democráticos, inclusive a norte-americana, de onde foi importada a regra da exclusão da prova ilícita e da prova derivada da prova ilícita.

Essa medida permite expressamente que o Estado puna pessoas sem que para isso precise satisfazer os requisitos legais previstos pelo próprio Estado. Mesmo que a defesa comprove que uma acusação não contenha menção de ato específico, crime ou penalidade, o magistrado estará livre para ignorar a ausência de requisito legal, ou seja, livre para relativizar a ilegalidade cometida pelo Estado. Essa sujeição das pessoas perante o Estado (o qual deveria, em verdade, servi-las) é bem descrita na obra de Franz Kafka, “O Processo”, em que a dignidade e a própria natureza humana do acusado são destruídas por acusações de crimes que ele nem mesmo sabe quais são — e até se convence que é culpado, mesmo sem defesa nem acusação objetiva.

Em resumo, essa medida aumenta o poder estatal e o arbítrio do magistrado contra as garantias mínimas da Lei, introduzindo relativismos como “ponderação de interesses” e “justificação” para julgamento de nulidades. Uma vez o Judiciário estando infiltrado e instrumentalizado, amplia as possibilidades de utilização desse poder para [01] perseguições políticas e mais condenações de inocentes através de “assassinatos de reputação”; assim como para [02] a utilização dessas políticas como meio de ampliar a arrecadação. Mais uma vez, a medida tem o objetivo de reduzir a segurança jurídica —  admitindo até mesmo os atos nulos e ilegais — para buscar aumento do número de condenações. Realmente, essa medida aumentará o número de condenações, em especial condenações indevidas, de inocentes, facilitando perseguições e expurgos.

As nulidades defendem a sociedade de abusos do governo. No sistema proposto, uma acusação — que nem mesmo precise conter os elementos legais mínimos — já constitui o acusado réu, sem defesa prévia e sem poder arguir nulidade sem julgamento subjetivo de “prejuízo”.

Medida 08:

A Medida 08 propõe a modificação da Lei nº 9.096/95 para prever a responsabilização objetiva dos partidos políticos em relação à sua contabilidade paralela (popularmente conhecida por “Caixa 2”), e à [2] prática de ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal, de fontes de recursos vedadas pela legislação eleitoral ou que não tenham sido contabilizados na forma exigida pela legislação. Também responderá o partido se utilizar, para fins eleitorais, bens, direitos ou valores provenientes de infração penal, de fontes de recursos vedadas pela legislação eleitoral ou que não tenham sido contabilizados na forma exigida pela legislação. A pena é de multa.

A medida pretende criminalizar o “caixa 2” (contabilidade paralela) e responsabilizar os partidos políticos pelas práticas de corrupção. Essa medida facilita a perpetuação da ditadura corrupta no poder em dois aspectos: primeiro, [01] reforça a política de limitação de doações privadas de campanha — para garantir que apenas os partidos que já fizeram o maior esquema de corrupção do mundo se perpetuem no poder (eliminando potencial concorrência); além de [02] estipular penalidade inferior a atual para partidos que se financiam com dinheiro sujo — vez que a punição atual é extinção (Lei 9.096/95 art. 28) e seria substituída por uma mera multa. Essa alteração, diminui a verdadeira gravidade do maior crime financeiro do PT (entre os que foram revelados até agora), o “Petrolão”.

Além disso, é importante ressaltar que a medida também cria uma armadilha para punir partidos opositores ao regime. A expressão jurídica “responsabilidade objetiva” significa “responsabilização sem culpa”. Isso quer dizer, por exemplo, se um cidadão qualquer fizer uma doação para um partido e, mais tarde, alguém provar que esse dinheiro é originado de alguma atividade ilegal, o partido passa a ser passível de punição. Essa é eminentemente uma arapuca que está sendo armada e será usada em algum momento como munição contra os partidos que esboçarem alguma oposição. Esse tipo de uso da legislação foi feito recentemente para tornar o presidente interino Michel Temer inelegível. A Lei brasileira prevê que o valor máximo que um cidadão pode doar a um partido corresponde a 10% de sua renda. Michel Temer doou ao PMDB o equivalente a 11,9% e, por conta disso, tornou-se ficha suja, por um mero erro de cálculo.

Resumido: a ideia aqui é corroborar o esforço petista no sentido de inviabilizar as doações privadas para financiamento de campanha, tornando a única alternativa viável o financiamento público. Cabe aqui lembrar que o financiamento público é um expediente típico de ditaduras comunistas, como Cuba e Coreia do Norte, que só serve para perenizar os ditadores no poder e extrair mais recursos do Estado para alimentar o ativismo permanente – como dos sindicatos pelegos e terroristas do MST, CUT e UNE. Se o objetivo fosse realmente o da redução dos estímulos à corrupção, a solução seria o financiamento de eleições feito de forma 100% privado e restrito a doações de pessoas físicas, sem isenções fiscais. Quem acreditar no partido ou candidato que doe seu dinheiro para ele – e não que me obrigue a financiar o que eu não concordo metendo a mão no meu bolso. Partidos parasitas de verbas partidárias, sem representatividade real, simplesmente deixariam de existir.

Medida 09:

A medida 09 propõe a criação da hipótese de prisão extraordinária para “permitir a identificação e a localização ou assegurar a devolução do produto e proveito do crime ou seu equivalente, ou para evitar que sejam utilizados para financiar a fuga ou a defesa do investigado ou acusado, quando as medidas cautelares reais forem ineficazes ou insuficientes ou enquanto estiverem sendo implementadas”. Além disso, também propõe mudanças para que o dinheiro sujo seja rastreado mais rapidamente, facilitando tanto as investigações como o bloqueio de bens obtidos ilicitamente.

A medida número 09 é duplamente imoral: primeiro, por usar violência para fazer expropriações; e, depois, por permitir acesso eletrônico de burocratas aos sistemas bancários sem prévia e especifica comunicação: ou seja, trata-se de mais uma medida que aumenta o poder de agentes públicos da ditadura, aumentando as possibilidades de arbitrariedades, perseguições e uso das políticas criminais para fins de arrecadação de um Estado incapaz de gastar menos do que arrecada.

Sob muitos aspectos, a proposta viola garantias mínimas de direitos fundamentais relativos à privacidade, a propriedade e a liberdade; porém, o mais absurdo desta medida é a obrigação de todas as instituições financeiras manterem “setores especializados” em atender ordens de quebra de sigilos bancários que “deverão disponibilizar, em página da internet disponível a membros do Poder Judiciário, do Ministério Público e à Polícia Judiciária, telefones e nomes das pessoas responsáveis pelo atendimento às ordens previstas no caput, incluindo dados para contato pessoal em finais de semana e em qualquer horário do dia ou da noite” para prestar informações em 20 dias ou sofrer multas de até 10 milhões de reais. Essa norma inviabiliza a atividade de instituições financeiras de pequeno porte, eleva o custo dos serviços financeiros no país e facilita a obtenção de dados privados por terceiros (reduzindo as possibilidades de verificação de veracidade de solicitações dado o prazo fatal e a informação por e-mail). Interessante citar que a medida não obriga ao Estado uma contra-partida aos deveres que o Estado quer impor às instituições privadas, não há punições nem multas – e muito menos setores especializados de atendimento com empregados em permanente sobreaviso – nas varas para atender nem as instituições financeiras e nem a população, pelo menos para que estas instituições possam verificar a procedência de solicitações que eventualmente recebam.

Na redação da justificativa da “prisão extraordinária”, escapa aos proponentes sua intenção stalinista de eliminar possibilidades de defesa, afirmando que a mesma “impede que o produto do crime seja utilizado para buscar a impunidade do infrator, seja dando-lhe meios de fuga, seja custeando sua defesa criminal”. É importante frisar que não se trata de prisão de condenado em definitivo e sim de réu ou mero acusado – que perderá o controle dos recursos em seu domínio, até mesmo para financiar a defesa que provaria sua origem lícita.

A justificativa também afirma que “não se trata de prisão por dívida”. Realmente! A “prisão extraordinária” é ainda mais ilegítima e imoral que a prisão por dívida, pois possibilita o cerceamento de liberdade com o objetivo de inviabilizar defesa e aumentar a arrecadação do Estado. Como as demais propostas, essa medida, se implementada, favorece o uso do Judiciário para arrecadação; assim como, tende a aumentar o número de condenações de inocentes e a corrupção de agentes públicos, dado seu aumento de poder discricionário.

Medida 10:

A medida 10, na verdade, consiste em duas medidas. A primeira delas é a criação do confisco alargado, mediante introdução do art. 91-A no Código Penal. Em síntese, essa figura permite que se dê perdimento à diferença entre o patrimônio de origem comprovadamente lícita e o patrimônio total da pessoa que é condenada definitivamente pela prática de crimes graves e que ordinariamente geram grandes lucros, como crimes contra a Administração Pública e tráfico de drogas. Essa medida, que encontra instituto similar em muitos países, como Portugal, França, Itália, Alemanha, Reino Unido e EUA, segue diretrizes de tratados em que o Brasil é signatário. A segunda inovação, nesse campo, é a ação civil de extinção de domínio, nos moldes propostos pela Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Ativos (ENCCLA), em 2011. Há outros projetos em trâmite no Congresso Nacional com o mesmo objeto, mas optou-se pela proposta que foi consagrada em um foro de que participam dezenas de órgãos públicos, o que lhe confere ampla legitimidade. A ação de extinção de domínio permite dar perdimento a bens sem origem lícita (leia-se sem origem reconhecida por órgãos corruptos), independentemente da responsabilização do autor dos fatos ilícitos, que pode não ser punido por não ser descoberto, por falecer ou em decorrência de prescrição (ou, talvez, pelo acusado ser inocente).

A décima proposta consiste em duas medidas de confisco — uma sem condenação criminal, que resultou em abusos e arbitrariedades em todos os lugares em que foi aplicada, até mesmo nos países mais desenvolvidos, nos quais gente inocente foi humilhada, roubada, expropriada e detida, (vide http://goo.gl/YkMExU; http://goo.gl/87WxfA e http://goo.gl/VlwNBx) e a outra arbitrária, dada apenas pela consideração de diferenças patrimoniais do magistrado, em caso de condenação criminal.

Ora! É amplamente sabido que a economia informal, ou subterrânea, representa grande parte do PIB do país. Essa medida permitiria a expropriação de todos esses ativos e a destruição dessa riqueza pelo Estado, sem qualquer comprovação de crime. Com aumentos sucessivos das regulações, tributações e perseguições (conforme o modelo de Estado praticado pela esquerda), a tendência é o aumento da proporção da economia informal, portanto essa medida é mais um passo na direção de um Estado totalitário, que subjuga a sociedade, no melhor estilo do modelo cubano, no qual o abate não autorizado de gado para vender pode gerar até 18 anos de prisão (no entanto, para que não se pense que o regime cubano seja um inferno absoluto, faz-se necessário informar aqui que, se o abate for realizado para consumo próprio, a pena é mais leve: “somente” 10 anos).

Tendo em vista que a legislação cubana prevê pena de 15 anos em caso de homicídio, isso significa que a comercialização ilegal de carne de gado sem autorização formal do regime — mesmo que o gado pertença a quem está comercializando (embora 50% das cabeças de gado da ilha pertença ao próprio Estado [Leia-se “famiglia Castro”], a outra metade por enquanto ainda está [pelo menos em teoria] sob a posse de particulares, o que na maioria das vezes significa cooperativas) — é um crime pior do que o de tirar uma vida humana. Só isso seria mais que suficiente para dar a dimensão do tipo de mentalidade que inspirou o MP a criar essa medida. Mas as semelhanças não encerram aí: o presidente da Assembleia Nacional do Poder Popular de Cuba (ANPP) entre 1993 a 2013 declarou, no exercício de sua função, que estava estudando aumentar a pena máxima para 30 anos, ao que Fidel Castro respondeu, em uma transmissão televisionada da Sessão Plenária do Poder Popular: “E se trinta não for suficiente que seja então aplicada a pena de morte” (não é de se estranhar que a prática de canibalismo seja fato comum nas ditaduras comunistas). Também em regimes como a Rússia bolchevique e a China maoísta, o aumento de patrimônio por vias não controladas pelo Estado (retomar a explicação dada sobre a medida 02, no que diz respeito ao “enriquecimento ilícito) possuía uma tipificação com penalidade superior à aplicada para o homicídio. Eis o ambiente de onde vêm as ideias dos ilustres juristas que estão propondo essa medida.

Os projetos de poder aplicados nesses países, nos quais se inspira o projeto que está em curso no Brasil, não apenas inviabiliza as atividades formais, como passa a ameaçar de expropriação as informais — mesmo não criminosas. Além de expor feirantes, pequenos lavradores e prestadores informais de serviço — como engraxates — à situação de vulnerabilidade absoluta e permanente, todos os cidadãos ficam à mercê do Estado policial, com o civil asset forfeiture.  Se alguém for parado na rua com uma bicicleta e não tiver prova de origem (como nota fiscal) o Estado poderá expropriá-la. Se alguém for parado em um aeroporto ou rodoviária com recursos em espécie sem prova documental de onde os obteve, perde da mesma forma (já houve casos de confisco de menos de 3000 dólares em espécie nos EUA sob a alegação, segundo os policiais, de que o cidadão “parecia” um cafetão). É a total inversão de quem deve ter o comportamento vinculado e quem deve ter o comportamento apenas com limitações negativas.

Breve e necessário resumo da atual situação sócio política do Brasil

Acaso o leitor seja “inocente” o suficiente para não ter se dado conta, o mensalão não foi um mero “esquema de desvio de dinheiro público com objetivo de enriquecimento ilício”. Para que seja possível compreender a situação que estamos tentando elucidar, faz-se necessário abandonar a “inocência” e lidar com os fatos da perspectiva de suas características intrínsecas: o chamado “Mensalão” foi — em absoluta precisão do termo — um GOLPE DE ESTADO. O esquema montado durante a gestão do “barba” (e que mais tarde viria a ser popularizado sob a alcunha de “Mensalão”) constituiu-se em uma ruptura da separação dos três poderes. Essa ruptura acabou por contaminar toda a estrutura da República, a ponto de reduzi-la a uma eficientíssima DITADURA — cuja aparência externa de democracia a blindou, durante mais de uma década, da revolta popular e continuaria a fazê-lo se o governo não tivesse decidido enfiar a economia do país na latrina (para quem não for capaz de compreender que isso foi feito de forma proposital, indicamos que pesquise no Google sobre a “Estratégia Cloward e Piven”). Durante a época do Mensalão, o governo usou dinheiro do contribuinte para perfazer a compra das decisões dos congressistas. O mero fato do Legislativo ter suas decisões fraudadas (seja por chantagem, ameaça ou outros artifícios demonstrados na Ação Penal 470) ao Executivo já se constituiria em ruptura da separação dos poderes e, portando, em GOLPE DE ESTADO, mas o estratagema espúrio não parou aí.

O governo utilizou esse mesmo Congresso, o qual mantinha na coleira, para ENFIAR no Supremo Tribunal Federal 9 ministros (de um total de 11), garantindo assim não apenas a subordinação do legislativo, mas também a do judiciário. Para acrescentar escárnio à afronta, a sociedade foi obrigada a assistir calada essa mesma “constelação” de magistrados, que foram empossados de forma ÍLICITA (estando eles assim, portanto, ocupando a posição de forma ILEGÍTIMA), julgar os artífices do esquema criminoso responsável pela sua ascendência ao patíbulo do alto do qual proferiram seus juízos. Como se a ação de condenar os criminosos envolvidos pudesse, por passe de mágica, romper a cadeia de continuidade que liga o crime julgado àqueles que julgam. Assim foi o ardiloso e sofisticadíssimo esquema usado para dar uma aparência de legalidade ao objetivo de possibilitar que a mais alta corte do pais fosse INVADIDA por uma corja de ativistas de extrema esquerda, caninamente fieis ao grupo (e à ideologia) que lhes possibilitou ir muito além do de suas competências lhes permitiriam.

Uma vez estabelecido o controle do cimo do Judiciário, a mão invisível do Foro de São Paulo foi avançando no corpo desse poder, tal qual um câncer, através de indicações dos cargos mais altos (como as filhas dos ministros citados anteriormente) o que proporcionou a condição de aplicar concursos públicos cada vez mais enviesados — e até mesmo, não raras vezes, fraudados (!) — as evidências disso abundam até mesmo na mídia oficial controlada (a ilustração dada no início do texto, a prova do MPF, também cabe aqui — até a prova para estagiário é enviesada para selecionar ideologicamente).

Pior ainda que as indicações imorais, são os concursos para os cargos decisórios da magistratura e dos órgãos acusatórios que apresentam longa tradição de fases orais e subjetivas — em que que os “ministros” ilegalmente empossados compõem bancas ou indicam seus componentes para fazer o serviço sujo, sem contaminar diretamente suas mãos. Em paralelo a tudo isso, as demais instâncias do Judiciário foram sendo ocupadas por correligionários ou submissos à elite governante — garantindo assim o perfeito controle desse Poder através da estratégia de aboletar agentes ou colaboradores do Foro de São Paulo em praticamente todo e qualquer cargo com alguma relevância.

O processo de infiltração, subversão e uso do judiciário para “assassinatos de reputação” com acusações seletivas e fraudadas é bem descrito por Romeu Tuma Junior nas duas obras escritas como defesa pública: “Assassinato de Reputações: um crime de Estado” e “Assassinato de Reputações II — Muito Além da Lava Jato” (ambos com coautoria do jornalista Cláudio Tognolli). Desta maneira, restam evidentes os paralelos significativos entre o judiciário atual e o soviético da época dos “julgamentos estalinistas”.

A atual situação jurídica do Brasil

Há outros fatos que expõem o caráter ditatorial do governo que instituiu um Estado de Exceção. Segundo os próprios dados oficiais, houve mais de um milhão de mortes violentas na década e mais de 90% delas permanecem sem esclarecimento, nem punição; e, abundam casos cujas circunstâncias apontam suspeita de assassinatos políticos. É possível citar como exemplos das mortes relacionadas ao episódio do assassinato do prefeito Celso Daniel; a execução em casa do Coronel Magalhães (dias depois de ter acusado publicamente Luiz Inácio de ser mandante de assassinato e colaborador do regime militar); além das mortes impunes provocadas pelas milícias paramilitares, como aquelas ocorridas por ação do MST, em Sergipe, em março de 2015, horas depois do mesmo Luiz Inácio ter convocado “o exército de Stédile para guerra”. Na lista também pode ser adicionada a morte do advogado Leandro Balcone, líder do MBL, alvejado por 12 tiros em seu escritório, no ápice da campanha do MBL pelo impeachment.

Diante da sequência de acontecimentos mencionados acima, resta evidente que a referência ao governo petista nos termos de DITADURA não é uma questão de mera opinião, mas um fato da ordem da realidade: primeiro, por não haver mais instituições funcionais (dado que o executivo e o legislativo foram fraudados, como explicado anteriormente); e, em segundo, pela ilegalidade ser a regra, até mesmo em crimes graves, como homicídios (conforme demonstrado no parágrafo anterior) — a definição de Estado de Exceção é a situação em que instituições suspendem o Estado de Direito, ou seja, onde a legalidade não é aplicada como regra geral devido as ações de governo. Claro que se faz necessário um mínimo de informação para que esse governo seja percebido como aquilo que ele realmente é. Ocorre que, em um ambiente no qual os meios de comunicação aparelhados e/ou comprados e as vozes de — supostos — intelectuais e demais formadores de opinião (a exemplo de “artistas”) foram “rouanetizadas”, encontrar informação verdadeira, sem comprometimento com o castelo de fraudes no qual se tornou o governo, é mais difícil do que encontrar Astatínio. Ou o leitor por um acaso já viu algum jornal de grande circulação mencionando o Foro de São Paulo ou se referindo ao “Mensalão” como GOLPE DE ESTADO?

Quem propõe as dez medidas

Conforme foi explicado, Estado de Direito é a situação em que a legalidade (due process of law) é a regra. Conforme ficou provado acima, no Brasil atual a ilegalidade é a regra; é assim nas ações privadas, mas, também — e sobretudo — nas públicas. A contemplação do quadro geral da situação jurídica atual faz suscitar na mente de qualquer pessoa minimamente lúcida uma única questão: durante todos os anos em que as circunstâncias descambaram até alcançarmos a calamidade apocalíptica na qual agora nos encontramos, o que estiveram fazendo as instâncias da República responsáveis por zelar pela ordem institucional? Sendo a função máxima do Ministério Público a de “fiscal da lei”, por si só, o cenário descrito (repetindo: no qual a ilegalidade é a regra quase absoluta) já deveria ser motivo mais do que suficiente para qualificar esse mesmo Ministério Público como ineficaz, ineficiente e — até mesmo! — Ilegítimo (Um fiscal da lei de onde não tem lei?). O que estava fazendo o MP durante a década e meia na qual o Brasil foi governado por um partido que fere de maneira flagrante, pública e notória todas as três condições previstas na lei eleitoral como suficientes para a cassação do registro de um partido? A sabê-las: [01] Financiamentos ilegais sistemáticos (conforme demonstrado nos casos do “Mensalão” e “Petrolão”); [02] Submissão a instituições estrangeiras (comprovadas pelas atas do Foro de São Paulo, a quais — de quebra! — comprovam TAMBÉM a estreita relação de diversos partidos, inclusive o Partido dos Trabalhadores, com grupos CRIMINOSOS, como as FARC); e [03] Manutenção de milícias paramilitares (a exemplo do MST) por todo o território nacional (mantidas em larga medida pelo erário e usadas para promover atos terroristas). Enquanto esse quadro se desenrolava, onde estava o MP para, agora, emitir opinião sobre um problema que só chegou ao ponto em que chegou graças ao fato de o próprio MP ter permanecido inerte enquanto o problema nascia e grassava? Quantas ações o MP impetrou pedindo a prisão dos integrantes da organização criminosa conhecida como MST? O que o MP fez efetivamente para combater a matança impune de mais de um milhão de brasileiros? Quantas vezes o MP pediu a cassação do PT?

A alegação de que petistas foram acusados pelo MP nos casos do “Mensalão” e “Petrolão” não responde à questão anterior. Primeiro, porque ao acusar os petistas de crimes meramente patrimoniais, absolve-os dos verdadeiros tipos — muito mais graves —; e, segundo, que imputando a culpa a pessoas especificas e não à organização, absolve o partido que se estruturou e atuou como organização criminosa.

Nesse período foram sistematicamente fraudados: [01] o Legislativo, pela compra de votos e assassinatos de reputação); [02] o Judiciário, por concursos fraudados e enviesados e por indicações apoiadas pelas fraudes no legislativo); [03] o Executivo, por eleições ilegais, com partidos ilícitos (financiados com dinheiro do crime), executadas através de crimes eleitorais e fiscalizadas — E julgadas! — por comparsas infiltrados no Judiciário (importante frisar que, mesmo que não houvesse outro ilícito, o processo eleitoral já estaria comprometido apenas pelo fato de a contagem dos votos, executada pela bolivariana Smartmatic — empresa envolvida com ditaduras e crimes pelo mundo —, ser inauditável); e [04] os meios de comunicação, por uso maciço do poder econômico (transformando o Estado em maior anunciante e financiador de eventos “culturais”) e político (com ameaças veladas de cassação de licenças e suspensão de financiamentos a instituições que não transmitissem, exclusivamente, a pauta oficial da ditadura).

Em suma, eles fraudaram o Legislativo com o “Mensalão”, depois utilizaram o Legislativo fraudado para fraudar o Judiciário (com indicações de aliados ideológicos), em seguida, utilizaram o judiciário fraudado para promover eleições fraudadas, inauditáveis (Dias Toffoli, advogado do PT, nunca passou em nenhum concurso público, réu penal múltiplo, foi alçado à condição de presidente do TSE, de onde executou, fiscalizou e julgou as eleições — para mais detalhes sobre a excelsa biografia desse senhor, pesquise na internet o artigo com o sugestivo título de “O réu que virou juiz”).

Seria sandice acreditar que o projeto de poder em questão, depois de ter executado um trabalho tão profundo e vasto de aparelhamento e apropriação da máquina, além de uma pesada lavagem cerebral ideológica promovida através do Ministério da Educação com conivência e com colaboração de todos os órgãos de comunicação de grande alcance, tenha deixado passar incólume o Ministério Público. São órgãos dessa ditadura que propõem e apoiam essas “10 medidas contra a corrupção”. Para os que tem a mínima noção de quem é quem no meio jurídico, nem sequer é necessário esclarecer quem é Janot ou Adams — ou afirmar que a reputação deles não é muito diversa das atribuídas a Toffoli, Lewandowski ou Fachin. Em uma situação de ilegalidade como a descrita, em verdade, a aprovação de leis que aumentassem os poderes do Estado deveria ser sistematicamente rechaçada como ilegal, ilegítima e imoral. Porém, muitos que se consideram dissidentes apoiam as 10 medidas como o argumento de que “são apoiadas pelos promotores da lava jato”. Vamos dizer o que é a Lava Jato.

Como a Lava Jato apenas aumentou o poder da ditadura comuno-petista do Foro de São Paulo.

A BLOSTA e os “veículos da grande mídia”, controlados por ameaças de perda de anúncios estatais e até de cassação (como foi expresso textualmente no caderno de teses do PT) constantemente mostram as ações de “combate a corrupção” (a exemplo da ‘Lava Jato”) como atos que enfraqueceriam a ditadura. Esse fato é pura propaganda e desinformação. Essa operação fortaleceu em grande medida o projeto de poder do Foro de São Paulo, ao enfraquecer a “burguesia interna” — reduzindo a chance de empresários financiarem dissidentes e aumentando a presença do Estado (e dos apadrinhados do Foro de São Paulo) no controle da economia. Uma demonstração disso é o financiamento bilionário destinado pelo governo a apadrinhados, com o objetivo de comprar ativos de empresas acusadas — essas, forçadas a pagar multas e desinvestir do país enquanto ainda podem (a exemplo da transação na qual a Camargo Correia vendeu a Alpargatas para a JBS, através de um financiamento da Caixa Econômica).

Afirmar que a Lava Jato reduziu o poder da ditadura é o mesmo que afirmar que os julgamentos stalinistas reduziram o poder de Stalin. As operações de “combate a corrupção” produziram perdas e desinvestimentos bilionários à iniciativa privada — o que, irremediavelmente, leva ao controle da ditadura na economia, na política e na mídia (com a dominância dos investimentos no setor de propaganda, através das estatais; após a Lava Jato, o governo passou a ser, praticamente, o único anunciante com verbas relevantes para gastar). E, no aspecto cultural, ainda apresentam a vantagem da “dessensibilização”. Ora! Se, nem com o maior escândalo de corrupção da História da Humanidade, seus responsáveis — Luís Inácio e Dilma — foram presos ou sofreram a mais branda punição que fosse, então nada posterior que fosse revelado teria como atingi-los de maneira significativa.

A teoria do “siga o dinheiro” aplicada nos julgamentos resultou em graves penas a empresários que eram (e são) mais vitimas do que partícipes (na medida em que foram chantageados) — e nenhuma punição aos partidos manifestamente ilegais por receberem, sistematicamente, dinheiro criminoso; também não houve nenhuma perda para os eleitos com o dinheiro sujo. Essa teoria não explica o caso e sua aplicação demonstra que quem a expressa não compreendeu a realidade fática: o movimento comunista decide de maneira estratégica, sempre em função de um objetivo, que é o de se perpetuar no poder com um Estado totalitário (como eles próprios admitem repetidamente), jamais sendo norteado por lógica financeira. Quem aborda o problema a partir da aplicação da teoria do “siga o dinheiro” está partindo do pressuposto de que as falcatruas executadas pelo Partido dos Trabalhadores seguiram uma lógica financeira, estritamente voltada para o enriquecimento pessoal dos que as praticaram, não está lidando com os fatos a partir de suas propriedades intrínsecas, está apenas lidando com uma representação eufemística cuja única função é obliterar a real extensão do problema, fazendo com que um leão seja encarado como um “gatinho doméstico que tomou muito leite”.

Conclusão

Tendo demonstrado que [01] a ditadura e seus burocratas (como o MPF) são ilegítimos para propor leis de combate à corrupção; [02] que o aumento do Estado e das leis tendem a aumentar a corrupção; e [03] que a propaganda da ditadura é sistematicamente mentirosa, ao afirmar objetivos e justificativas opostos aos reais efeitos de suas políticas; fica evidente que, se essas “10 medidas” forem aprovadas, os cidadãos serão transformados em servos submissos e permanentemente ameaçados pelo Estado e — pior — pelo governo (em última instância, pelo Partido Único — o Foro de São Paulo). O MPF realizou um evento ontem (29 de junho) para homenagear “voluntários que ajudaram na coleta de assinaturas para aprovação das 10 medidas”, comemorando o fato da arrecadação de mais de 2 milhões de assinaturas em apenas 8 meses (É por isso que a situação política do Brasil está a maravilha que está: dispomos de 2 milhões de exímios experts em nas relações entre o campo jurídica e a ciência política). Nessa ocasião, o procurador Deltan Dallagnol declarou, em entrevista à repórter Adriana Perroni, que “[a implementação das 10 medidas] faz de um projeto […] de empoderamento da sociedade”; o ápice do cinismo: as 10 medidas foram milimetricamente calculadas para empoderar o MPF e reforçar ainda mais a mão de ferro com que a Nomenklatura do Foro de São Paulo estrangula a sociedade. Essa afirmação é tão contrária à realidade quanto as promessas de amor e carinho que um pedófilo faz a sua vítima.

Para que haja legalidade, a Lei deve estabelecer limites à ação do Estado. É o Estado que deve servir à sociedade, jamais o contrário. Em linguagem jurídica, poder-se-ia dizer que a transformação das “10 medidas” em Lei fará com que os comportamentos privados sejam estritamente “vinculados” (regulados e dependentes de autorização estrita em lei) e as ações de persecução, ao contrário, passarão a ser “discricionárias“, com fundamentação subjetiva e livres até mesmo para ignorar nulidades. Para uma pessoa com idade mental de 18 anos (e a maioria da população se encontra nessa situação, ou abaixo dela) medidas que aumentam a severidade das penas são sempre bem-vindas, como se fossem reduzir a prática criminosa. Inobstante, no mundo real, os maiores criminosos e assassinos da História são os “Estados de Exceção”, os quais são criados exatamente no momento em que são permitidas legislações que, ao invés de servirem para dar limites ao Estado (ou melhor dizendo: contendo-lhe em seus limites próprios), servem para lhe ampliar a capacidade de oprimir o cidadão, mesmo que sob as justificativas mais bonitas, como é o caso do “combate à corrupção”.

Em termos econômicos, as pessoas condenadas por essas dez medidas serão aquelas que não tem acesso político à máfia estatal. Sendo assim, essas “10 medidas” estão, em verdade, instituindo uma espécie de “monopólio da corrupção” nas mãos do grupo que as propõe. Em suma, o número de casos de corrupção pode até tender a diminuir, mas, na medida em que anulam a “concorrência”, os valores desviados por aqueles com “salvo conduto” para praticar a corrupção tenderá a aumentar, o que no final se reverterá em um aumento exponencial da corrupção no País. Exatamente como foi o caso no esquema que levou o ex-ministro petista e marido da senadora Gleisi Hoffmann (primeira senadora a realizar visita íntima na cadeia?). Sob a égide de evitar fraudes e corrupção, todos os registros e controles de empréstimos consignados de servidores foram centralizados no ministério do planejamento petista. Essa centralização serviu de pretexto para a contratação de uma empresa que realizasse o processamento de dados, empresa que repassava como propina 70% da arrecadação, o que totalizou mais de 100 milhões de reais. Imaginem os montantes que podem ser desviados com a vinculação de percentuais fixos em propaganda e com a instituição dos diversos “sistemas de centralização e controle” das “10 Medidas”. É importante lembrar que somente a menor parte desse dinheiro é usado para enriquecimento pessoal, a maior parte dele é usado para retro financiar os mesmos esquemas de poder que endossam as tais “10 medidas”, através da corrupção de eleições, do judiciário e do legislativo, conforme foi explicado.

Para que não reste a possibilidade de que o leitor não tenha entendido, repetiremos com outras palavras: essas dez medidas são a fórmula de optimização da prática da corrupção pelo grupo político que as propõe, o qual já provou sua competência através do maior esquema de corrupção da História, o “Petrolão” (pelo menos enquanto as investigações não revelarem outro caso ainda maior — aguardemos a abertura da caixa preta do BNDES). O que o Foro de São Paulo quer fazer com a corrupção é, nas palavras da própria Dilma: “Não vamos estabelecer uma meta. Vamos deixar a meta em aberto, mas ao atingirmos a meta vamos dobrar a meta”.

Adendo

A partir dos desdobramentos da chamada “Operação Lava Jato”, a imprensa passou a repetir um discurso que alega uma suposta fase de moralização da esfera política. Inobstante, NENHUMA moralidade é possível com o cume do poder judiciário ocupado por usurpadores que lá chegaram através de um estratagema espúrio que eles próprios reconheceram a existência ao aplicar as sentenças condenatórias no julgamento do “Mensalão”. Explicamos: cabe ao Senado sabatinar e aprovar as indicações ao STF. Se os integrantes atuais do STF reconhecem a existência do Mensalão (se reconhecem que partidos recebiam dinheiro para coagir seus membros a aprovar projetos, pautas e demais agendas do governo — o que inclui suas indicações ao STF), ipso facto, eles reconhecem que foram sabatinados e aprovados por agentes que estavam comprados por um grupo que tinha interesse em suas nomeações. Logo, as sabatinas e as aprovações, ocorridas em um momento em que as decisões dos congressistas estavam compradas, NÃO POSSUEM VALOR. São NULAS. Se as aprovações são nulas, ENTÃO, eles estão ocupando um lugar ao qual não pertencem. São, no sentido mais fiel possível do termo, IMPOSTORES. Como se trata de um fato auto evidente que não está sendo comentado por absolutamente nenhum analista político, nenhum intelectual, nenhum formador de opinião, a impressão que dá é que o povo brasileiro perdeu a capacidade de enxergar aquilo que se lhes apresenta claro como a luz do meio-dia. Esse tema será aprofundado no próximo texto.

Pérsio Menezes é jornalista e autor do blog “Meu professor de História mentiu pra mim”; Renato Amoedo é perito, consultor, pesquisador e mestre em Direito pela UFBA, pela Università di Bologna, pela Erasmus University Rotterdam e pela Universität Hamburg.

Fonte: Jornal Opção


MAMADEIRA CONTRA CHORADEIRA

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De Jacinto Flecha

No discurso de posse do presidente Kennedy, a grande sensação foi esta frase lapidar: Não pergunte o que o seu país pode fazer por você, pergunte o que você pode fazer pelo seu país. A imprensa mundial repetiu-a em prosa e verso, com todas as cores e molduras. Muitos anos depois de cessadas a euforia e as lamentações, achei a mesmíssima frase enunciada por outro chefe de Estado, mas da França. Clemenceau morreu em 1929, quando Kennedy tinha 12 anos. Tentei vários malabarismos mentais, mas não consegui um meio de culpar o francês como plagiador. Portanto…

         O autor da frase não vem tanto ao caso, só me interessa o conteúdo dela. Nas aulas de algum professor de psicologia ou sociologia, ela se misturaria com círculos, quadrados, retângulos, triângulos, setas pra cá e pra lá, traços e sinais gráficos, cores e destaques. E omitiria pelo menos um agente necessário. Vou apresentá-lo, mas antes veremos em que essa frase se liga a correntes ideológicas.

         O autor da frase coloca frente a frente dois agentes: 1) o país (no caso, os Estados Unidos, mas poderia ser qualquer outro); 2) o cidadão (o americano, ou qualquer outro). O objetivo de ambos é o progresso. Como está fora de cogitação o progresso sem o trabalho, apontam-se duas opções: ou o cidadão trabalha para o país progredir, ou o país trabalha para o cidadão progredir. Sempre um dos agentes trabalhando para o bem do outro. Ninguém precisa ser muito versado em assuntos ideológicos, para perceber nesse quadro simplista o socialismo e o capitalismo.

Por que não incluir outros agentes? Por exemplo, o cidadão que trabalha para ele mesmo progredir. E a frase Kennedy-Clemenceau seria completada com outra assim: Trabalhe para o seu progresso, e o progresso do país virá atrás.

         (Ora, que sujeito egoísta! Não é politicamente correto progredir desse jeito, ignorando o bem estar dos outros. Os marginalizados e excluídos precisam participar, afinal todos têm o direito de progredir, o país é de todos. Esses acumuladores de riquezas são usurpadores da propriedade e dos direitos…).

Cantilenas como essas repetem-se ad nauseam em assembleias sindicais, encontros de movimentos sociais, discursos de candidatos em eleições, etc. Nada se perde em ignorá-las, pois falta-lhes o vínculo com a realidade. Além disso, todos conhecemos exemplos onde o progresso de um empreendedor beneficia toda a coletividade. Quando alguém instala uma indústria, mesmo pequena, geralmente seu objetivo é produzir, vender e lucrar com isso. Não há nenhum mal em erguer um negócio lícito com o objetivo de lucro. Progride com ele o empreendedor, e já basta isso para ser boa iniciativa. Mas o fato concreto é que muitos progridem com a criação de empregos ou transitam pelos caminhos criados, outros se beneficiam comprando e usando os produtos da fábrica. Se esse empreendedor desistir, pode progredir em outras coisas, mas deixarão de surgir esses progressos simultâneos na comunidade.

Dizem que uma boa imagem vale por mil palavras, portanto vou economizar muitas palavras apresentando-lhe uma boa imagem. Quando você nasceu, não era dono de nada, não tinha nem roupa para cobrir a nudez. Logo sentiu a falta de algo. Não sabia o que era, e começou a chorar. Direito seu, afinal ninguém é proibido de chorar. Havia por perto pessoas que sabiam das coisas, possuíam bens, e resolveram interromper seu choro e suas caretas, aliviando-lhe o frio. Você deve ter ficado até engraçadinho, pois todos se alegraram e começaram a sorrir. Depois, quando você chorava, alguém lhe enfiava na boca uma mamadeira natural ou artificial.

O espetáculo prosseguiu assim por muito tempo, até as pessoas se cansarem da sua malandragem. Puseram você a andar com as próprias pernas, alimentar-se e vestir-se sozinho, falar em vez de chorar, e assim por diante. Você aprendeu tudo isso e muito mais, tornou-se apto para trabalhar e ganhar seu próprio sustento, e até pensou em economizar para ajudar outros que nasceriam depois. Não lhe parece que valeu a pena o esforço deles, e que o seu esforço será também recompensado? Isto aconteceu com você, e o normal é repetir-se com todos os que nascem. Mas com alguns a coisa segue outro rumo. Qual rumo? Vou apresentá-lo agora.

Aquele início da vida é mais ou menos o mesmo para todos. No entanto, a partir do ponto em que se aprendeu o básico para a sobrevivência, parece que alguns sentem saudade do tempo em que bastava chorar para ter os desejos atendidos. Começa aí a choradeira de marginalizados, excluídos, explorados, despossuídos, abandonados, espoliados, escravizados, subjugados, humilhados, oprimidos…

Você acha correto ou justo dar seus bens aos chorões, para aplacar a choradeira? Não lhe parece melhor convencê-los a trabalhar, e até ensinar-lhes o caminho?

Eu também tenho certeza disso, e os chorões o sabem melhor que todos nós. Mas muitos assumiram a inexplicável tarefa de encher a barriga e o bolso dos chorões. Agruparam-se em comunidades de base, movimentos sociais, pastorais de excluídos, PeTelândia, partidos socialistas de várias roupagens, e querem forçar a distribuição de mamadeiras contra a choradeira. Quem paga a conta? Os que trabalham, é claro.

Plantando dá / Não plantando dão / Pra que plantar? / Não planto não.

(*) Jacinto Flecha é médico e colaborador da Abim

Fonte: Agência Boa Imprensa – (ABIM)


O exemplo de Perpétua e Felicidade

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Gregorio Vivanco Lopes  

A todo momento lê-se na imprensa, vê-se na televisão, ouve-se no rádio que é preciso tomar medidas contra a desigualdade, que esta aumenta, que o governo não consegue controlá-la etc. etc.

Mas nunca se faz a distinção – absolutamente indispensável – entre a desigualdade exagerada e abusiva, portanto condenável, e a desigualdade boa e legítima, que está de acordo com a ordem natural das coisas. De modo que a impressão subliminar que o noticiário transmite é de que toda desigualdade, seja qual for, é sempre um mal e deve ser erradicada.

Segundo essa concepção, o ideal — não explicitado, mas latente — seria alcançado numa sociedade onde houvesse a igualdade absoluta, de todos os modos e em todas as formas. É a utopia revolucionária em sua formulação crua e nua.

Tal teoria acaba arrombando as portas das mentes das pessoas, que não se dão ao trabalho de refletir e analisar aquilo que vem subentendido no noticiário, instalando-se assim no universo de conhecimentos de cada indivíduo como uma espécie de verdade evidente, que não é preciso demonstrar.

*    *    *

Ora, nada de mais falso. As desigualdades exageradas e abusivas são más, não por serem desigualdades, mas por serem exageradas e abusivas. As desigualdades justas e harmônicas são um bem. Não seria difícil provar essa tese, mas seria longo e não caberia nesta seção. Baste-nos lembrar o ensinamento de Plinio Corrêa de Oliveira:

“Em um universo no qual Deus criou desiguais todos os seres, inclusive e principalmente os homens, a injustiça é a imposição de uma ordem de coisas contrária a que Deus, por altíssimas razões, fez desigual. Assim, a justiça está na desigualdade. […] Com efeito, Deus criou as desigualdades, não aterradoras e monstruosas, mas proporcionadas à natureza, ao bem-estar e ao progresso de cada ser, e adequadas à ordenação geral do universo. E tal é a desigualdade cristã” (A justiça está na desigualdade cristã, “Jornal da Tarde”, 9-6-1979).

Para o espírito malfazejo da Revolução, toda desigualdade deve gerar um ódio e uma luta de quem é menos contra quem é mais. Pelo contrário, onde entrou o espírito autenticamente cristão, a desigualdade gera respectivamente o serviço e a proteção, ligados pelo laço do amor a Deus.

Foi o que se deu, por exemplo, com as santas Perpétua e Felicidade (século III). Perpétua era uma nobre romana muito rica, que se converteu ao cristianismo. Felicidade era sua escrava, que igualmente se converteu. Por isso foram conduzidas à prisão e condenadas à morte. Amarradas com arame e colocadas na arena diante de uma vaca brava, esta a princípio as atacou, mas depois desistiu.

O povo sanguinário que a tudo assistia pediu então que lhes cortassem as cabeças. A senhora e a escrava abraçaram-se emocionadas. Felicidade teve sua cabeça cortada por um golpe de machado. O verdugo, muito nervoso, errou o golpe em Perpétua. Ela deu um grito de dor, mas em seguida posicionou melhor a cabeça e indicou ao verdugo onde deveria atingi-la.

De tal modo elas foram unidas na fé, que a senhora e a escrava morreram juntas, sendo por isso seu martírio celebrado pela Igreja no mesmo dia 7 de março.

Sem querer de nenhum modo justificar aqui a escravidão romana, que tinha aspectos altamente censuráveis, a lição que nos dão Perpétua e Felicidade é de como a fé cristã e o amor de Deus unem de modo perfeitíssimo pessoas colocadas nos extremos opostos da escala social. Perpétua não desprezou Felicidade, nem esta se revoltou contra a sua senhora. Permanecendo cada uma na sua condição social, o amor de Cristo as uniu na Terra e na Eternidade.

Como é injusta e antinatural a pregação de uma

igualdade a qualquer preço!

 

(*) Gregorio Vivanco Lopes é advogado e colaborador da ABIM

Fonte: Agência Boa Imprensa – (ABIM)


A lição de Juvenal

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Gregorio Vivanco Lopes  

O quase-nudismo que toma conta das cidades modernas vai aproximando as pessoas da prática de se despirem completamente em público, à maneira dos selvagens e dos índios primitivos.

Para as mulheres, são shorts, micro-saias, decotes escandalosos, abdômen e costas de fora, calças apertadíssimas realçando as formas do corpo, ou roupas transparentes.

Para os homens, dispensa-se até a camisa, ao mesmo tempo em que uma espécie de bermuda põe em realce a feiura das pernas.

Tudo quanto as pessoas — homens e mulheres — têm de cicatrizes, deformidades, manchas da pele, partes malconformadas do corpo, ossos salientes, rugas, vai sendo mostrado desinibidamente.

Os modos de estar ou de sentar-se em público tornam-se cada vez mais permissivos, provocantes e degradantes.

Perde-se o senso da beleza, da dignidade, da compostura, do recato, do pudor. É a civilização que afunda aos poucos na barbárie.

E para apontar bem claramente o termo rumo ao qual se caminha, as manifestações de nudismo completo vão se tornando cada vez mais frequentes. Está ficando comum as pessoas se apresentarem nuas nas ruas para protestar contra alguma coisa. Já se fizeram protestos sem roupa contra o preço da gasolina, contra o aquecimento global, por mais ciclovias, contra as touradas, contra o consumo de carne etc. Ou seja, tais reivindicações mais parecem pretexto para propagar o nudismo do que outra coisa. Certas feministas são useiras e vezeiras desse tipo imoral de propaganda.

E, para além do nudismo, caminha-se em direção ao amor livre. Simplesmente porque não é possível pessoas conviverem nuas onde quer que seja, sem que o instinto sexual, mesmo nas suas formas mais degradantes, não se veja atiçado e chegue às últimas consequências. É o que vem sendo denunciado em certas praias nudistas.

Alega-se que é por falta de vigilância. Mas se um lugar necessita ser constantemente vigiado para que nele as pessoas não se entreguem às piores imoralidades e obscenidades, então que lugar é esse? Um bordel? Um “campo de concentração” de devassos?

Voltemos ao início destas considerações. O famoso escritor latino Juvenal (séc. II), [**] em seu livro de Sátiras, escreve: “Nemo repente fuit turpissimus” (Juvenal, Satirae 2.83) — “Ninguém fica depravado de repente”. Será que o espetáculo de seminudismo que se tornou habitual nas cidades modernas não prepara as abominações que atualmente já vêm sendo denunciadas nas praias nudistas?

Fica a pergunta para o leitor responder.

(*) Gregorio Vivanco Lopes é advogado e colaborador da ABIM

[**] Juvenal — Falecido aproximadamente em 130 d.C., é o autor das Sátiras, em que ridiculariza os costumes da Roma pagã de sua época, contrapondo-a aos costumes severos vigentes durante a República aristocrática. Esta foi enaltecida pelo renomado escritor Cícero e pelo historiador romano Tito Lívio.

Fonte: Agência Boa Imprensa – (ABIM)


Por que o MPL lembra a União Soviética

 Flagrantes de manifestações do Movimento Passe Livre

Flagrantes de manifestações do Movimento Passe Livre

Cid Alencastro  

A inflação vai corroendo as finanças dos brasileiros, especialmente dos mais pobres. É um fato.

Economistas de peso têm analisado o problema e concluído que, unida à estatização desvairada, uma irracional política dita “social” vai destroçando a economia do País, prejudicando a todos, sobretudo os economicamente menos favorecidos.

Até aí nenhuma novidade. Onde quer que se implante, o socialismo funciona como um câncer que vai putrefazendo os tecidos do organismo, a caminho da morte. Não vamos nos deter nesse fenômeno, por demais conhecido de nossos leitores.

Mas, posto o fato de que isso é assim, e que a inflação galopa, não faz o mínimo sentido querer que as passagens de ônibus, metrô e trens urbanos não subam também.

Ora, o autointitulado Movimento Passe Livre (MPL) tem procurado agitar o ambiente, sobretudo em São Paulo, organizando manifestações de protesto contra o aumento das passagens, que está na ordem de R$ 0,30.

Navegando numa contradição ululante, o MPL defende o governo do PT, causador da degringolada econômica e, portanto, também da inflação, e critica um subproduto menor dessa inflação que é o aumento nas passagens dos transportes coletivos, convenhamos bastante modesto.

Conseguindo arrebanhar apenas um contingente reduzido (parece que os sanduíches de mortadela e as gorjetas não estão muito atrativos), os organizadores têm procurado compensar o pequeno número com a promoção de arruaças, quebra-quebras e outros mimos, a fim de atrair a atenção de um público cada vez mais desinteressado, crescentemente enfastiado e mesmo hostil.

Tão hostil que mesmo certa imprensa, que vinha publicitando as manifestações e criticando a polícia, mudou de bordo e, para não perder leitores, passou a criticar o MPL.

Foi nesse contexto que se descobriu o óbvio. Ou seja, que o interesse do MPL não estava centrado no aumento das passagens — mero pretexto — mas sim em produzir agitação social, a serviço de forças escusas.

Veio a público então um Manual, no qual o MPL “instrui seus militantes e simpatizantes sobre como bloquear vias importantes e empregar outras táticas truculentas” (“O Estado de S. Paulo”, 14 e 17-1-16). “Surge a imagem de um grupo aguerrido, frio e calculista, que não hesita em apelar para o emprego de métodos violentos para atingir seus objetivos”, diz a reportagem.

Ou seja, cai por terra a falsa ideia de que a violência nas manifestações seria fruto da ação de infiltrados, apelidados de black-blocs. Na verdade, todos fazem parte da mesma panela.

Nesse Manual, o MPL chora o fato de não estar conseguindo adesões dos trabalhadores: “Não podemos fazer essa ação isolada. Temos que convencer os trabalhadores”.

O Manual elenca sete passos para travar as vias da cidade com 50 militantes para “provocar efeitos tão interessantes quanto os de um ato com mil”.

O fracasso das manifestações do MPL constitui apenas um exemplo do que vem ocorrendo ultimamente com as investidas das esquerdas, ao menos no Brasil. Não conseguindo convencer a opinião pública, e muito menos atrair grandes contingentes para suas ações de rua, as esquerdas se veem na contingência de avançar por meio de golpes de força das autoridades. Estas impõem, em nome da modernidade e outras balelas do gênero, leis, decretos, sentenças judiciais, regulamentos, injunções policialescas e o que mais se queira para forçar a população a engolir suas “modernidades”.

Tal sistema é eficiente a curto prazo, pois quem tem o poder nas mãos impõe e está acabado. Mas a longo prazo caminha-se para uma explosão. Memento União Soviética.

(*) Cid Alencastro é advogado e colaborador da ABIM

Fonte: Agência Boa Imprensa – (ABIM)


Baby é vaiada após comentário dito “preconceituoso” em bloco LGBT

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“Apesar das kengas, todo homem para mim é homem. O que talvez tenha faltado é uma boa mulher”. Foi com essa frase que a cantora Baby do Brasil “agradeceu” o convite para representar o bloco de travestis, drag queens e gays Desfile das Kengas, no último domingo, em Natal. O que aconteceu? Ela recebeu vaias do público e até ofensas em sua conta no Facebook.

Baby tentou se explicar via Facebook, escreveu que tem amigos e membros da família homossexuais e que o significado de seu comentário foi, na verdade que “não importa a escolha sexual, pois ela não invalida um homem ser homem ou uma mulher ser mulher”, escreveu.  “Tenho amigos gays que são tão maravilhosos que me casaria com um deles (…)”, acrescentou.

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Seguidores da famosa, no entanto, não perdoaram o mal entendido e a acusaram de ser preconceituosa, de não apoiar a causa LGBT e “estar cega” pelas crenças da igreja – Baby se tornou evangélica nos anos 1990. Os mais de 200 comentários na página de Baby se misturam entre críticas, decepções e apoio à cantora:

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Fonte: Vírgula


As injunções da Sra. Ayoubi

A ONU promoveu exame das políticas de proteção à criança no Brasil e aproveitou para intrometer-se na administração da Nação e dar ordens peremptórias

Gregorio Vivanco Lopes

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A ONU é sabidamente uma organização inútil; e vai se tornando cada vez mais perniciosa. Sempre a serviço das esquerdas.

Há pouco resolveu intrometer-se na vida dos brasileiros e ditar normas como se fosse um templo de semideuses, que tudo sabem e querem ser obedecidos.

“Nos preocupamos com o que estamos vendo no Brasil”, declarou Hynd Ayoubi Idrissi, relatora do exame brasileiro e perita do Comitê do Direito da Criança da ONU (“O Estado de S. Paulo”, 21-9-15, Jamil Chade correspondente).

O que levou essa senhora marroquina a de repente “preocupar-se” com o Brasil? O que entende ela de brasilidade?

“Crianças” de 17 anos, 11 meses e 29 dias…

A preocupação da Sra. Ayoubi é com o projeto de lei que incrimina aqueles menores de 18 anos que matam, roubam, estupram, invadem etc. Quer salvá-los a todo custo, pois os considera ainda na fase da infância. “A definição de infância fala em 18 anos. Mas estamos preocupados com a proposta de rever para baixo a idade de maioridade penal”, diz ela.

Contudo, ainda que esse projeto não venha a ser aprovado, a “preocupação” da Sra. Ayoubi não cessa. Teme ela que, nesse caso, seja aumentado o tempo de internação dos menores infratores. E um período maior de internação faria mal às “crianças”!

A funcionária da ONU condena, pois, a hipótese “de deixar a idade em 18 anos, mas prolongar as internações […] Isso representa reduzir a proteção aos menores e não dá uma solução à violência. Apenas a repressão não é a resposta, mas sim a prevenção”.

Ora, não se trata de reduzir a proteção aos menores, isso é um sofisma. Trata-se, isto sim, de penalizar adequadamente quem comete crimes e é responsável pelo que faz. Tão responsável, que já aos 16 anos é considerado com suficiente clarividência para poder votar, discernir os rumos mais adequados para a Nação e escolher seus mais altos dirigentes. Os menores precisam ser protegidos, sim, mas não os criminosos.

Quanto à afirmação de que tornar punível o menor de 18 anos “não dá uma solução à violência”, é outro sofisma. É claro que não se resolve só com isso o problema da criminalidade. Como também não se soluciona a violência com punir os maiores de 18 anos! Isso significa que ninguém deve ser punido e que todos os bandidos devem ficar soltos?

A esse respeito é muita lúcida a observação do Juiz de Direito, Dr. Alexandre Semedo de Oliveira: “O argumento do ‘não resolve’, pura e simplesmente, não se aplica à discussão. Pois, ao menos até onde eu saiba, ninguém defende a redução da maioridade penal para ‘resolver’ o problema da delinquência entre nossos jovens. Ao contrário, defende-se tal redução porque punir adolescentes pelos atos bárbaros que cometem é um imperativo da justiça, que teria ainda, como efeito colateral desejável, uma redução no índice de criminalidade entre os adolescentes. (https://veritasquae.wordpress.com/2015/05/25/a-reducao-da-menoridade-penal-e-o-argumento-do-nao-resolve/)

De outro lado, não vemos por que escolher entre prevenção e repressão, como faz a representante da ONU. Utilizem-se as duas. Aliás, uma prevenção que consistisse em ensinar às crianças e aos adolescentes a moral católica, poderia dar frutos excelentes. Porém, disso não cogita a Sra. Ayoubi.

Mas a marroquina parece habituada a mandar. Pois sentencia, em tom imperativo: “Queremos saber o que o Brasil vai fazer em relação a essa proposta. Sabemos que existem pressões. Mas queremos que a idade de maioridade penal seja mantida em 18 anos.”

Incomodada com o conservadorismo

Para a Sra. Ayoubi, o que se vê no Brasil nos últimos anos é “o fortalecimento de tendências muito conservadoras entre as forças políticas. Isso pode ameaçar os avanços realizados na proteção da criança nos últimos anos”.

Tal apreciação mais parece um bestialógico do que outra coisa. Que há uma tendência conservadora entre os políticos, como decorrência de um considerável aumento do conservadorismo na opinião pública, é de toda evidência. Mas concluir daí que isso ameaça a proteção da criança, é totalmente disparatado. São as famílias conservadoras as que mais protegem seus filhos. A menos que essa senhora marroquina ache (estamos em pleno campo do “achismo”) que proteger a criança é dar-lhe liberdade para cometer crimes e sugestioná-la a aceitar aberrações como a Ideologia de Gênero, a depravação sexual e quejandos.

A diminuição do número mastodôntico de ministérios no Brasil — eram nada menos do que 39, cada um com seus departamentos, suas secretarias e seus gastos — seria um meio de diminuir as despesas de um Estado que o PT tornou combalido, e de favorecer um necessário ajuste fiscal. Mas a Sra. Ayoubi não quer essa diminuição. Ela está “preocupada” com o “setor social”: “Temos uma preocupação com o que ocorre dentro do estado brasileiro, no que se refere a propostas de que departamentos e secretarias seriam eliminados […] Estamos cada vez mais preocupados com os ajustes no orçamento e o impacto que ele possa ter no setor social, de saúde e de educação”.

Por detrás da ONU, o PT?

É tão estapafúrdia essa intromissão da ONU em assuntos brasileiros que causa desconfiança. Tanto mais que as posições da marroquina são consonantes com as do PT. Cabe a hipótese de que teria sido o governo do PT que pediu à ONU tais pronunciamentos, a fim de ver reforçadas suas posições esquerdistas no Brasil.

A favor dessa hipótese vemos que a “mão” do PT aparece claramente no assunto. Essas injunções da Sra. Ayoubi foram feitas porque a ONU “iniciou o exame das políticas de proteção à criança no País”. Ora, “o governo brasileiro, durante o exame, garantiu que vai lutar contra [a redução da maioridade penal] no Congresso. ‘O Brasil enfrenta uma grande ameaça e é um risco que está no Congresso Nacional’, concordou Rodrigo Torres, diretor do Departamento de Políticas Temáticas dos Direitos da Criança. ‘O governo entende que a maioridade não pode ser alterada e, por isso, deve ser mantida’”, disse Torres de modo redundante.

Ademais, o governo petista esteve fartamente representado durante o tal exame. “Além de diplomatas, a delegação brasileira contou com representantes de diversos ministérios e até com a participação de Eduardo Suplicy, secretário de Direitos Humanos do Município de São Paulo”. O que faz aí um secretário municipal, derrotado nas últimas eleições? Só parece explicar-se pelo fato de o Sr. Eduardo Suplicy ser um petista roxo.

Seja como for, a equação inutilidade da ONU+esperteza do PT=desastre para o Brasil”, parece ser a mais verossímil nisso tudo.

(*) Gregorio Vivanco Lopes é advogado e colaborador da ABIM

Fonte: Agência Boa Imprensa – (ABIM)


Barnabé, o crédulo

Gregorio Vivanco Lopes  

Sempre apreciei muito o Barnabé. É fora de dúvida que ele tem qualidades. É reto, despretensioso, de trato agradável. Mas o coitado tem um defeito incorrigível, tão incorrigível que acabou por fazê-lo ficar de miolo mole.

O defeito do Barnabé é que ele acredita piamente em tudo quanto dizem os intelectuais da última moda, aos quais uma literatura pseudo-filosófica e certos cadernos da mídia concedem grande audiência. E o mais triste é que o pobre Barnabé procura seriamente aplicar na vida concreta as fantasias elucubradas por esse gênero de sonhadores utópicos que a esquerda costuma produzir a rodo.

A última enrascada em que Barnabé se meteu foi acreditar que os animais têm direitos iguais aos dos homens. Mais ainda, que os animais são iguais aos homens. Eu não sei em que leituras ele se meteu, nem que palestras ouviu, mas o certo é que ficou convencido da propalada igualdade. E, como é seu vezo, logo se aplicou em transferir para a prática a utopia mirabolante.

Pimpão

Para cúmulo dos males, ele tinha um cachorro de estimação, um fox terrier branco e engraçadinho, que atendia pelo nome de Pimpão. Não é que o pobre Barnabé concedeu estatuto de igualdade ao Pimpão!

Às refeições, lá estava a cadeira do cãozinho, que deveria sentar-se educadamente, com o guardanapo ao pescoço, tendo à sua frente o prato e os talheres. Na hora de dormir, o Pimpão tinha seu quarto e sua cama, com lençóis limpos e um cobertor de reserva para o caso de esfriar à noite. Uma pia bem baixa, com lugar para o sabonete e a escova de dentes, foi especialmente encomendada.

Tudo estava perfeito, e Barnabé contentíssimo. Mas a dificuldade surgiu: o terrier não se compenetrava de que era igual aos homens e não agia de acordo com a etiqueta. Aí começaram as agruras do Barnabé: como fazer para tornar eficaz essa igualdade com um cabeçudo como o Pimpão, que timbrava em agir como cachorro, e não como homem?

Barnabé começou então a dar tratos à bola em busca de uma saída para um problema tão inesperado. Ele era inteligente, não propriamente intuitivo, muito menos esperto, mas raciocinante.

Foi então –– em meio a essas sessões escaldantes de raciocínio apertado, em que o cérebro fervia de tanto trabalhar –– que a solução pulou de dentro da cabeça de Barnabé, como lançada por uma mola. Nem o estalo de Vieira pode-se comparar a tanta lucidez repentina:

— Eureka! Achei! Pimpão e eu somos iguais. Se ele não quer se portar como um igual em relação a mim, eu vou me portar como um igual em relação a ele.

E eis o pobre Barnabé andando de quatro, comendo no prato de ferro do terrier, forçando sua coluna vertebral para caber dentro da casinha do cachorro; e –– coitado! –– latindo quando alguém se aproximava.

     A última vez que o visitei no manicômio, os médicos me asseguraram que a situação dele é reversível, e que ele tem cura. É questão de tempo, e sobretudo de não permitir mais que ele leia qualquer literatura pseudo-filosófica ou as seções “culturais” de certa mídia.

 

(*) Gregorio Vivanco Lopes é advogado e colaborador da ABIM

Fonte: Agência Boa Imprensa – (ABIM)


“Ideologia de Gênero” e bafo de Satanás

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Gregorio Vivanco Lopes  

Como é possível que se tenha chegado ao absurdo ululante, ao disparate total, à negação da natureza, afrontando despudoradamente as evidências mais claras e objetivas, como essa perniciosa invencionice chamada “Ideologia de gênero”?

Então a criança que nasce com todas as características próprias de um menino, ancoradas na natureza, poderia ser considerada menina? E a menina viria a ser um menino? E haveria ainda diversos outros gêneros!

Estupidez ou má fé?

Por mais que haja gente asnática e imbecilizada, e a espécie não é tão rara, entretanto não foi dado ao ser humano levar a estupidez tão longe a ponto de achar que a Mariazinha pode ser um menino e que o Chiquinho possa ser menina. A imbecilidade humana não comporta tal extremo.

A maldade humana, esta sim, pode chegar a radicalismos insuspeitados, sobretudo quando se deixa inspirar pelo demônio e adere a ele.

Ora, ao que a “Ideologia de gênero” conduz, antes de qualquer modificação física, é a uma mudança mental nas pessoas. É a alma que deve mudar. Uma mudança tão medular e desmedida que dela resulte uma espécie de infra-homem, do qual a lógica tenha sido totalmente extirpada, os conceitos mais elementares abolidos, e extintas as evidências mais palpáveis. Fabrica-se assim um ser ex-humano que não seja mais capaz de pensar, analisar ou julgar. Robô perfeito para ser conduzido pela propaganda e por manobras parapsicológicas.

Atingido esse patamar infra-humano, espera-se, talvez, nesses mesmos laboratórios psicológicos nos quais a “Ideologia de gênero” foi urdida, ter desconstruído a própria ideia de ser humano, e a partir de então criar o “homem novo”, já anteriormente esboçado pelas correntes comunistas, nazistas e por certos veios ecologistas.

 A obra do Deus criador teria sido vulnerada em seu âmago, nem homem nem mulher, e em seu lugar uma nova “criação”, diferente e oposta àquela que nos é revelada no Livro do Gênesis.

O demônio odeia a Deus, mas como é totalmente impotente para O atingir, volta seu ódio contra a natureza humana, feita à imagem e semelhança do Criador, para conspurcá-la e infeccioná-la com sua baba imunda. Como alguém que, odiando muito determinada pessoa, mas não podendo alcançá-la pelo fato de ela residir em outro continente, atira-se contra sua fotografia, cobre-a de imundícies e depois a rasga em pedaços.

Essa face religiosa da “Ideologia de gênero” é o seu aspecto mais sinistro e profundo, e explica por que seus arautos põem tanto empenho em que as crianças em idade escolar sejam nela doutrinadas, a fim de (de)formar os futuros adultos segundo os novos parâmetros.

E explica também por que tantas reações nobres e boas se levantaram indignadas contra esse atentado às mentes infantis, pois muitas pessoas, mesmo quando não chegam a uma explicitação cabal dos males aí contidos, têm a consciência de sua própria natureza conspurcada, sentem no ar o nauseabundo bafo de Satanás e o repelem. É um embate digno dos Últimos Tempos.

(*) Gregorio Vivanco Lopes é advogado e colaborador da ABIM

Fonte: Agência Boa Imprensa – (ABIM)


ABRIR ESTRADAS, MAS FECHAR DESVIOS

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De Jacinto Flecha

Quando a mãe ensina o bebê a dar os primeiros passos, pode estar iniciando a trajetória de um grande velocista. Mas pode também estar ensinando-o a caminhar para um precipício. Nenhuma mãe deixará de ensinar, pois o normal é o filho aprender a andar. Se depois contraria advertências sensatas e envereda por caminhos perigosos, será dele a responsabilidade. E também serão dele as consequências.

Ao longo da vida, a cada instante é necessário tomar conscientemente uma decisão, escolher entre o caminho certo e o errado, entre o melhor e o pior, entre o bem e o mal. A assistência da mãe, a instrução do professor, a ordem do superior, são elementos indispensáveis para orientar rumo à decisão certa. Cada decisão pelo caminho certo torna as seguintes mais fáceis, e elas quase se transformam em reflexos automatizados. São mais seguros os caminhos percorridos, estradas conhecidas, doutrinas comprovadas, mas persiste sempre a possibilidade de encurtar caminhos, investigar novas possibilidades. Ou tomar o caminho errado.

         Nenhuma novidade nos conceitos expostos até aqui. Mas pode ser novidade para muitos que os progressos da ciência confirmam cada vez mais a boa prática doméstica, escolar ou profissional conhecida desde sempre. Entre as inúmeras áreas científicas atuais, a Neurociência progride muito no entendimento da nossa ampla, complexa e grandiosa estrutura neurológica, desde o seu centro no cérebro até o mais distante sensor epidérmico ou conexão neuromuscular.

         Não vamos enveredar pelo estudo desses labirintos de extrema complexidade, vou apenas lembrar alguns progressos científicos da área, que me têm chegado ao conhecimento. E farei uma aproximação oportuna deles com as práticas que toda boa mãe conhece e aplica, sem para isso necessitar de grandes estudos.

O ensino se faz frequentemente pela repetição da mesma tarefa. Não basta mostrar a um bebê como deslocar um pé depois do outro, em seguida deixá-lo alcançar sozinho o automatismo e segurança dos movimentos. Para atingir esse ponto ele deve ser amparado e sustentado, enquanto comete erros e quedas assistidas. E nem se opõe a isso, que lhe parece um divertimento.

Numa fase posterior, quando já consegue andar sozinho e adquire autonomia de movimentos, pode querer usá-los para o que é errado, perigoso ou inconveniente, e deve ser acompanhado com atenção para evitar riscos como fogo, objetos cortantes, escadas, etc. Pode achar bonito, por exemplo, espremer uma bisnaga de creme dental. Seu cérebro ainda não está preparado para entender por que não deve fazê-lo, daí ser necessário alguém proibir. Cabe à mãe impedir, e na medida do possível explicar por que não é bom. Deve até usar alguma violência física, se a criança insistir.

         Parece supérfluo entrar em detalhes tão elementares e evidentes, e eu não ocuparia com eles o leitor, se não fossem hoje tão desprezados. Desprezados por quem? Entre outros, por fazedores de leis, como a que proíbe aos pais e educadores castigos físicos aos birrentos, preguiçosos, refratários, “malfeitores”. Sim, malfeitores (entre aspas, por enquanto), pois o caminho deles será este, se não forem impedidos pelos educadores. Parafraseando o presidente JK, educar é abrir estradas; e acrescentamos: …mas fechar desvios. Impedindo aos pais e educadores o uso desse recurso válido, e muitas vezes necessário, resta saber quem se responsabilizará pelos desvios de conduta de quem não foi convenientemente educado: Os autores da lei? Os deputados que a aprovaram? O governante que a assinou?

         (E o que tem a Neurociência a ver com isso?)

         A Neurociência está desvendando um mundo maravilhoso, por meio de recursos tecnológicos como a ressonância magnética, que mapeia e estuda os caminhos das informações que entram no cérebro e são registradas, como também as que se originam no cérebro e comandam o organismo. Descobriu, por exemplo, que o trajeto dos estímulos nervosos se amplia e reforça, estabelece novas conexões à medida que seu uso se repete. Assim uma trilha se transforma em autoestrada, conectando-a com os caminhos secundários e desvios que surgem.

Na aprendizagem escolar, por exemplo, a forma de uma letra é percebida pelo sentido da visão; esse conhecimento é ampliado e reforçado enquanto a mão “desenha” a letra; e também quando o som da letra é repetido no bê-a-bá. Os três caminhos se reforçam. Os trajetos menos usados permanecem disponíveis, como alternativas em caso de necessidade. Por exemplo, quando se aprende a escrever com a mão direita, fica “analfabeta” a esquerda; mas se os movimentos com a direita são perdidos ou prejudicados, a esquerda pode ser treinada. Exigirá esforço, novo aprendizado, talvez punições, mas as estradas neurológicas estarão disponíveis.

         Recuso-me a admitir como válida uma “lei da palmada”, interferindo nesse processo e prejudicando-o. Quem inventou essa aberração legal, provavelmente não recebeu quando criança as palmadas corretivas que lhe eram devidas; ou então não bastaram as que recebeu. Em ambos os casos, ainda é tempo de aplicar o que faltou, com juros e correção monetária. E até com instrumentos mais eficientes.

(*) Jacinto Flecha é médico e colaborador da Abim

Fonte: Agência Boa Imprensa – (ABIM)


PLANNED PARENTHOOD — macabra indústria que comercializa órgãos de bebês abortados!

Essa organização internacional transformou a prática do aborto em larga escala num lucrativo “negócio”. Gravações revelaram um verdadeiro genocídio!

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Paulo Roberto Campos

O que muitos já desconfiavam agora ficou comprovado: a Planned Parenthood Federation of America trafica órgãos de bebês.

Como é público e notório, essa multinacional aborteira, que detém a maior cadeia de clínicas de aborto dos Estados Unidos, é financiada pelo governo americano — do qual recebe 528 milhões de dólares/anuais de impostos dos contribuintes. Também recebe doações de grandes instituições, como a Fundação Ford e a Fundação Bill Gates & Melinda. Com esses financiamentos — concedidos à sombra do subterfúgio de ajuda para o “planejamento familiar” e a “paternidade responsável” — os agentes da Planned Parenthood, além de praticarem aborto em larga escala nas cidades americanas, promovem essa prática assassina nos cinco continentes. Consta que essa organização internacional é responsável por aproximadamente 300 mil abortos por ano!

Representantes da empresa de biotecnologia Center for Medical Progress – CMP (Centro para o Progresso Médico), simulando interesse pela compra de órgãos de bebês abortados em clínicas da Planned Parenthood, marcaram entrevistas com dirigentes da multinacional em restaurantes, e com câmaras escondidas, gravaram o negócio macabro. Seis vídeos, divulgados recentemente e que documentam a comercialização de tecidos fetais, causaram horror nos Estados Unidos e em incontáveis pessoas do mundo inteiro.

 

Verdadeira “fábrica de abortos” para venda de órgãos

No primeiro vídeo, divulgado pelo CMP em 14 de julho, a Dra. Deborah Nucatola, diretora de Pesquisa Médica da Planned Parenthood, durante um almoço, enquanto come algo e toma uma taça de vinho, negocia o preço “razoável” para a venda de órgãos de bebês abortados, e assegura: “Nós somos muito competentes em obter corações, pulmões e fígados”… Com aparente naturalidade, ela conta como os médicos, durante o aborto, trabalham para preservar intactos órgãos vitais e membros inteiros dos corpos dos nascituros. Entre outros horrores, essa diretora afirma friamente: “Muita gente quer o fígado. Então, por isso alguns profissionais usam o ultrassom, para se guiarem e saberem exatamente onde estão colocando seus instrumentos cirúrgicos”.

Em matéria divulgada em 22-7-15, a “ACI/EWTN Noticias” explica que tal prática (denominada partial-birth – “nascimentos parciais”) constitui delito federal nos Estados Unidos, com penas que podem chegar a “10 anos de prisão ou uma multa de até meio milhão de dólares”. Mas a Dra. Nucatola disse na gravação que “leis são sujeitas a interpretações”…

Pode-se deduzir das gravações — e o Center for Medical Progress o afirma — que os nascituros estão perfeitamente formados, portanto em estágios finais da gestação, uma vez que os “abutres” precisam abortar preservando os órgãos intactos.

Em outro vídeo, este difundido no dia 21 de julho, a presidente do Conselho de Diretores Médicos da Planned Parenthood, Dra. Mary Gatter, durante outra lucrativa e macabra negociação de pedaços de bebês, tratando dos valores, pergunta inicialmente: “Por que não começam me dizendo quanto estão acostumados a pagar?”… E acrescenta: “Nas negociações, o primeiro a lançar um preço fica em desvantagem?”. Em tom de piada, a Dra. Gatter acrescenta que precisa cobrar, pois “quero comprar um Lamborghini”. E sugerindo o preço de 75 dólares para cada órgão, propõe o valor de 100 dólares “por órgãos que estejam em condições ótimas”. Ela conclui que “a compra tem que ser suficientemente grande para que valha a pena para mim”…

 

Outras gravações registram tráfico de órgãos de nascituros

Em comunicado divulgado em 16 de julho, a mencionada agência de notícias ACI informa que Eric Ferrero, vice-presidente de comunicações da Planned Parenthood, assegurou que essa organização não recebe “benefício econômico pela doação de tecidos fetais’”.

Entretanto, as entrevistas gravadas não deixam dúvidas de que o tráfico de inocentes seres humanos é habitual nas clínicas de abortamento da Planned Parenthood, inclusive para utilização de fetos em cosméticos! Por isso diversos movimentos anti-aborto dos EUA estão se manifestando, exigindo o cancelamento de todo financiamento para a organização, a abertura de uma investigação criminal e o fechamento de suas clínicas infanticidas.

Num terceiro vídeo, divulgado em 28-7-15, a gravação corrobora a mesma denúncia de tráfico de órgãos por parte da Planned Parenthood. Nele aparece a chefe de Planejamento Familiar da organização internacional pró-aborto discutindo valores para órgãos de bebês abortados. Há também uma conversa da Dra. Savita Ginde — vice-presidente e diretora médica da Planned Parenthood das Montanhas Rochosas — com um representante do CMP que simula ser comprador de tecidos para experiências, na qual são avaliados os valores de pedaços de um feto filmados numa bandeja.

Além disso, o vídeo contém depoimento de uma ex-funcionária da Planned Parenthood, Holly O’Donnell, que confirma o tráfico de órgãos de inocentes abortados e conta que, na primeira vez que ela teve de separar os elementos fetais, chegou a desmaiar. As imagens são, no mínimo, chocantes e indignantes, aparecendo inclusive funcionários com pinças separando partes de um bebê retalhado para venda! Essas gravações de “negócios” macabros, que comprovam as denúncias do CMP, encontram- se disponíveis no seguinte link:http://blogdafamiliacatolica.blogspot.com.br/

 

Sangue inocente não pode correr em vão

Apesar de tal escândalo envolvendo a Planned Parenthood, o Partido Democrata, ao qual pertence o presidente Obama, em vez de exigir uma investigação dessa organização, pediu que se investigue o CMP, por fazer gravações clandestinas… Não sabem os membros desse partido de esquerda que as leis americanas garantem esse tipo de gravação nos trabalhos de jornalismo investigativo?

“‘O Congresso [americano] deve – e vai – investigar e colocar um fim nessas práticas bárbaras’, afirmou o deputado Chris Smith, no que foi seguido por vários colegas, incluindo o presidente da Casa, John Boehner. Os governadores do Texas e da Louisiana anunciaram ações semelhantes”, informa matéria publicada na “Gazeta do Povo” (20-7-15), de Curitiba.

Evidentemente, trata-se de um delito perante as leis humanas. E perante as leis divinas? Sem dúvida, essa monstruosidade constitui um pecado que “clama aos Céus e brada a Deus por vingança”.

Desse “comércio” pode-se concluir que tamanha infâmia é resultado da mentalidade abortista largamente propagada por governos esquerdistas e movimentos feministas que, abusando de eufemismos, defendem o “direito reprodutivo da mulher”, ou o “direito da mulher sobre seu corpo”… Mas, pergunto: é “direito da mulher” executar o próprio filho? E o que pensar de uma “civilização” na qual, enquanto os animais são contemplados com direitos próprios a seres racionais, os bebês podem ser abortados, esquartejados e vendidos em pedaços para experiências laboratoriais ou como ingredientes para cremes faciais?

O que pensar de uma época que se deixa influenciar por certa mídia que procura inocentar o crime do aborto e promover — como o fez recentemente — espalhafatoso estrondo publicitário tendente a provocar uma revolta mundial devido ao abate de um leão no Zimbábue? Resultado dessa ação midiática: num clima de histeria, muitos chegaram a usar luto pela morte do leão africano! Mas certamente não se indignaram contra os açougueiros de bebês. Estamos assistindo, assim, à mais completa inversão de valores. Contudo, para Deus o sangue inocente dessas crianças não pode correr em vão!

(*) Paulo Roberto Campos é jornalista e colaborador da ABIM.

Fonte: Agência Boa Imprensa – (ABIM)


Novelas, “gênero” e uma encíclica

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Gregorio Vivanco Lopes

Um fato sintomático! Novelas televisivas vêm impondo ao público brasileiro a aceitação de um nível de moralidade baixíssimo. As situações mais degradantes do ponto de vista moral são apresentadas com “naturalidade”, como se fossem normais. As novelas vêm se apresentando como o carro-chefe da imoralidade ambiente.

Mas quando a dose de veneno é forte demais, indo além daquilo que o paciente consegue absorver, de duas uma: ou a vítima engole a peçonha e morre, ou a repudia e com isso fica mais arredia ao veneno, além de pôr a nu a indústria de perversão que o difunde.

O segundo caso foi o que se deu com a tentativa de impor ao público brasileiro os horrores moralmente deteriorantes da novela “Babilônia”, um ambiente onde o lesbianismo, a transexualidade e os traficantes proliferam. A reação do público foi forte. A audição da novela caiu vertiginosamente. Foi a novela da Globo menos assistida da história no horário.

E o diretor-geral da Rede Globo, Carlos Henrique Schroder, perguntado pela jornalista Lígia Mesquita “estão pisando em ovos após ‘Babilônia?’”, respondeu: “Conversamos muito internamente sobre isso. O País é mais conservador do que você imagina” (“Folha de S. Paulo”, 27-6 e 20-7-2015).

Essa nota conservadora, que vem se afirmando cada vez mais no panorama nacional (e não só nele!), está provocando o desespero em certas cúpulas da esquerda que imaginavam poder conduzir o País para os sucessivos abismos da corrupção moral. Alguém moralmente corrompido é uma pessoa entregue, que não tem forças para lutar contra os desmandos ideológicos ou políticos, seja do comunismo ou do socialismo em suas diversas formas e cores, seja ainda do ecologismo panteísta.

O caso da novela “Babilônia” levou a jornalista Cristina Padiglione a comentar: “Diante de tendências conservadoras e de uma polarização de comportamentos, ideologias e religiões, é de se perguntar como um canal de TV, que sempre foi bem-sucedido em agradar o gosto médio da massa, tem agido na escolha de sua programação” (“O Estado de S. Paulo”, 27-6-15).

Mas o conservadorismo em ascensão não se limita a desdenhar uma novela fortemente imoral, ele tem manifestações multiformes.

Os jovens do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira que foram à Câmara de Vereadores de São Paulo pleitear a retirada do Plano Municipal de Educação das expressões “gênero”, “teoria de gênero” e outras que tais, contaram-me que os representantes pró-família se encontravam em número bem maior e eram mais atuantes do que aqueles recrutados pelos movimentos homossexuais e feministas. Os vereadores tiveram o bom senso de retirar as indigitadas expressões.

Isso não se deu apenas em São Paulo. Pelo Brasil afora, pressões do eleitorado conservador levaram numerosas Câmaras Municipais a rejeitar as ingerências do Ministério da Educação no sentido de obrigar as escolas a ensinar tais teorias abstrusas. O plano maquiavélico do Ministério consistia em fazer aprovar seu nefando desiderato pelas Câmaras Municipais, depois de ter sido ele derrotado na Câmara dos Deputados, em Brasília. Mas o conservadorismo foi mais forte, ao menos em grande número de importantes municípios.

Não vamos analisar aqui as manifestações de conservadorismo no intrincado campo político, pois isso nos levaria muito longe; e ademais, tais manifestações são de conhecimento geral. O PT que o diga.

Lembramos apenas os insucessos de diversos governos que, propelidos por bispos e padres da esquerda católica, tentaram impor ao Brasil uma Reforma Agrária radical que o levasse rapidamente às portas do comunismo.

Por fim, uma palavra sobre as resistências conservadoras ao ecologismo alarmista e sem base científica. Muito contestado e à míngua de provas para suas afirmações mirabolantes, ele procura utilizar para seus objetivos a recente e perplexitante encíclica do Papa Francisco, tendente a um ecologismo radical. Sem muito resultado, diga-se de passagem.

(*) Gregorio Vivanco Lopes é advogado e colaborador da ABIM

Fonte: Agência Boa Imprensa – (ABIM)


“Os jovens matam porque foram esquecidos pelo estado” – um mito favorito da esquerda

Enterro de uma das vítimas do estupro coletivo em Castelo do Piauí

Enterro de uma das vítimas do estupro coletivo em Castelo do Piauí

 

Por

O naturalista suíço Louis Agassiz tinha uma obsessão pelo racismo científico. Acreditava que as etnias eram espécies humanas separadas e que misturá-las transformava os homens em delinquentes e degenerados.

Ao visitar o Brasil, em 1865, Agassiz deu uma olhadela pelas ruas do Rio de Janeiro e pensou ter entendido a causa da pobreza e da criminalidade do país. “Quem duvida dos males da mistura de raças que venha ao Brasil, pois não poderá negar uma deterioração decorrente da amálgama de raças”, escreveu ele.

Agassiz foi vítima de dois erros. O primeiro é a falácia de relação e causa. Ele observou dois fenômenos acompanhados (mestiçagem e pobreza) e acreditou que um era a causa do outro. Também usou suas próprias bandeiras políticas para explicar o mundo — uma armadilha mais ou menos assim: “eu defendo X; se algo acontece de errado no mundo, eu vou logo acreditar que é por falta de X e que não há outra solução senão X”.

Muita gente comete esses mesmos erros ainda hoje. De forma tão descuidada quanto o naturalista suíço, estão usando suas bandeiras políticas — a educação pública, a luta contra a miséria e a desigualdade — para explicar por que os jovens cometem crimes.

Por exemplo, quando o ciclista foi esfaqueado na Lagoa Rodrigo de Freitas por menores de idade, o jornal Extra sugeriu que os garotos se tornaram assassinos porque não tinham ido para a escola:

 

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Já a jornalista Claudia Colucci, ao falar sobre o silêncio ao redor do terrível estupro de quatro jovens no Piauí, parece ter esclarecido o que motivou os quatro menores envolvidos no crime:

Quem são esses menores? Semianalfabetos, usuários de drogas, miseráveis, com famílias desestruturadas e com histórias de loucuras, abusos e abandono.

É o caso de perguntar: o analfabetismo e a pobreza, que atingem dezenas de milhões de brasileiros, levam mesmo os homens jovens a raptar, torturar, estuprar, furar os olhos, apedrejar e jogar do penhasco meninas indefesas?

É verdade que, em muitos casos, a baixa educação e alguns fatores econômicos acompanham a violência. Mas daí há um bom caminho para provar que um é a causa do outro. É bem provável, por exemplo, que as centenas de piauienses que foram ao enterro de uma das vítimas e se consternaram com o caso tinham o mesmo perfil de escolaridade e renda dos agressores.

O próprio Piauí contraria a tese de que a miséria causa violência. Depois do Maranhão, é o estado mais pobre do Brasil. E um dos menos violentos — a taxa de homicídios só é menor em São Paulo e Santa Catarina.

Agora, imagine se multiplicássemos a população do Piauí por cinquenta e cortássemos 40% do seu território. Chegaríamos a um país como Bangladesh, onde 150 milhões de miseráveis convivem com uma das menores taxas de homicídio do mundo – apenas 2,7 homicídios por 100 mil habitantes, um décimo da taxa brasileira.

O perfil de internos de prisões para menores de idade também contraria a crença de que agressores são vítimas da miséria. Uma pesquisa da Fundação Casa de Campinas de 2013 mostra que, de 277 internos, 80% vêm de famílias com casa própria, e metade têm renda superior a 2 mil reais. As taxas de escolaridade dos menores presos eram similares às de fora da cadeia.

Se não é a pobreza, seria então a desigualdade o motor da violência? Essa eu deixo com o psicólogo americano Steven Pinker, autor de um excelente compêndio sobre violência humana, o livro Os Anjos Bons da Nossa Natureza. Pinker aponta uma falácia de relação e causa: países mais desiguais geralmente são mais violentos, mas isso não quer dizer que desigualdade cause violência:

O problema de invocar a desigualdade para explicar mudanças na violência é que, embora ela se correlacione com a violência se compararmos estados e países, não se correlaciona com a violência ao longo do tempo em um estado ou país, possivelmente porque a verdadeira causa das diferenças não é a desigualdade em si, mas características estáveis como a governança do estado ou a cultura, que afetam tanto a desigualdade como a violência.

Um exemplo que Pinker fornece é o dos Estados Unidos: a desigualdade atingiu um mínimo em 1968, quando a criminalidade estava no auge, e subiu entre 1990 e 2000, enquanto a violência despencou.

Outra razão sempre citada são as famílias desestruturadas. Crescer sem o pai ou a mãe leva os jovens ao crime? Difícil saber. Segundo o IBGE, em 16% das famílias brasileiras, a mãe cuida sozinha dos filhos (famílias só com o pai e os filhos são outros 2%). Mas 0,01% dos adolescentes comete crimes violentos (a confiar na estatística de quem é contra a redução da maioridade penal).

O mais provável, nesse caso, é a relação inversa: em ambientes com maior criminalidade, é mais comum haver mães solteiras. Os filhos delas acabam virando criminosos não por falta do pai, mas porque crescem num ambiente criminoso.

Pinker tem um raciocínio parecido:

Embora filhos indesejados possam vir a cometer crimes ao crescer, é mais provável que as mulheres em ambientes propensos ao crime tenham mais filhos indesejados do que a indesejabilidade cause diretamente o comportamento criminoso.

A ideia de que a ausência do estado causa todos os problemas do mundo é sedutora. Mas na hora de estudar as origens da violência é melhor deixar ideologias de lado.

______________________

Uma recente manchete da Folha de S. Paulo reproduz a denúncia que publiquei há dois meses.  A afirmação de que adolescentes cometem menos de 1% dos crimes violentos é falsa, baseada numa estatística que não existe.

A reportagem foi além e descobriu dados interessantes. Em sete estados, a participação de menores nos crimes violentos é igual ou superior a 10%. No Ceará e no Distrito Federal, de acordo com as secretarias de segurança, os crimes cometidos por menores de idade passam de 30% do total.

 

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Valeria a pena cavoucar um pouco mais os dados fornecidos pelos governos estaduais. Esses 30% no Ceará e no Distrito Federal parecem tão falsos quanto o “menos de 1%” divulgado pelo governo Dilma.

Homens adolescentes são mais violentos que a média da população, mas não mais violentos que adultos jovens. Em quase toda sociedade humana, o comportamento violento começa aos 15 anos e atinge o pico entre os 18 aos 24 anos. Seria necessário que os menores de idade fossem uma parcela muito alta da população para serem responsáveis por tantos crimes.

Leandro Narloch é jornalista e autor do Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil, e do Guia Politicamente Incorreto da História do Mundo, além de ser co-autor, junto com o jornalista Duda Teixeira, do Guia Politicamente Incorreto da América Latina, todos na lista dos livros mais vendidos do país desde que foram lançados.

Duas noções de Justiça para entender a tirinha sobre meritocracia

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Por

Na semana passada uma tirinha bombou na internet, por discutir de forma muito contundente o tema da meritocracia. Se você ainda não viu, pode conferir aqui.

O debate sobre essa tira fica raso, no entanto, quando se confunde o que significa meritocracia. Para muita gente, defender ideais meritocráticos é ser elitista e conservador. Segundo os últimos quadrinhos da tira, o meritocrata é aquele escroto que fica jogando na cara que pobre tem que ser pobre mesmo, porque é preguiçoso. Quem lê muito literalmente o argumento da tira fica com uma impressão de determinismo social: o privilegiado não tem outra opção além de se tornar um cego social e um elitista preconceituoso. A menos, é claro, que seja iluminado pela razão e rejeite completamente a noção de meritocracia. Mas, será mesmo assim? Vamos por partes.

Primeiro, é preciso entender que existem duas noções diferentes de justiça, que são relevantes nessa discussão: as ideias de justiça como igualdade, ou como proporcionalidade. O que é justo? Que cada um tenha direito a uma parcela igual de alguma coisa, ou que cada uma tenha direito a uma parcela proporcional, segundo algum critério? Depende, é claro, do que se está dividindo.

Por exemplo: todos têm direito à vida, e o valor de cada vida humana não é proporcional a nada. Independente da contribuição de cada um, esse valor não muda, e todos têm esse direito de forma igual. Isso é assim na teoria. Na prática, no entanto, sabemos que não funciona muito bem. Quem tem muito dinheiro, ou tem uma profissão especializada e valorizada, não vai para a guerra – e não morre na guerra – com a mesma frequência que quem não tem nada disso. Isso é fato – o que não quer dizer que é, necessariamente, justo. Se Alan Turing é um gênio da criptografia, ele vai ficar protegidinho em uma instalação secreta na Inglaterra, e não vai morrer no front. Não ter deixado que ele morresse, na verdade, salvou milhares de vidas. Parece justo.

Quando pensamos na distribuição de renda, no entanto, é senso comum que a divisão proporcional seja justa. Não é consenso, mas é experimentado como justo por quase todo mundo: se eu trabalho cinco horas produzindo X e meu vizinho trabalha dez horas produzindo 2 X, parece justo que ele ganhe duas vezes mais do que eu.

Mas, há controvérsias. A tirinha tenta mostrar uma situação em que um indivíduo ganha muito mais que outro, sem que isso pareça justo. Ele tem um emprego melhor, mais qualificado e, provavelmente, contribui para a sociedade com algum trabalho muito valorizado. Por isso, ganha muito mais do que a moça, que exerce um trabalho menos valorizado. No entanto, isso só aconteceu porque ele teve privilégios. E a moça se esforça tanto quanto, ou mais. Não seria mais justo recompensar a pessoa com a vida mais sofrida, independentemente do valor do seu trabalho? Ela não merece?

Nesse ponto, há outro detalhe importante na ideia de justiça como igualdade: será mais correto pensar em igualdade de recursos, ou de oportunidades? Porque, se pensarmos bem, igualdade de recursos é um negócio bem impraticável. Vamos dividir o PIB igualmente para todo mundo independente de qualquer esforço? Quem resolver pegar esse dinheiro e usar para produzir arte, comida ou produtos úteis para a sociedade vai ganhar, e possuir, sempre o mesmo tanto que quem passar o dia assistindo TV. Parece justo? Além disso, igualdade de recursos materiais é o que deveria encerrar a questão da justiça? Se todo mundo tem a mesma grana, então o mundo está justo? Se alguém viver rasgando dinheiro, vamos continuar dando mais, para que fiquem todos iguais? E, se não for uma questão de dinheiro, igualdade de recursos seria o quê? Igualdade de felicidade? De saúde? De experiências que deem sentido à vida? É complicado.

Talvez, seja mais viável a igualdade de oportunidades. Por esse conceito, uma sociedade justa é aquela que dá a todos os seus membros as mesmas oportunidades. Basicamente, uma sociedade em que todos tenham direito à educação, de verdade e de qualidade, e onde a economia seja suficiente para que não faltem empregos, ou formas de se viver do seu trabalho. É bem utópico, mas, ao menos, algo mais concebível que a igualdade de recursos.

É fácil ver como meritocracia tem a ver com uma ideia de justiça como proporcionalidade. Quem “merece” mais, por algum critério, ganha mais. Mas, mesmo em uma sociedade organizada por um ideal de igualdade de oportunidades, a meritocracia continua valendo. É muito importante dar oportunidades iguais. Só que cada um vai fazer com essa liberdade o que quiser, e vai ganhar recompensas ou sofrer reveses de acordo com suas ações. Isso acabará gerando desigualdades sociais. De recursos, mas não de oportunidades.

Voltando para a tirinha, ela mostra que vivemos em uma sociedade injusta. Será que alguém discorda? É verdade, vivemos em uma sociedade injusta. Há enormes déficits de oportunidades e milhões de pessoas sofrem injustiças por isso. A interpretação que se tem feito da tira, no entanto, erra ao concluir que ela desbanque a meritocracia. Ela aponta uma injustiça social: a desigualdade de oportunidades. A sociedade que corrigir essa injustiça continuará dependendo de um conceito meritocrático de justiça, se pretender ser justa.

Discutido isso, fica mais fácil apontar a falácia mais frequente em toda discussão sobre meritocracia. Construiu-se essa ideia de que o meritocrata é um escroto que acha que o garçom que serve sua comida só não é um industrial milionário porque não se esforçou o suficiente. Isso não é o que pensa um meritocrata. Isso é o que pensa um idiota. Defender a meritocracia não significa ser cego para os problemas sociais, odiar pobres ou achar que se está acima dos outros. Pelo contrário. A questão é ter lucidez suficiente para saber que o caminho para uma sociedade justa, próspera, com oportunidades e direitos para todos, passa por valores culturais como trabalho, dedicação, seriedade e competência. Passa por educação infantil, saúde na primeira infância, parques, museus, acesso a cultura e lazer, esporte. Tudo isso gera pessoas que vão ter orgulho de fazer por merecer. Do outro lado, atacar a meritocracia, como se fosse vergonhoso ter sucesso, é a receita para continuarmos vivendo uma sociedade injusta.

Fonte: Brasil Post


Que tal boicotar todas as marcas que apoiam os direitos LGBT?

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O comercial do Dia dos Namorados elaborado pela marca de cosméticos e perfumes O Boticário se transformou na maior batalha nas redes sociais desde as eleições do ano passado.

A peça publicitária mostra diversos casais se presenteando no dia 12 de junho, entre eles um casal formado por dois homens e outro, por duas mulheres. A reação das camadas mais conservadoras da sociedade foi intensa: primeiro, tentando mobilizar as pessoas para votar em “não gostei” no vídeo no YouTube. Em seguida, teve quem defendesse o boicote à marca devido ao apoio à população LGBT.

A internet, é claro, não perdoou e logo começou a citar a incoerência do raciocínio. Assim, surgiu o Tumblr Aproveita e Boicota Também – que, como o próprio título mostra, dá a dica de todas as marcas que o pessoal precisaria boicotar pra manter a coerência.

Afinal, a inclusão de casais homossexuais em propagandas não é nada de novo. A tradicionalíssima joalheria Tiffany já fez isso no início do ano e aqui mesmo no Brasil a companhia aérea Gol incluiu dois homens em seus comercias do Dia das Mães.

Dentre as marcas citadas no Tumblr, estão algumas das mais conhecidas e poderosas empresas do mundo, como o Mc Donald’s, a Coca-Cola, a Pixar e o Facebook. Quem quiser levar adiante a ideia terá dificuldade em dizer adeus a todos os produtos dessas marcas, veja mais campanhas publicitarias pró-LGBT pelo mundo!

Em uma recente peça publicitária na Holanda, a Coca se posiciona: “Nós escolhemos a felicidade em vez da tradição”:

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A página do Facebook em português da Motorola fez um post celebrando as mais diversas formas de amor:

Escolha amar quem te completa, quem te faz feliz. Escolha amar da sua maneira, pode ser de um jeito intenso ou sereno. #EscolhaOAmor e prepare-se para celebrar a diversidade das escolhas! (>^_^)>♡<(^o^<)

Posted by Motorola on Terça, 2 de junho de 2015

No exterior, a rede de cafeterias Starbucks e o sorvete Magnum, da Kibon, já fizeram comerciais com drag queens:

A gigante Unilever, que controla mais de 400 marcas como Axe, Dove, Seda, Omo e Rexona, colocou um beijo entre dois rapazes nesse anúncio de um xampu:

Fonte: POP


O que eu vi nas manifestações de março

O aspecto ideológico, pouco ressaltado pela mídia, esteve no âmago das manifestações

Gregorio Vivanco Lopes  

“Pela primeira vez em 30 anos de normalidade democrática, articula-se um movimento de massa que não teme defender ideias conservadoras”. Assim se referiu em editorial a Folha de S. Paulo (18-3-2015), ao analisar a manifestação tsunâmica que percorreu as ruas deste nosso querido Brasil em 15 de março último.

Esse caráter ideológico dos protestos foi pouco salientado pela mídia em geral, mas ele constituiu a espinha dorsal da manifestação.

Os gritos e os cartazes “fora Dilma”, “fora Lula”, “fora PT”, “impeachment já”, “comunismo, não”, “o Brasil jamais será vermelho”, “abaixo o foro de São Paulo”, “lugar de corrupto é na cadeia” – e tantos outros que pude ouvir e ver na manifestação em São Paulo e que se repetiram pelo Brasil afora –, tinham um fundo comum.

Esse denominador comum nem sempre estava explícito nas mentes dos manifestantes, e nem precisava estar, mas era ele que esclarecia as inteligências, determinava as vontades e dava firmeza aos passos.

Havia uma ideia difusa, mas poderosa e vivaz, de que o atual partido hegemônico no Brasil se afastou profundamente do sentir da Nação por ter-se tornado caudatário de utopias comuno-socialistas como o bolivarianismo venezuelano, o ecologismo indigenista de Evo Morales ou o kirchenerianismo corrupto argentino. Para não falar de um anti-americanismo odiento.

O desagrado profundo em relação ao escandaloso apoio que o governo dá aos movimentos de invasão de terras ou de casas, passando por cima da lei e da ordem, aí se manifestava. Na mesma linha, a política petista de dificultar ao máximo a integração cultural de nossos irmãos indígenas, confinando-os numa espécie de guetos chamados “reservas”, modelo de sociedade para a qual deve convergir a humanidade no futuro. Ademais de uma absurda luta de classes e de raças subjacente a uma política de cotas que há muito ultrapassou todo o bom senso.

Notava-se ainda a repulsa ao favorecimento indireto, mas efetivo, da corrupção, das drogas e do banditismo em geral, instrumentos auxiliares da ideologia petista para o desmantelamento da atual ordem de coisas, considerada “capitalista” e “elitista”, com o consequente mau humor em relação às polícias militares e mesmo ao Exército nacional, nos moldes do que ocorreu na revolução russa de 1917.

Como fica nisso a CNBB? Para alguns, ela seria uma espécie de departamento religioso do PT, enquanto o PT seria o braço político da CNBB. Seja como for, o apoio da CNBB ao programa ideológico do PT não pareceu surtir muito efeito. Desde que deixou de ter uma presença católica no panorama nacional, a CNBB teve seu prestígio muito minguado. Não parece que ela será de grande valia para manter em cena e atuante a ideologia socialo-petista.

Todos esses fatores estavam desigualmente presentes nos manifestantes de março, mais fortes em uns, menos em outros, mais explícitos nestes, mais difusos naqueles, porém atuando poderosamente no conjunto para a rejeição de um partido e de uma corrente ideológica que se apossou das rédeas da Nação e que a obriga a caminhar num rumo que ela não quer.

A presença na Avenida Paulista da Ação Jovem do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, com suas becas e seu estandarte dourado, marcou um ponto expressivo no conjunto.

No total, notava-se uma euforia calma, uma alegria de estar juntos, de sentir-se verdadeiramente brasileiros, com uma esperança que beirava a certeza de que aquele movimento era apenas o primeiro passo num caminho que não tinha mais volta atrás. O Brasil sentia a alegria de poder sacudir os grilhões, o antegosto de um corpo que percebia ser capaz de livrar-se do urso vermelho que o abraça e estrangula.

E tudo isso de modo bem brasileiro: sem violência, sem arroubos exagerados, sem artificialismos demagógicos. É o Brasil como ele é, na sua autenticidade, na sua bonomia, mas também na sua força avassaladora.

(*) Gregorio Vivanco Lopes é advogado e colaborador da ABIM

Fonte: Agência Boa Imprensa – (ABIM)


O heavy metal na ciência: pesquisadores usam estilo musical em seus estudos

Daniel Buarque
Do UOL, em São Paulo

A ciência comprova: jovens superdotados gostam mais de heavy metal de que de outros estilos musicais, e pesquisas acadêmicas dizem ainda que homens que gostam de metal são mais atraentes para mulheres. Por outro lado, estudos revelam que fãs de rock pesado são mais imprudentes, depressivos e correm o risco de machucar o cérebro e o pescoço ao agitar as cabeças para cima e para baixo no ritmo do som pesado.

Não são poucos os estudos científicos realizados em algumas das mais importantes universidades do mundo envolvendo o heavy metal. Só uma busca no site de USP tem 1.250 referências para música e heavy metal, desde artigos e pesquisas acadêmicas até arquivos de jornais e revistas, mesmo que a maioria das referências seja de citações do termo em textos relacionados a outros assuntos.

Já a Biblioteca Britânica, um dos maiores arquivos do mundo, tem 1.025 retornos para a busca por “heavy metal” e “música”, enquanto o arquivo da biblioteca do King’s College, de Londres, uma das melhores universidades do mundo, oferece 3.415 referências para estudos acadêmicos acerca do heavy metal (o estilo musical, não confundir com estudos químicos e de medicina sobre metais pesados).

As pesquisas vão desde assuntos curiosos e engraçados, como a relação entre atração sexual e preferência musical, até análises de física cinética que comparam o movimento dos roqueiros em rodas de pogo (dança em que eles se empurram e dão cotoveladas uns nos outros em frente ao palco) com a dispersão de gases.

O UOL reuniu abaixo oito das mais interessantes pesquisas acadêmicas relacionadas ao heavy metal no mundo.

1 – Metaleiros superdotados

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Em 2007, uma pesquisa da Academia Nacional para Jovens Talentosos e Superdotados da Universidade de Warwick, no Reino Unido, apontou uma relação entre heavy metal e estudantes superdotados. Estudantes que se identificaram com a subcultura metaleira disseram que o heavy metal pode ser usado como instrumento de catarse, com a música normalmente agressiva e em alto volume usada para liberar as suas frustrações e irritações.

O estudo descobriu que rock era o estilo mais popular entre os jovens gênios e que, de fato, havia uma associação entre os estilos musicais e a personalidade dos estudantes: os que dizem gostar de heavy metal teriam uma autoestima mais baixa do que os outros.

Os pesquisadores Stuart Cadwallader e Jim Campbell avaliaram 1.057 alunos entre 11 e 18 anos e suas respostas sobre família, escola, lazer e mídia, além de opiniões sobre gosto musical. “Talvez as pressões associadas ao talento e a superdotação possam ser temporariamente esquecidas com o auxílio da música”, escreveu Cadwallader, em um trecho do trabalho. “Como um estudante sugeriu, talvez jovens mais inteligentes se sintam mais pressionados do que os outros e usem a música para lidar com isso.”

2 – Física da roda de pogo

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O movimento de metaleiros em uma rodinha daquelas abertas durante os shows, que pode ser confundida com uma briga pelos desavisados, se assemelha ao comportamento de partículas gasosas, segundo um estudo do departamento de física da universidade de Ithaca, nos Estados Unidos.

Cientistas desenvolveram uma pesquisa sobre o movimento do pogo, como ficou conhecido esse estilo de dança praticado por metaleiros e punks, e alegaram que “shows de heavy metal são modelos únicos para estudar o movimento coletivo humano de forma confiável, consistente e ética”. O nome do estudo é “Movimento Coletivo de Humanos em Rodas de Pogo em Shows de Heavy Metal”, e ele foi publicado em 2013.

Um grupo de quatro pesquisadores se debruçou sobre vídeos da internet que mostram as rodas em shows de metal para estudar a forma como se dava o movimento dos envolvidos. “Descobrimos que esses grupos sociais extremos geram comportamentos igualmente extremos: um estado de desordem semelhante a um gás no chamado ‘mosh pit’ [roda de pogo em que os participantes batem de frente] e um movimento ordenado como um vortex, no que é chamado de ‘circle pit’ [roda de pogo em que eles correm em círculos, empurrando uns aos outros]. Os dois fenômenos são reproduzidos em simulações de movimento de manada, demonstrando que o comportamento coletivo humano é consistente com as previsões de modelos simplificados.”

“Em ‘mosh pits’ tradicionais, os participantes se movimentam aleatoriamente, colidindo uns contra os outros de forma não dirigida.” Segundo o estudo, “este fenômeno se assemelha à cinética das partículas gasosas, embora ‘moshers’ sejam agentes com autopropulsão que experimentam colisões dissipadoras e existem em uma densidade muito mais elevada do que a maioria sistemas gasosos.”

3 – Abraçados ao caos

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As rodas de pogo formadas por metaleiros também foram estudadas por uma pesquisadora do Canadá, que desenvolveu uma análise dos “mosh pits” sob o ponto de vista cultural. Segundo ela, “‘moshing’ é uma forma de dana ritualizada e furiosa que combina a agressão física com exibição coletiva de emoções”.

O trabalho buscou entender o que leva os frequentadores a entrarem em espaços nos quais, aparentemente, os movimentos dos participantes geram completo caos e violência. “O ‘mosh pit’ é considerado parte vital da experiência de ir a um show, oferecendo uma oportunidade para fãs de metal jogarem com aspectos mais obscuros da existência, subvertendo convenções sociais normativas e liberando frustrações mundanas enquanto fortalece o senso de comunidade.”

O trabalho de Gabrielle Riches foi publicado em julho de 2011 no “Journal for Cultural Research”. Seu título é “Abraçando o Caos: Rodas de Pogo, Música de Metal Extremo e Liminaridade”. Riches ainda aproveita a pesquisa para apresentar a história dessas rodinhas. Segundo ela, o termo surgiu no início dos anos 1980 em Washington, DC, graças à banda punk Bad Brains, que costumava usar o termo “mash” (amassar, esmagar) em suas letras, incentivando danças violentas em frente ao palco. Segundo a pesquisadora, o sotaque forte de H.R., o vocalista da banda, levou os fãs a entenderem erroneamente “mosh”, e o termo acabou se espalhando.
4 – Metaleiros imprudentes

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Adolescentes que gostam de rock pesado têm comportamentos mais imprudentes, passando a ser mais irresponsáveis em relação à direção de veículos, à vida sexual, ao uso de drogas, e até mais próximos de atividades criminosas, segundo uma pesquisa de psicologia realizada na virada da década de 1980 para os anos 1990. O estudo “Música Heavy Metal e Comportamento Imprudente entre Adolescentes”, de Jeffrey Arnett, comparou adolescentes que ouvem heavy metal com outros que não gostam do estilo e descobriu que os fãs de rock pesado são diferentes e têm autoestima mais baixa.

Com um olhar que hoje pode ser considerado cheio de preconceitos, a pesquisa cita protestos de associações de pais dos EUA nos anos 1980 contra o heavy metal, alegando que o estilo promovia comportamentos perigosos como promiscuidade, uso de drogas e satanismo.

A pesquisa até tenta fugir do preconceito ao falar que a relação não indica causa, mas diz que a relação entre a preferência musical por metal e diferenças de comportamentos é real. “Pode se dizer que a atração pelo heavy metal reflete um alto nível de busca por sensações, e o alto nível de comportamento imprudente reflete o fracasso em dirigir essa busca por sensações através de canais socialmente aceitos.”

5 – Roqueiros depressivos

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Adolescentes que gostam de heavy metal têm uma tendência “significativamente mais alta” a comportamentos depressivos do que adolescentes que preferem outros estilos musicais, segundo uma pesquisa de psicólogos da Turquia.

Segundo o artigo acadêmico “A Associação da Preferência Musical e Sintomas Depressivos em Estudantes do Ensino Médio”, o percentual de estudantes com relações problemáticas com os pais era mais alto entre os jovens que gostam de heavy metal. O estudo analisou 1.226 estudantes de quatro escolas de Istambul, dos quais 27,7% indicaram o rock como estilo musical preferido.

Os pesquisadores defendem que a música tem um importante impacto na vida dos adolescentes, independentemente do gênero, e que ela é uma forma de refletir os sentimentos, valores, necessidades e conflitos dos jovens.

6 – Torcicolo de quem “bate cabeça”

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Uma música de heavy metal tem em média 146 batidas por minuto, o que pode causar danos leves no cérebro e no pescoço quando o metaleiro sacode a cabeça para cima e para baixo em um movimento com amplitude maior do que 75 graus. Esta é a conclusão do estudo “Danos à Cabeça e ao Pescoço no Heavy Metal”, da universidade australiana New South, publicado em 2008. Quanto maior a velocidade da música, maior o risco de ferimento no pescoço.

“Jovens que vão a shows de heavy metal costumam se sentir tontos e confusos, possíveis sintomas de dano traumático leve ao cérebro”, diz a pesquisa, que explica que “bater cabeça” (headbanging, em inglês), “é uma atividade violenta associada com rock pesado e vários subgêneros do heavy metal”. Para minimizar o risco de ferimentos, os “batedores de cabeça” ou “headbangers” devem diminuir a amplitude do movimento de cabeça e pescoço. Outras precauções são bater cabeça em músicas mais lentas ou mexê-la em batidas alternadas. Outra opção é usar equipamento de proteção.

O estudo ainda explica que o termo “bater cabeça” surgiu em 1968 em um show do Led Zeppelin em Boston. Durante a apresentação, as filas do público na frente do palco balançavam as cabeças no tempo da música, dando origem à expressão.

7 – Sem esperança

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A história do heavy metal é marcada por processos judiciais nos EUA em que músicos foram acusados de incentivar o suicídio de jovens. Mesmo que isso seja parte de uma postura preconceituosa em relação ao estilo, um estudo acadêmico publicado em 1998 revelou que há ligação entre gostar de heavy metal e a aceitação do suicídio por conta da “exposição a uma cultura de caos pessoal e social marcada pela falta de esperança”.

Segundo Steven Stack, autor de “Heavy Metal, Religiosidade e Aceitação do Suicídio”, não é possível dizer de forma direta que metaleiros são suicidas, mas existe evidência para uma ligação entre o estilo musical e suicídios. “Caos é o tema que distingue o metal das outras formas de rock surgidas antes dele. O caos tem duas dimensões no metal: pessoal e social”, diz um trecho do estudo.

O trabalho também defende que essa relação deixa de ser significativa quando o nível de religiosidade é controlado. “Fãs de metal têm baixa religiosidade, o que contribui, por sua vez, para uma maior aceitação do suicídio.”

8 – Metaleiros atraentes

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Homens que gostam de heavy metal são mais atraentes de que os que gostam de outros estilos musicais, segundo o estudo “Efeitos da Associação a Gêneros Musicais na atração Heterossexual”, desenvolvido em 1989 por Dolf Zillmann e Azra Bhatia.

Segundo a pesquisa, a preferência por música country diminui a atração em entrevistados dos dois sexos. Por outro lado, a devoção à música clássica e ao heavy metal teve uma reação específica por gênero.  O fascínio pela música pesada aumentou muito o apelo dos homens e diminuiu o apelo das mulheres. Enquanto a adoração por música clássica teve consequências contrárias, aumentando o apelo das mulheres e diminuindo o de homens.

Na pesquisa, estudantes universitários foram convidados a estimar traços de comportamento e avaliar a quantidade de desejo por um potencial encontro heterossexual.  O estudo descobriu que a revelação da preferência musical tem influência sobre a atração heterossexual, assim como a percepção e a avaliação dos traços pertinentes. O estudo revelou ainda que as mulheres não preferem necessariamente homens que têm as mesmas preferências musicais que elas, enquanto homens se sentem mais atraídos por mulheres que têm os mesmos gostos que eles.

Fonte: UOL


Disney proíbe cenas com personagens fumando em seus filmes

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Se fosse hoje, Cruela Cruel, a vilã do filme “1001 Dalmatas”, de 1961, e a lagarta de “Alice no País das Maravilhas”, de 1951, não apareceriam fumando seus cigarros (ou cachimbo, no caso da lagarta). Após uma decisão interna, personagens fumantes não serão mais retratados em produções da Disney e de empresas que pertencem ao grupo, como a Marvel, Lucasfilm e Pixar.

A decisão foi anunciada por Bob Iger, CEO da Disney, durante encontro com acionistas na semana passada. Na ocasião ele esclareceu, no entanto, que o impedimento não se aplica a casos em que fumar faz parte do contexto cultural ou histórico de uma figura da vida real e exemplificou: “Estamos fazendo um filme sobre Abraham Lincoln. Ele era fumante, e consideramos aceitável representá-lo assim. Mas em termos de novos personagens que forem criados para qualquer um de nossos filmes, nós iremos banir absolutamente o fumo”.

Diante do anúncio, o CEO foi questionado pelo médico ativista Stanton Glantz, contrário ao tabagismo, se ele apoiaria a ideia de todos os filmes com personagens fumantes passarem a possuir uma classificação etária “R”, ou “Restricted”, utilizada nos Estados Unidos para demacar produções que são proibidas para menores de 17 anos desacompanhados.

Iger afirmou que seria “um pouco presunçoso” da parte dele endossar a ideia sem saber a opinião dos outros estúdios de cinema. Mas ele concordou que a representação de fumar em filmes para menores de idade é um “problema sério” e prometeu que iria tratar do caso.

Recentemente o grupo PETA, de defesa dos direitos dos animais, pediu em carta aberta para Tim Burton, diretor da adaptação de “Dumbo”, também da Disney, alterar o final da história, fazendo com que o elefante voador e sua mãe pudessem viver em um santuário e não em um circo.

As informações são do jornal “Telegraph“.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/cultura/filmes/disney-proibe-cenas-com-personagens-fumando-em-seus-filmes-15607311#ixzz3UZEjckJA
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METAMORFOSE DOS TOPETES

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De Jacinto Flecha

Naquele período da vida em que o comando hormonal faz surgir os primeiros fios de barba, e a voz sobe ou desce repentinamente entre dó maior e ré menor, o topete se destaca nas transformações. Suponho que o prezado leitor já tenha passado por isso, e sabe de quais transformações e topetes estou falando. Não me preocupo em falar para as leitoras, cujo amadurecimento mais precoce já as teria desiludido, nessa época da vida, quanto à superioridade imaginária de alguns topetudos.

Em geral, junto com os primeiros fios de bigode surge a rebeldia contra a autoridade dos pais, professores e tantas outras, procurando falar grosso no hesitante tom dó maior/ré menor. O jovem precisa emancipar-se, sacudir o jugo da autoridade, estabelecer regras próprias. Quer mostrar autoafirmação, autonomia, independência, e o faz adotando um modo característico de pentear os cabelos. Ao mesmo tempo submete-se à moda, geralmente a que prevalece no seu grupo. Muda assim de uma submissão para outra, e nem sequer nota a contradição. É uma personalidade à procura de definição, e parece ter como lema aquele hay gobierno, soy contra.

Essa fase caracteriza-se por alterações de comportamento como atrevimento, ousadia, desobediência, petulância. A maioria fica só em aspirações grandiosas, até que alguém os submete a uma manifestação inequívoca de manda quem pode, obedece quem tem juízo. Autoridades familiares e escolares sentem logo essas alterações físicas e comportamentais, e costumam retribuir o atrevimento com frases cortantes:

— Recolha-se à sua insignificância.

— Cresça e apareça.

— Fale quando souber do que está falando.

— Depois eu troco suas fraldas.

Nada a estranhar ou lamentar nas novidades arquitetônicas do topete e nos sons cacofônicos da petulância (conjunto rotulável como topetulância), quando se limitam ao período teen (thirteen a nineteen). Mais tarde a maioria cai na realidade, passa a ocupar nichos do espectro político-social destinados a fisiológicos, acomodados, conservadores, sensatos, pragmáticos, ou simplesmente centro. Escapam assim daquele caminho indesejável: Quem não foi esquerdista quando jovem não tem coração; quem continua esquerdista depois de adulto não tem cabeça. A vox populi usa uma linguagem mais direta: O homem nasce, cresce, fica bobo e casa.

Não pretendo que esta síntese evolutiva das mentalidades seja completa ou corresponda às definições de alguma escola de psicologia. Estou apenas preparando o terreno e a pontaria para atirar as flechas de hoje, cujo alvo é a topetulância em várias fases da vida. Falta mencionar, aliás, a última e mais insensata: Negar a existência de Deus. Ela costuma nascer bem pequena junto com o primeiro fiapo de barba, cresce, mas aos poucos cede junto com o reconhecimento da realidade. Pode também dominar desde o início os mais pervertidos, que dificilmente retornam ao caminho indicado por todas as evidências. Alguns procuram mesmo atenuar a péssima imagem de ateus, adotando o rótulo bem menos arrogante de agnósticos.

Considero perda de tempo argumentar com lógica, tentando mostrar a esses a insensatez de alguém declarar-se ateu. Produz melhor efeito deixá-los amontoar suas dúvidas, pretensões, contradições. Depois de inúmeras incoerências sucessivas, talvez acabem percebendo o abismo negativista em que se meteram. Não se converterão espontaneamente, isso depende da correspondência às graças que Deus nunca recusa nem aos seus piores inimigos. Rezar por eles, enquanto despejam suas incredulidades, pode ajudá-los a abrir os olhos e reconhecer-se muito distantes do bom caminho.

Dotado de inteligência e livre arbítrio, o homem tem capacidade, argumentos racionais e muitos outros dados para reconhecer a existência de Deus e a sua suprema autoridade. Negando-a, como fez Adão no Paraíso, candidata-se às consequências dessa decisão livre. É muito fácil encontrar sofismas, subterfúgios ou artifícios para tal negação, e o mundo moderno parece uma enorme fábrica de todos eles.

Muito tempo depois que os hormônios deixam de gerar topetulâncias, os fios que antes se organizavam em vaidosos topetes vão perdendo a cor, e em muitos casos despedem-se do espaço arredondado que ocupavam. Mas petulâncias como o ateísmo têm origem sobretudo no interior, e podem coexistir com cabelos brancos ou com a falta deles. Sem deixar espaço na alma para o Criador, no fim da vida um petulante assim toma a insignificância própria como seu limite, fica rempli de soi-même (esta flecha é francesa). Reduzido a uma miniatura de si mesmo, o velhinho-ateu-careca é vazio por dentro e por fora. Lamentável decadência para quem, segundo Santo Agostinho, foi criado para amar a Deus, e só Deus poderá preencher sua alma.

(*) Jacinto Flecha é médico e colaborador da Abim

Fonte: Agência Boa Imprensa – (ABIM)


A desigualdade, uma injustiça?

Leo Daniele  

 

Corriam os anos 60. Estávamos no Viaduto do Chá, centro de São Paulo, realizando campanha contra uma reivindicação das esquerdas, quando um grupo de vermelhiformes desocupados pôs-se a gritar: “Queremos pão, queremos pão!” Não pareciam famintos, a não ser de agitação. Nossa resposta foi pronta: “Trabalha prá ter pão, trabalha prá ter pão!”

Os agitadores nada responderam à voz do bom senso, pois uma tréplica imediata dificilmente poderia provir de quem positivamente não queria nenhum serviço…

                É por isso que celebrei a notícia de que o Brasil terminou 2014 com a menor taxa de desemprego já registrada. Dos brasileiros pesquisados pelo IBGE em seis regiões metropolitanas (Belo Horizonte, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Porto Alegre), na média do ano ficaram sem trabalho 4,8%.(1) Os outros vão trabalhar e ter pão, e quem sabe mais alguma coisa. Vão aumentar, embora em grau modesto e sem desprezo pelos que não têm pão, a desigualdade entre os homens. Isso é mau?

                Aliás, a revista Catolicismo, informa em sua edição de fevereiro último, que houve uma “vertiginosa” melhoria econômica dos extremamente pobres. Segundo um relatório do Banco Mundial, “a população da Terra em estado de pobreza extrema caiu mais da metade nos últimos 30 anos. A porcentagem mundial dessa faixa era de 34,6% em 1990, caindo para 14,5% em 2011”.

                Como dizia meu velho professor de Economia Política na Faculdade de Direito do Largo São Francisco (São Paulo), o problema não é dividir o bolo, mas aumentá-lo. E é o que se pode obter, entre outras coisas, diminuindo o nível do desemprego e da ociosidade.

                Os vermelhiformes vão repetindo a surrada ladainha dizendo – e, pior ainda, pensando – que a desigualdade de riqueza tem aumentado no mundo e que isso é um mal em si. Ora, lemos no famoso e nunca refutado livro Reforma Agrária, Questão de Consciência, escrito e propagado nos anos 60 sob a liderança de Plinio Corrêa de Oliveira e reeditado em 2010, por ocasião dos 50 anos de sua primeira edição:

“Todos os homens ativos e probos têm igual direito à vida, à integridade física, à fruição de condições de existência suficientes, dignas e estáveis. Mas é justo que os mais capazes, mais ativos, mais econômicos tenham, além deste mínimo, o que produzirem graças a suas superiores possibilidades. Daí decorre legitimamente a diferenciação das propriedades em grandes, médias e pequenas, e quiçá a existência de uma classe condignamente remuneradamas sem propriedade”.

É a voz do bom senso e da justiça social segundo os princípios ensinados pela Igreja, como convém especialmente em nossos dias repetir. É o oposto à igualdade de escravos  a que o socialismo conduz. O Papa Leão XIII afirma que o socialismo leva a “uma odiosa e insuportável servidão para todos os cidadãos”.(2)

A desigualdade é ensinada na parábola dos talentos (3): A cada qual Deus dá em medida diversa e de cada um exige rendimento proporcionado.

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Notas:

            1.“Jornal da Globo”, Edição do dia 29-1-15.

            2.Leão XIII, Encíclica Rerum Novarum, de 15 de maio de 1891 – “Editora Vozes Ltda.”, Petrópolis, pág. 11.

           3.Mt. 25, 14-30.

(*) Leo Daniele é escritor e colaborador da ABIM

 

 

 


 

 

 

 

Fonte: Agência Boa Imprensa – (ABIM)

 

 


A carta de uma psiquiatra sobre “Cinquenta Tons de Cinza” e 11 sinais de que você pode estar namorando um sociopata

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A carta de uma psiquiatra sobre ´´Cinquenta Tons de Cinza´´  
Por Miriam Grossman

Não há nada de cinza sobre os 50 tons de cinza. É tudo preto.
Deixe-me explicar.
Eu ajudo pessoas que estão quebradas por dentro. Ao contrário dos médicos que utilizam raios X ou exames de sangue para determinar porque alguém está com dor, as feridas que me interessam estão ocultas.
Faço perguntas, e ouço atentamente as respostas.
É assim que eu descubro porque a pessoa na minha frente está “sangrando”.
Anos de escuta atenta me ensinaram muito.
Uma coisa que eu aprendi é que: os jovens são totalmente confusos sobre o amor – para achá-lo, e mantê-lo. Eles fazem escolhas erradas e acabam sofrendo muito.
Eu não quero que você sofra como as pessoas que vejo em meu escritório, por isso estou avisando sobre um novo filme chamado “Cinquenta Tons de Cinza”. Mesmo se você não ver o filme, sua mensagem tóxica está se infiltrando na nossa cultura, e poderia plantar idéias perigosas em sua cabeça.
“Cinquenta Tons de Cinza” está sendo lançado no Dia dos Namorados, então você vai pensar que é um romance… mas não caia nessa.
O filme é realmente sobre uma relação doentia e perigosa, preenchido com abuso físico e emocional. Parece “glamouroso”, porque os atores são lindos, têm carros caros, e aviões (e Beyonce está cantando). Você pode concluir que Christian e Ana (os personagens do filme) são legais, e que o relacionamento deles é aceitável.
Mas não se permita ser manipulado! As pessoas por trás do filme só querem o seu dinheiro; eles não se preocupam nem um pouco com você ou seus sonhos.
Abuso não é glamouroso ou legal. Nunca é Ok, sob quaisquer circunstâncias.
Isto é o que você precisa saber sobre “Cinquenta Tons de Cinza”:
Christian Grey (personagem central do filme) foi terrivelmente negligenciado quando era uma criança. Ele está confuso sobre o amor, porque ele nunca experimentou a coisa real. Em sua mente, o amor está emaranhado com sentimentos ruins, como dor e com o constrangimento. Christian gosta de machucar mulheres de formas bizarras. Anastasia (a outra personagem) é uma menina imatura que se apaixona pelos olhares e pela riqueza de Christian, e segue totalmente os seus desejos.
No mundo real essa história acabaria mal, com Christian na cadeia e Ana em um abrigo – ou no necrotério… Ou Christian continuaria batendo em Ana, e ela sofreria como nunca.
De qualquer maneira, as suas vidas não seriam um conto de fadas. Acredite em mim. Como médica, estou lhe pedindo: não assista “Cinquenta Tons de Cinza”. Se informe, conheça os fatos e explique aos seus amigos por que eles não devem assistir também.
Aqui estão algumas das ideias perigosas (mentiras que serão inseridas em sua mente inconsciente) promovidas em “Cinquenta Tons de Cinza”:

  • A mentira -> As meninas querem caras como Christian: Grosseiro e que mande nela.
    A verdade -> Não! Uma mulher psicologicamente saudável evita dor. Ela quer se sentir segura, respeitada e cuidada por um homem que ela pode confiar. Ela sonha com vestidos de casamento, não algemas.
  • A mentira -> Homens querem uma garota como Anastasia: Calma e insegura.
    A verdade -> Um homem psicologicamente saudável quer uma mulher que sabe se defender por si mesma. Ele quer uma mulher que o corrija quando ele sair da linha.
  • A mentira -> Anastasia exerce livre escolha quando ela consente em ser machucada, então ninguém pode julgar a sua decisão.
    A verdade -> Lógica falha. Claro, Anastasia tinha livre escolha – e ela escolheu mal. A decisão auto-destrutiva é uma má decisão.
  • A mentira -> Anastasia faz escolhas sobre Christian de forma racional e distante.
    A verdade – > Christian constantemente serve Anastasia com álcool, prejudicando seu julgamento. Além disso, Anastasia se torna sexualmente ativa com Christian – sua primeira experiência – logo após conhecê-lo. Finalmente, Christian manipula Anastasia para assinar um acordo que a proíbe de falar a alguém que ele é um abusador. Álcool, sexo e manipulação – dificilmente seriam os ingredientes de uma decisão racional.
  • A mentira -> Os problemas emocionais de Christian são curados pelo amor de Anastasia.
    A verdade -> Apenas em um filme. No mundo real, Christian não mudaria de forma significativa.
    Se Anastasia quisesse ajudar pessoas emocionalmente perturbadas, ela deveria ter se tornado uma psiquiatra ou uma psicóloga.

A principal questão é que as idéias de “Cinquenta Tons de Cinza” são perigosas e podem levar à confusão e más decisões sobre o amor.
Existem grandes diferenças entre os relacionamentos saudáveis e não-saudáveis, mas o filme borra essas diferenças, de modo que você começa a se perguntar: “o que é saudável em um relacionamento? O que é doentio? Há tantos tons de cinza … Eu não tenho certeza…”
Ouça, é da sua segurança e do seu futuro que estamos falando aqui. Não há margem para dúvidas: uma relação íntima que inclui violência, consensual ou não, é completamente inaceitável.
É preto e branco. Não existem tons de cinza aqui. Nem mesmo um.

Fonte: Megmeekermd traduzido e adaptado por Psiconlinews – See more at: http://www.psiconlinews.com/2015/02/a-carta-de-uma-psiquiatra-sobre.html#sthash.2P9rCaFY.dpuf

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11 sinais de que você pode estar namorando um sociopata:

Será que aquela pessoa incrível que você ou alguém próximo a você começou a namorar pode na realidade ser um sociopata? Essa situação não é tão improvável quanto você imagina. Aproximadamente um em cada 25 americanos é sociopata, segundo a psicóloga de Harvard, a Dra. Martha Stout, autora do livro The Sociopath Next Door (O Sociopata Que Mora Ao Lado). Obviamente, nem todos os sociopatas são criminosos perigosos. Mas com certeza podem dificultar bastante a vida, dado que uma das características da sociopatia é o comportamento anti-social.

Veja a seguir 11 SINAIS DE ALERTA de que uma pessoa pode ser sociopata:

– SINAL DE ALERTA No. 1- Ter um ego exagerado.
O Manual de Diagnóstico e Estatísticas das Doenças Mentais (DSM-V) destaca que os sociopatas tem uma percepção exagerada de si mesmos. São narcisistas ao extremo, com um enorme sentimento de merecimento, escreveu o Dr. Seth Meyers, psicólogo clínico do Departamento de Saúde Mental do Município de Los Angeles, no site Psychology Today. Eles tendem a culpar os outros pelas próprias falhas.

– SINAL DE ALERTA No. 2 – Mentir e exibir um comportamento manipulativo.
Os sociopatas costumam enganar e manipular com frequência. Por quê? “Mentem por mentir. Mentem só para ver se conseguem enganar as pessoas. E às vezes contam mentiras maiores que terão efeitos maiores”, disse o Dr. Stout à Interview Magazine.

– SINAL DE ALERTA No. 3 – Demonstram uma falta de empatia.
“Essas pessoas não tem um mundo interior emocional significativo como a maioria das pessoas têm e talvez por causa disso não conseguem de fato imaginar ou ter a dimensão do mundo emocional das outras pessoas”, segundo relato de M. E. Thomas, diagnosticado como sociopata e autor do livro Confessions Of A Sociopath (Confissões De Um Sociopata), à radio NPR. “É algo que eles desconhecem por completo.”

– SINAL DE ALERTA No. 4 – Não sentem remorso ou vergonha.
O Manual DSM-V explica que o transtorno de personalidade anti-social indica que os sociopatas não sentem remorso, culpa ou vergonha.

– SINAL DE ALERTA No. 5 – Mantêm uma tranquilidade assustadora em situações de medo ou perigo.
Um sociopata talvez não demonstre ansiedade após um acidente de carro, por exemplo, disse M.E. Thomas. E pesquisas mostraram que enquanto pessoas normais demonstram medo quando vêem imagens perturbadoras ou são ameaçadas com choques elétricos, mas em geral os sociopatas não sentem isso.

– SINAL DE ALERTA No. 6 – Comportamento irresponsável ou extremamente impulsivo.
Sociopatas mudam rapidamente de objetivo para objetivo e agem no calor do momento, segundo o Manual DSM. Eles podem ser irresponsáveis com as finanças e obrigações.

SINAL DE ALERTA No. 7 – Têm poucos amigos.
Os sociopatas tendem a não ter amigos – pelo menos não amigos verdadeiros. “Os sociopatas não querem amigos, a não ser que precisem deles. Ou então todos os amigos têm apenas uma conexão superficial com eles, são amigos por associação”, afirmou o psicoterapeuta Ross Rosenberg, autor do livro The Human Magnet Syndrome (A Síndrome Do Imã Humano), ao The Huffington Post.

– SINAL DE ALERTA No. 8 – São encantadores – mas apenas superficialmente.
Os sociopatas podem ser muito carismáticos e simpáticos – pois sabem que vai ajudá-los a conseguir o que querem. “Eles são exímios vigaristas e sempre têm segundas intenções”, explicou Rosenberg. “As pessoas ficam tão surpresas quando descobrem que alguém é um sociopata porque conseguem encaixar-se muito bem no ambiente. São mestres na arte do disfarce. A principal ferramenta que usam para impedir que sejam descobertos é a criação de uma personalidade superficial”.
Como M.E. Thomas descreveu em um post para o site Psychology Today: “Se me conhecesse, gostaria de mim. Eu tenho o tipo de sorriso que é comum vermos em personagens de programas de TV e que são raros na vida real, com dentes perfeitos e brilhantes, capaz de expressar um sentimento agradável”.

– SINAL DE ALERTA No. 9 – Viver segundo o “princípio do prazer”.
“Se a coisa é prazerosa e eles conseguem evitar as consequências, eles o farão! Eles vivem a vida de forma acelerada – sempre de maneira extrema – buscando estímulos, excitação e prazer de qualquer maneira que conseguirem”, escreveu Rosenberg em Human Magnet Syndrome.

– SINAL DE ALERTA No. 10 – Demonstrar desrespeito pelas normas da sociedade.
Eles desrespeitam as regras e leis porque não acreditam que as regras da sociedade se aplicam a eles, escreveu o psiquiatra Dr. Dale Archer em um blog do Psychology Today.

SINAL DE ALERTA No. 11 – Ter um olhar “intenso”.
Os sociopatas não têm problema nenhuma em manter o contato olho no olho sem interrupção. “A incapacidade de desviar o olhar de maneira educada também é considerada como sendo agressiva ou sedutora”, M.E. Thomas escreveu para o site Psychology Today.

Fonte: Brasil Post – See more at: http://www.psiconlinews.com/2015/02/11-sinais-de-que-voce-pode-estar.html#sthash.BxC3HZf2.dpuf